Sonhos suburbanos
A ‘esquerda’ lulista escolheu o capitalismo selvagem do consumo privado, do crédito popular, do cartão magnético, das Casas Bahia e do Magazine Luiza
Os três
desembargadores do TRF-4 serviram-se do tríplex na Praia de Astúrias, no
Guarujá, para contar uma história sobre o Brasil. Nos seus votos unânimes de
condenação de Lula, eles discorreram sobre poder e patrimônio: a tenda do
capitalismo de compadrio na qual convivem políticos e empresários. O futuro
julgamento do caso do sítio de Atibaia, que também “não é do Lula”,
provavelmente funcionará para o mesmo fim. Contudo, tríplex e sítio abrem-nos
uma janela para outra paisagem, outra história e outro crime — um crime que só
existe na esfera da política.
“Quem
está no banco do réu é o Lula, mas quem foi condenado é o povo brasileiro com o
golpe que eles deram”, reclamou Lula na Praça da República, perante duas dúzias
de sindicalistas, reiterando o hábito deplorável de identificar-se com o “povo
brasileiro”. E prosseguiu, usando sua fórmula predileta: “Lula é apenas um
homem de carne e osso (nota minha: modéstia!). Podem prender o Lula, mas as
ideias já estão colocadas na cabeça da sociedade brasileira. As pessoas já
sabem que é gostoso comer bem, morar bem, viajar de avião, comprar carro novo,
ter casa com televisão e computador.” Tríplex no Guarujá, sítio em Atibaia — é
“gostoso” isso?
O
paradoxo não terá escapado à percepção pública. Sob o governo Lula e a tríplice
aliança PT-PMDB-PP, a Petrobras foi saqueada em R$ 88,6 bilhões, segundo
cálculos da própria estatal, em balanço divulgado (e depois removido) em
janeiro de 2015. Qual foi a contrapartida patrimonial do “garantidor geral do
esquema”, como os desembargadores qualificaram Lula, se dermos como certo que o
ex-presidente recebeu como presentes tanto o tríplex quanto o sítio?
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