Beneficiários incluem os que vão receber a 3ª parte do auxílio, mas também grupos que aguardavam a primeira e a segunda parcelas. No total, R$ 25,9 bilhões serão depositados nas contas sociais dos inscritos até o próximo sábado
Enquanto define os detalhes da prorrogação do auxílio emergencial, o
governo federal vai pagar os R$ 600 para 40,8 milhões de brasileiros ao
longo dos próximos sete dias. Os pagamentos começam hoje para os
trabalhadores que estão à espera da terceira parcela do auxílio, mas
também para grupos que estavam aguardando a segunda e até a primeira
parcela dos R$ 600. Por isso, devem injetar R$ 25,9 bilhões na economia
brasileira.
O cronograma de pagamentos da terceira parcela do auxílio emergencial
era aguardado há semanas por mais de 31 milhões de trabalhadores e foi
detalhado ontem pela Caixa Econômica Federal. “É para as pessoas que
receberam a primeira parcela até 30 de abril e não fazem parte do Bolsa
Família”, destacou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Ele lembrou
que os beneficiários do Bolsa Família já estão recebendo a terceira
parcela do benefício.
Segundo o governo, os R$ 600 serão depositados na conta social
digital dos trabalhadores entre hoje e o próximo sábado. Num primeiro
momento, esses recursos só poderão ser movimentados pelo aplicativo
Caixa Tem. Para evitar a formação de filas e aglomerações nas agências
bancárias, a Caixa só vai permitir o saque em dinheiro ou a
transferência dos recursos depois de algumas semanas, por meio de um
calendário escalonado de acordo com o mês de nascimento do trabalhador.
A antecipação dos recursos pelo
meio digital já havia sido realizada na segunda parcela dos R$ 600.
Porém, desta vez, o calendário dos saques em espécie começa em 18 de
julho e se estende até 19 de setembro. Ou seja, vai durar dois meses em
vez de 15 dias. Por isso, os nascidos em janeiro que recebem o dinheiro
hoje pelo aplicativo, só poderão fazer o saque em 18 de julho. Já os
nascidos em dezembro estão com o depósito agendado para o próximo
sábado, mas só terão acesso ao saque em 19 de setembro.
Guimarães
alegou que foi preciso estender o calendário de saques porque a Caixa
está pagando o auxílio para cerca de 65 milhões de brasileiros, mas
também vai liberar o saque emergencial do FGTS para 60 milhões de
trabalhadores a partir de segunda-feira. Além disso, continua pagando
outros benefícios sociais que têm sido muito demandados na pandemia do
novo coronavírus, como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e o
benefício emergencial de emprego e renda, que é pago a quem teve o
salário reduzido pela MP 936. “É um contingente muito grande. São 122
milhões de brasileiros, sendo 8 entre cada 10 adultos. Seria
absolutamente impensável realizar esses pagamentos da mesma maneira, de
uma vez. Seria uma aglomeração muito maior do que a que vimos dois meses
atrás”, justificou.
Não é só a terceira
parcela do auxílio emergencial que começa a ser paga hoje. Como o
governo dividiu os trabalhadores que pediram o benefício em vários
grupos, a Caixa também vai depositar nos próximos dias a segunda parcela
dos R$ 600 para os 8,7 milhões de pessoas que receberam o primeiro
pagamento em maio. E mais 1,1 milhão vai receber a primeira parcela do
auxílio a partir de hoje.
São brasileiros que
haviam pedido o benefício entre 27 de maio e 16 de junho e só tiveram o
cadastro aprovado ontem. “Estamos pagando mais de 1,1 milhão de pessoas
pela primeira vez. Recebemos esse novo lote de aprovados da Dataprev na
quinta-feira e eles também receberão a primeira parcela deste sábado até
o próximo sábado”, contou Pedro Guimarães.
Todas essas pessoas vão receber o auxílio emergencial de acordo com o calendário da terceira parcela. Para
saber se fazem parte dos grupos que serão contemplados nos próximos
dias, os beneficiários do auxílio emergencial precisam consultar a
situação do seu cadastro no site/aplicativo do programa ou na central
telefônica 111. Os novos aprovados também já podem acessar a conta
social digital na Caixa através do aplicativo Caixa Tem. Quem tiver
dificuldades para acessar o app deve procurar ajuda nas agências da
Caixa a partir de segunda-feira.
Pedro Guimarães garantiu que o Caixa Tem é fácil de ser usado e tem
sido bem aceito pelos brasileiros. “Já temos 40% das pessoas utilizando
as contas digitais para pagar boletos, contas de água e luz, realizar
compras na internet ou em mais de três milhões de estabelecimentos
comerciais”, disse. A expectativa dele é que essas transações digitais
passem a representar 60% das movimentações financeiras que são
realizadas com o auxílio emergencial.
Contas
O
presidente da Caixa disse que cerca de 40 milhões de brasileiros não
tinham conta no banco antes da pandemia do novo coronavírus e agora
estão usando essas contas digitais. Diante disso, a Caixa decidiu manter
aberta a poupança social dos beneficiários mesmo após o fim do
pagamento do auxílio emergencial. As contas continuarão sendo gratuitas,
desde que cada trabalhador não exceda o limite de movimentação de R$ 5
mil por mês. “As pessoas mais carentes terão
total possibilidade de realizar pagamentos e transferências. Será uma
conta operacional como uma conta da Caixa. Agora, para ficar de graça,
não ter nenhuma cobrança, não pode ter uma movimentação superior”,
antecipou Guimarães. Ele não quis comentar os planos do governo de
prorrogar o auxílio emergencial, com a liberação de mais três parcelas,
de R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
Correio Braziliense