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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Especialistas veem incoerências de políticos no combate à pandemia [finalmente! demorou.....]

Situação constrangedora de João Doria, que voltou de Miami após recomendar [impor,  com medidas restritivas com punições severas aos eventuais transgressores.] o isolamento aos paulistas, reforça a conduta contraditória de autoridades no combate ao novo coronavírus

Um dos personagens notórios no enfrentamento da pandemia de covid-19 no Brasil, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), viu-se em maus lençóis esta semana ao viajar para a Flórida, nos Estados Unidos, onde passaria as festas de fim de ano em Miami. Em meio à péssima repercussão da viagem, à frustração sobre os resultados vagos da  e à confirmação de que o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), contraíra covid-19, Doria decidiu retornar ao Brasil. A atitude do governador, contudo, foi apenas mais uma dentre as várias condutas erráticas dos governantes do país na batalha contra o novo coronavírus. São evidentes as contradições de autoridades públicas que pedem a colaboração dos brasileiros para a conter a doença, mas nem sempre dão o melhor exemplo à sociedade.

O protagonista, nesse cenário, é o presidente Jair Bolsonaro.  Mesmo já tendo sido diagnosticado com covid-19, ele menospreza os perigos da doença que já matou quase 190 mil brasileiros e atingiu mais de 7 milhões de pessoas no país. O mandatário não se preocupa em evitar aglomerações e recusa-se a utilizar máscaras faciais. O presidente é reconhecido, ainda, por questionar a eficácia das futuras vacinas e diz que não pretende tomar o imunizante, contribuindo para o movimento antivacina.[ops..... apesar do título da matéria se referir às incoerências dos políticos - e o presidente Bolsonaro ser coerente no que se refira ao combate à pandemia - tínhamos a certeza de que o 'jeitinho' brasileiro tentaria colocá-lo na matéria, maximizando um inexistente aspecto negativo.

Incoerente é o Ibaneis, o governador do DF. Impôs aos moradores do DF o uso obrigatório de máscara - medida certa e que ele tornou absurda, ridícula, errada ao impor uma multa de quase dois salários mínimos a eventuais violadores.

Só que no ápice da  pandemia o governador foi filmado visitando uma     UPA, SEM máscara - com o sempre presente séquito de 'aspones'.

Não foi multado e com certeza entre seus acompanhantes havia servidores com o DEVER DE OFÍCIO de notificá-lo. 

Achou pouco e viajou para uma cidade do interior de Minas onde foi flagrado sem máscara e, mais grave, infringindo uma Lei Federal - Código de Trânsito - ao andar de moto SEM usar capacete. Novamente não foi punido.]

As incoerências, entretanto, não se restringem apenas ao desrespeito às medidas de prevenção. Durante a pandemia, o país viu governantes serem alvos de denúncias por crimes contra a administração pública. No Rio de Janeiro, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) responde a um processo de impeachment e está impedido de exercer o cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido a suspeitas de corrupção na área da Saúde em plena pandemia.

Na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito afastado Marcelo Crivella (Republicanos), sempre crítico às medidas de isolamento social, não só minimizou a pandemia como abandonou o sistema público de saúde carioca. Nesta semana, foi preso suspeito de ser o responsável por um esquema de corrupção milionário.

Descaso
Na avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo Correio, os episódios protagonizados por políticos pelo país simbolizam o descaso que virou o combate à pandemia da covid-19 no Brasil. Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Ricardo Ismael diz que o principal problema foi a falta de cooperação e coordenação entre governo federal, estados e municípios, mas ele destaca que as atitudes de cada governante deixaram a desejar. [falta que ocorreu em virtude de decisão do STF ter concedido aos governadores e prefeitos o protagonismo nas ações de combate ao coronavírus - tal situação obrigou o Poder Executivo da União ficar a reboque dos estados e municípios.]
 
Correio Braziliense