Fatos e opiniões
Na ida para a posse de Nicolás Maduro na presidência da República
bolivariana da Venezuela, disse a deputada Gleisi Hoffmann, presidente
do PT por obra e graça unicamente de Lula, seu mentor: – Reconhecemos o voto popular pelo qual Nicolas Maduro foi eleito,
conforme regras constitucionais vigentes, enfrentando candidaturas
legítimas da oposição democrática. Ditaduras são regimes de arbítrio,
frutos de golpes contra as instituições, como foi o caso da ditadura
militar brasileira, sempre defendida e celebrada pelo senhor Jair
Bolsonaro.
Na volta da posse, Gleisi bradou, estridente: – Nenhuma surpresa as críticas dos que ignoram as razões por eu ter
aceitado o convite pra posse na Venezuela. Deixar de ir seria covardia,
concessão a direita. O destino da Venezuela está nas mãos do seu povo e
de mais ninguém.
Maduro não foi eleito conforme as regras constitucionais vigentes. Ele
violou todas as leis, como reconhecem a Organização dos Estados
Americanos (OEA), pelo menos 11 países da América Latina, e mais o
Canadá, Estados Unidos e a Comunidade Econômica Europeia.
Ditaduras são regimes de arbítrio, frutos de golpes contra as
instituições, e nisso Gleisi está certa. Foi o caso da ditadura militar
brasileira que durou 21 anos, como ela diz. Mas foi também o caso nos
últimos anos da Venezuela de Maduro, como ela faz questão de negar. Fatos são fatos, e desconhecê-los só produz equívocos, seja por
ignorância ou de forma deliberada. Gleisi e seu partido poderão
continuar chamando o regime da Venezuela de democrático, mas ele é
justamente o inverso disso.