Segundo a família das crianças, de 7 e 4 anos, os tiros que mataram as meninas teriam partido de uma viatura policial
O pai da menina Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, 7 anos, morta com a prima Emilly Victoria da Silva Moreira Santos, de 4 anos, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (4/12), segue inconformado com a morte trágica das crianças e com a falta de apoio das autoridades e afirma que a família das crianças deve buscar reparação judicial. "Queremos processar o Estado não por dinheiro, mas por justiça", disse Maycon Douglas Moreira Santos em entrevista ao jornal Extra.
[fazemos nossas, as palavras do governador do Rio, quando diz: "A dor das famílias que perderam seus entes queridos é irreparável." Quanto ao final da frase 'Duas crianças na porta de casa e um policial exercendo sua missão', nos parece fora de sentido - ao que é sabido não ocorria nenhuma ação policial na região, naquele horário.
Quanto a processar o Estado é praticamente uma obrigação da família - especialmente, por uma questão de justiça. Se comprovada a responsabilidade do Estado uma indenização se torna 'inescusável' - caso a família deseje evitar uma interpretação de interesse financeiro, pode e até deve, assumir compromisso público de doar o total recebido, ou parte, para uma entidade religiosa, beneficente, já existente.
Nada trará as crianças de volta, mas saber que necessitados estão sendo beneficiados representará um alívio - sensação também sentida quando a doação de órgãos de entes queridos, mortos em situação de violência, são doados e salvam vidas.]
"A dor das famílias que perderam seus entes queridos é irreparável. Duas crianças na porta de casa e um policial exercendo sua missão. Desde as primeiras horas, a Polícia Civil realiza as investigações, e nós daremos uma resposta à sociedade. Minha solidariedade e orações.
— Cláudio Castro (@claudiocastroRJ) December 6, 2020"
As meninas foram assassinadas enquanto brincavam na calçada em frente ao portão de casa. Segundo a avó de Rebecca, Lídia da Silva Moreira, a família ainda não foi procurada pelas autoridades. “Não apareceu ninguém! Nem prefeito, nem governador, nem político nenhum! A gente só existe para dar voto. Não é porque moramos em comunidade que somos bandidos”, lamentou.
No domingo, o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), comentou a morte das meninas no Twitter e disse que o estado daria apoio aos familiares das crianças. "A dor das famílias que perderam seus entes queridos é irreparável. Minha solidariedade e orações", comentou. "Sou defensor de uma política de segurança que atue com inteligência e focada em preservar vidas. A Subsecretaria de Vitimados dará todo o apoio às famílias. Vamos combater de frente a criminalidade em nosso estado".As meninas foram enterradas no sábado (5/12) sob forte comoção. O pai de Emily desmaiou várias vezes e foi amparado por parentes. "É isso aí que a gente leva, ó. Duas crianças, minha filha, minha sobrinha. Tô acabando de enterrar, isso fica aí pra comunidade, pros governadores", desabafou o pai enquanto fechava o local onde o caixão da menina foi colocado.
Polícia nega disparosSegundo a versão da família, os tiros que mataram Emilly e Rebecca partiram de policiais que patrulhavam a rua da casa em que as meninas moravam, na comunidade do Barro Vermelho, bairro Jardim Gramado, Duque de Caxias (RJ). Os familiares das crianças não souberam informar se os policiais perseguiam alguém, mas garantem que os tiros partiram de algum dos agentes da corporação.