Dois vereadores ligados a milicianos, Chiquinho Brazão e Zico Bacana, têm gabinetes no local
[assassinato ocorreu há vários quilômetros da Câmara Municipal do Rio.]
Uma das
principais linhas de investigação da morte da vereadora Marielle Franco
(PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, ocorrida no dia 14, está apontada para
o sétimo andar do prédio anexo da Câmara Municipal. A Delegacia de Homicídios
da capital recolheu novas imagens do circuito interno de câmeras da Casa para
saber quem esteve no local no dia do assassinato de Marielle e do seu
motorista, Anderson Pedro Gomes. Dois vereadores ligados a milicianos,
Chiquinho Brazão (PMDB-RJ) e Zico Bacana (PHS), têm gabinetes no sétimo andar.
Policial militar, Jair Barbosa
Tavares, o Zico Bacana, foi citado na CPI das Milícias como integrante do grupo
organizado que atua nas favelas da Palmeirinha e da Eternit, ambas em
Guadalupe. No ano passado, Zico homenageou dois militares do 41º BPM (Irajá),
com uma moção de congratulações. O 41º BPM
foi alvo de denúncia publicada por Marielle nas redes sociais no sábado
anterior ao seu assassinato, dia 10. "Precisamos gritar para que todos
saibam o que está acontecendo em Acari neste momento. O 41º Batalhão da Polícia
Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de
Acari", escreveu a vereadora.
Naquele mesmo sábado, dia 10, a equipe da Comissão de Direitos Humanos na
Assembleia Legislativa havia ligado para o oficial de dia do 41º BPM para
cobrar providências. No dia anterior, uma militante da rede de ativistas
articulada com o gabinete de Marielle havia ligado para a comissão, para
denunciar que duas supostas vítimas da ação da PM da favela de Acari, depois de
mortes, teriam sido jogadas no valão da localidade. Como a denunciante não
tinha anotado os prefixos das viaturas do Batalhão que agiram em Acari, a
denúncia não teve andamento.
O
gabinete do vereador Zico Bacana informou que o político, assim como outros
vereadores da Casa, homenageia diversos policiais militares de vários batalhões
diferentes, inclusive PMs do 41º BPM. O gabinete também repudia qualquer
acusação. "Repudiamos qualquer associação com o caso. Confiamos na
apuração da Polícia Civil." Já o gabinete do vereador Chiquinho Brazão
informou que no dia da morte de Marielle, o vereador não compareceu ao
escritório, não tendo, portanto, recebido qualquer visita.
O Globo
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