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domingo, 2 de outubro de 2022

Doutrinação política em escola infantil: o que isso diz sobre o petismo - Gazeta do Povo

Vozes - Cristina Graeml


Doutrinação em escola infantil

Mais um caso de doutrinação em sala de aula para confirmar o que tenho noticiado há tempos e muitos recusam-se a reconhecer que existe. Brasil afora há militantes de esquerda travestidos de educadores, tentando impor aos alunos uma ideologia que nada tem a ver com a matéria que deveria estar sendo ensinada.

O caso que motivou a gravação deste vídeo foi noticiado pela Gazeta do Povo na última terça-feira (27). Desta vez a “professora” doutrinadora, que aparentemente não se importou de estar sendo filmada, escancara o método de doutrinação com crianças pequenas, feito de forma lúdica e cheio de estratégias subliminares.

Às vésperas das eleições de 2022, a professora fingiu que ia educar os alunos para a cidadania e para a democracia. Talvez a intenção maior fosse fazer com que as crianças chegassem em casa contando para os pais que o Brasil já tem um novo presidente e que ela, a criança, ajudou a escolher "o melhor" candidato.

A atividade escolar é um atentado escancarado à democracia
e, mais do que isso, um ataque ao futuro do Brasil, já que uma educadora, irresponsável, tenta influenciar crianças inocentes para quem sabe, quando crescerem, se transformarem em eleitores que rezam conforme uma cartilha específica, a da esquerda, e não, seguindo sua própria consciência.

Para entender melhor o método desleal, através do qual partidos e ideologias políticas se infiltram em sala de aula, clique. Caso queira apenas ler sobre o ocorrido, segue a descrição do fato junto com minha opinião.

Doutrinação em escola infantil
A atividade pedagógica foi realizada numa escola infantil no bairro Areias, em Recife (PE). Não é possível saber se as duas mulheres que realizam a tarefa são necessariamente professoras. Podem ser educadoras ou auxiliares, mas são adultas, portanto, responsáveis por cuidar, entreter e ensinar aquelas crianças.

Num primeiro momento, registrado em vídeo, uma delas entrega cédulas de papel para os alunos, pedindo que marque um "x". A gravação, divulgada em redes sociais e aplicativos de mensagens, não mostra o que foi dito antes da entrega das cédulas para as crianças nem se houve campanha para algum dos candidatos.

Outro vídeo, que circulou junto com esse primeiro, mostra o momento seguinte, da apuração, revelando que o voto não era sigiloso. Pelo contrário, os eleitores mirins foram expostos e constrangidos, uma vez que a professora celebrava ou repudiava cada um dos votos, conforme sua própria preferência política.

Aparentemente só havia dois candidatos na cédula. Ao revelar os votos, fica clara a preferência da responsável pela divulgação do resultado, que eu vou chamar de professora, porque está sim, ali na condição de professoras. Está à frente da turma, diante do quadro, comandando a atividade.

A professora retira os votos de uma urna, lê o nome das crianças e expõe em quem elas votaram. Apenas dois nomes de candidatos são mencionados: Lula e Jair Bolsonaro. Sempre que o aluno votou Lula, a funcionária fala o número 13 - que representa o PT, partido do ex-presidente e atual candidato. E comemora: "Luuuula! Nosso presidente!"

Em dois casos, os votos foram para Bolsonaro. Depois de enfatizar o nome da criança que votou no candidato, a professora constrange o eleitor mirim, com expressão de desagravo: “Bolsonaro, Bolsolixo”. E, para enfatizar a reprovação, repete a adjetivação pejorativa.

Veja o nível de constrangimento a que essas crianças foram expostas, já que os nomes delas, repito, estavam na cédula, foram lidos em voz alta e sua escolha foi revelada, junto a uma “classificação” do candidato.

(...)


Fake News em sala de aula
Além do xingamento, a professora utiliza o número 40 como se fosse o do partido do presidente da República, quando na verdade, Bolsonaro é candidato à reeleição pelo número 22.

(...)

A estratégia do número errado associado a Jair Bolsonaro é clara: confundir o eleitorado mais desatento, que não costuma checar informações por conta própria para conhecer a verdade dos fatos.Vai que alguém, discordando da doutrinação, resolve votar em Bolsonaro na eleição real? Quem sabe não digita o número errado, anulando o próprio voto?

Aproveito o momento para repassar um lembrete importante para o dia das eleições: anote num papel o número de todos os candidatos em que pretende votar. Leve a colinha para urna e, após digitar os números, antes de confirmar o voto, confira a foto e o nome que aparece na tela. Só depois aperte a tecla verde para confirmar.

Desonestidade e covardia contra crianças
Vale lembrar outro detalhe sórdido deste episódio.
Crianças pequenas sequer têm o discernimento ou a coragem de um adolescente para contestar o adulto que está ali na condição de autoridade. Que criança ousaria questionar alguém que está ali para orientar, instruir, repassar conhecimento?

Reações e respostas à sociedade
Conforme mostrou a reportagem da Gazeta do Povo, o episódio de doutrinação de crianças nessa aula deplorável numa escola de Recife gerou cobrança imediata e resposta. O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, manifestou-se pelas redes sociais.

    “É inadmissível a postura desses profissionais que utilizam crianças para doutrinação política nas escolas em nosso país. A doutrinação nas escolas é realizada por uma minoria que prejudica a imagem de nossos professores, uma classe primordial para o futuro do nosso país. Enquanto nossos estudantes deveriam estar aprendendo e recuperando-se dos impactos ocasionados devido ao fechamento prolongado das escolas na pandemia, vemos situações absurdas como esta.”
    Victor Godoy Veiga, ministro da Educação

Vitor Godoy Veiga
informa ainda que, como ministro da Educação, já havia solicitado que a escola em que o episódio ocorreu fosse identificada para que os fatos fossem esclarecidos e medidas cabíveis fossem adotadas, respeitando-se a autonomia da rede estadual e municipal.

A resposta veio pelo Twitter: “A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação, esclarece que a creche exposta no vídeo não integra oficialmente a Rede Municipal própria de Ensino do Recife. A gestão informa que, aparentemente, se trata de uma unidade comunitária conveniada e que já está apurando o caso para as providências necessárias”.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES