Segundo
a PM, um dos focos da ação é a comunidade Santo Amaro, onde o criminoso foi
preso. Outros 25 bandidos também são procurados
A Polícia
Militar do Rio de Janeiro realiza nesta segunda-feira uma operação em dezenas
de favelas do Rio de Janeiro em busca do traficante Nicolas Labre Pereira de
Jesus, o Fat Family, de 28 anos, que foi resgatado
na madrugada de domingo no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da
capital. Os policiais também fazem buscas pelos 25 criminosos que
participaram da ação.
Um dos
focos é a Favela Santo Amaro, no Catete, na Zona Sul, onde Fat Family foi preso, há
uma semana, e ferido no rosto. Pelo menos 37 comunidades serão inspecionadas. Vinte e dois Batalhões de Polícia Militar estão envolvidos na
operação, que começou às 6 horas.
Segundo a
Polícia Militar, a ação também tem o objetivo de
prender criminosos que vêm praticando roubos e latrocínios na região
metropolitana do Rio. O policial militar e o funcionário do hospital que
foram baleados na ação dos criminosos continuam internados. Maior hospital
público do Rio, o Souza Aguiar foi escolhido como referência para emergências
na Zona Norte e no Centro durante a Olimpíada.
Resgate
- Os invasores chegaram ao
hospital às 3h15 e se dividiram: um grupo ficou no
pátio na frente da emergência e outro subiu para o
Setor de Ortopedia, pelas escadas. Os bandidos quebraram a algema que
prendia o criminoso à cama com um alicate. Ronaldo Luiz Marriel de Souza, filho
de um oficial da Marinha, estava no hospital para receber atendimento, foi
baleado e morreu.
Fat
Family é apontado pela polícia como chefe do tráfico na Favela Santo Amaro. Ele é irmão de Marco Antônio
Pereira Firmino da Silva, o My Thor, preso na Penitenciária Federal de
Catanduva, no Paraná, e um dos líderes do Comando Vermelho (CV).
Mais
de 20 homens armados invadiram o Hospital Souza Aguiar, mataram filho de
oficial da Marinha e resgataram bandido. Alerta sobre operação foi dado na quinta, mas não
houve reforço no policiamento
Mais
de 20 bandidos armados com fuzis, pistolas e granadas invadiram o Hospital
Souza Aguiar, no centro
do Rio de Janeiro, e resgataram o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o
Fat Family, na madrugada deste domingo. Irmão de Marco Antônio Pereira Firmino
da Silva, o My Thor, um dos maiores líderes da facção Comando Vermelho (CV), o criminoso havia sido preso na tarde do dia 13, por agentes
da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona
Sul da cidade. No cerco, acabou baleado na cabeça e levado para o
hospital. Na quinta-feira passada, a Polícia Civil avisou ao Centro
Integrado de Comando e Controle (CICC) da secretaria de segurança pública que
havia um plano para resgatar o traficante. Nada foi feito. Na noite passada, o preço da omissão foi trágico. Ronaldo
Luiz Marriel de Souza, filho de um oficial da
Marinha que estava na unidade esperando atendimento morreu, e um PM e um
enfermeiro foram baleados.
Dois
policiais militares apenas faziam a escolta do bandido. O alerta dado pela Polícia Civil
foi emitido pouco depois das 20 horas da última quinta-feira, dia 15, como 'informação
A1', que na classificação de órgãos de segurança significa de 'alto
nível de credibilidade'. De acordo com mensagens trocadas em grupos de
policiais, às quais o site de Veja teve
acesso, além do CICC, o aviso de que o plano de resgate
estava sendo estudado partiu da Dcod e também foi repassado ao Cecopol
(Centro de Comunicações e Operações Policiais) e à Assinpol
(Serviço de Inteligência da Polícia Civil). Em seguida, a informação foi para a
Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da
secretaria de Segurança e para a cúpula da Polícia Militar, que é a
responsável pela custódia de criminosos hospitalizados.
Segundo
testemunhas, os bandidos chegaram em pelo menos quatro carros por volta das
3h e renderam o dono de uma barraca de doces. Ele foi feito de escudo
humano. Logo que invadiram o hospital atirando e
arremessando granadas, os criminosos foram em direção ao sexto andar,
onde Fat Family estava internado. Com uma enfermeira feita de refém, eles
chegaram à sala onde o traficante estava internado. Para se ter ideia da falta
de controle sobre quem o visitava, várias fotos feitas com telefones
celulares de visitantes começaram a pipocar nas redes sociais nos últimos dias.
Os
bandidos deixaram um rastro de violência no hospital de referência no
atendimento de emergência da cidade que vai ser a sede
da Olimpíada daqui a 45 dias. Detalhe: a unidade fica a cerca de um
quilômetro do Batalhão de Choque da PM e da sede da Polícia Civil, e a
500 metros do prédio da secretaria de segurança, onde trabalha diariamente o secretário José Mariano
Beltrame.
Fonte: Revista VEJA