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sábado, 16 de setembro de 2017

“Homem forte” de Janot é casado com ”mulher forte” de Fachin. Renuncie à relatoria, ministro!

Como filosofou Dilma, é natural que que o “Homo sapiens statali” se interesse sexualmente pela “Mulher sapiens statali”. Quando pode haver, no meio do caminho, uma história de crimes, é preciso tomar cuidado com o cruzamento

Conhecem aquela máxima do futebol? Quem não faz gol toma!!!
Eu acabei me distraindo, olhando para o céu, e levei um furo de uma informação que já tenho há tempos, como sabem alguns amigos meus. Agora, só me resta reconhecer que ela foi publicada por Domingos Fraga, na Coluna do Fraga  Coluna do Fraga, no R7. Vamos lá: “Os relacionamentos, em Brasília, sempre surpreendem.
Vejam o caso de Débora Santos Pelella. Jornalista, 35 anos, ela se casou no dia 3 de janeiro passado com o procurador da República Eduardo Botão Pelella, 40 anos.
Até aí, nada demais.
A história ganha estranheza quando se sabe que Débora trabalha, como diz seu perfil no Linkedin, com “consultoria em comunicação social e gestão de crises” no gabinete de Edson Fachin, sendo paga pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, do próprio bolso. E fica mais estranha ainda quando, também, se sabe que o marido de Débora, Eduardo Pelella, é o braço direito e chefe de gabinete do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.”

Retomo
Eis aí! É isso mesmo!
Dadas as características de Brasília, é até compreensível que se crie por ali, como direi? um tipo particular de humano, o “Homo Sapiens Statali”. Vira uma subespécie, não no sentido pejorativo, viu, gente? É aquela coisa de identidade mesmo, né? Quantos, em Brasília, não são vinculados, direta ou indiretamente, ao Estado? É normal, como filosofaria Dilma Rousseff, que o “Homo sapiens statali” se sinta sexualmente atraído, e vice-versa, pela “Mulher Sapiens Statali”. Sem contar que, “sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.” Se é que vocês me entendem.

Ainda que seja, pois, antropologicamente compreensível que Débora seja casada com Eduardo, é evidente que a coisa se torna politicamente inaceitável. E não que eles tenham de mudar de parceiro amoroso. É preciso que um deles mude de emprego. Então o sr. Pelella, braço direito de Janot e acho que os dois ainda terão explicações a dar à Justiça — é casado com a moça que cuida “da imagem” de Fachin??? Por que um ministro do STF precisa de alguém que cuide de sua imagem? Uma boa maneira de ficar posar para a história, ainda que isso possa criar incompreensões que depois se corrigem, é votar direito, de acordo com as leis, com os fundamentos do Estado democrático, com a Constituição.

Vamos ver.
O sr. Pelella está nos diálogos nada republicanos de Joesley Batista e Ricardo Saud. Segundo o açougueiro de casaca, foi ele a passar todas as informações a Janot dos entendimentos anteriores ao acordo de delação premiada. Entendimentos esses que, se havidos — e parece não haver dúvidas a respeito —, são ilegais.

Mais: até os gramados a esta altura ressequidos de Brasília sabem que Janot fraudou o princípio do juiz natural quando “escolheu” Fachin para ser o relator do caso JBS, uma vez que aquilo nada tinha a ver com o petrolão. O Supremo referendou a escolha por mero coleguismo e espírito de corpo. Como se nota, foi um erro. Hoje, se determinadas gravações feitas pela gangue vierem a público, a reputação de alguns de seus integrantes irá para a lama. E sem que tenham cometido, até onde se sabe, nenhum crime.

Mais: Francisco de Assis e Silva, um dos delatores da JBS, disse ter-se reunido com Pelella, o Eduardo, marido da Pelella, a Debóra, assessora de imagem de Fachin, cinco dias antes de Joesley gravar o presidente. O que há de errado nisso?  Bem, por que um quadro da JBS, que está negociando as condições de uma delação premiada, tem a conversar com o braço direito de Janot? Vão debater o quê? O preço do coxão mole, da bisteca, da linguiça? Se, junto com tal fato, temos o próprio Joesley a afirmar que Pelella é o provável intermediário entre o grupo de futuros delatores e Janot, aí a coisa ganha contornos realmente, como direi?, “filocriminosos”.

Convenham: a cada hora, essa história é mais malcheirosa.  Janot está saindo pela porta do necrotério da moral e dos bons costumes.  Fachin pode ficar no cargo até os 75 anos — fevereiro de 2033. É tempo pra diabo! E o diabo se esconde nos detalhes, ministro! Dá tempo de tentar reconstruir a biografia — a depender sempre, claro, de coisas que eventualmente ainda não se sabem.
A melhor coisa que Fachin tem a fazer é renunciar à relatoria da Lava Jato. Antes que a história tome essa decisão em seu lugar.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo