[outras condenações virão e somadas impedirão, mesmo que Lula viva mais trinta anos, que ele volte a desfrutar da liberdade.
Dificil é ser preso a primeira vez, as demais serão no automático.]
O Tribunal Regional Federal da
4ª Região (TRF-4) rejeitou por unanimidade nesta segunda-feira (26) o recurso
apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra uma
condenação a mais de 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, comprometendo as chances de o líder da esquerda voltar ao poder e continuar
em liberdade. A jurisprudência atual autoriza
a prisão dos acusados que esgotam os recursos em segunda instância, como
ocorreu nesta segunda-feira com Lula, de 72 anos, presidente de 2003 a 2010.
Mas o Supremo Tribunal Federal
(STF) garantiu que Lula não será detido ao menos até 4 de abril, quando a
máxima corte retomará os debates sobre um “habeas corpus” que lhe permitiria
permanecer em liberdade até esgotadas todas as instâncias judiciais para tentar
provar sua inocência. Um caminho que pode demorar anos e que começa com o
Supremo Tribunal de Justiça (STJ, terceira instância) e pode levá-lo de volta
ao próprio STF.
Os advogados do ex-presidente
denunciaram uma “ilegal condenação” e não se consideraram satisfeitos com as
explicações dadas nesta segunda. Disseram que, em seu entendimento, “não houve
o exaurimento da jurisdição” da segunda instância e estudavam questionar a
sentença dentro do TRF-4. Uma tentativa que raramente é admitida, segundo
juristas. Lula foi condenado no ano
passado a nove anos e meio de prisão pelo juiz de primeira instância Sérgio
Moro como beneficiário de um tríplex da empreiteira OAS em troca de sua
influência para obter contratos na Petrobras. Essa sentença foi confirmada em
janeiro e a pena, elevada a 12 anos e um mês de prisão pelo TRF-4.
O caso ocorre no âmbito do
escândalo de um esquema de propinas a políticos, revelado pela Operação Lava
Jato, a maior investigação de corrupção do país, que atingiu políticos de quase
todos os partidos, envolveu grandes empreiteiras como a Odebrecht e se estendeu
por uma dúzia de países de América Latina, Estados Unidos, Europa e África.
Lula enfrenta outros seis
processos judiciais, mas se declara inocente em todos e os atribui a uma
conspiração das elites para impedi-lo de voltar ao poder.
A decisão do STF em 4 de abril
é aguardada com ansiedade porque, se Lula tiver sucesso, poderia abrir a porta
a dezenas de pedidos similares por parte de outros condenados em segunda
instância para sair da prisão e aliviar o futuro de muitas personalidades na
mira das investigações, como o presidente Michel Temer e vários de seus
colaboradores. [os ministros do Supremo não terão coragem para promover a desmoralização da ainda Suprema Corte;
motivo: a jurisprudência do Supremo é de que bandidos condenados em segunda instância podem ser presos logo após a condenação;
Esta jurisprudência não será modificada nos próximos meses e com isso o HC será julgado em 4 de abril consoante aludido entendimento.
Se o Supremo conceder o HC automaticamente estará indo contra sua própria jurisprudência o que implicará na mais completa e humilhante desmoralização de uma corte suprema em todo o mundo.
Para conceder o habeas corpus, sem se auto desmoralizar, seria necessário mudar a jurisprudência o que não vai ocorrer nos próximos meses.]
– O retorno, cada vez mais
difícil –
Lula se encontra atualmente em
caravana pelo sul do país, marcada por incidentes provocados por seus
adversários que atacaram a pedradas os ônibus de sua comitiva e jogaram ovos
contra os oradores nos atos. A ex-presidente Dilma Rousseff
expressou em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro seu temor de que, durante a
campanha, ocorra um “banho de violência” contra o PT.
A viagem será concluída na
quarta-feira em Curitiba, cidade onde o juiz Moro atua e apelidada de “capital
da Operação Lava Jato”, onde grupos de direita convocaram uma concentração. As mesmas razões que aproximam
Lula da prisão o distanciam das eleições: de acordo com a legislação atual,
ninguém com uma condenação confirmada em segunda instância pode se apresentar a
uma eleição.
Mas a última palavra a este
respeito será da Justiça Eleitoral, que analisará as candidaturas em agosto. Resta saber se o PT está
decidido a correr o risco de apostar em um candidato com chances tão escassas
de chegar até o fim, embora de seu favoritismo nas pesquisas de intenção de
voto.[falam em favoritismo de Lula mas esquecem que mais importante que o favoritismo é o índice de rejeição e a rejeição do condenado tem o maior índice entre os candidatos.]
Dilma assegurou que “não há um
plano B” no PT e que o partido quer esperar a decisão do STF para analisar seus
próximos passos.
AFP
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segunda-feira, 26 de março de 2018
Decisão da Justiça aproxima Lula da prisão e o distancia do poder
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