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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Finalmente JUSTIÇA – Mas, Comércio fecha em bairros da zona sul do Rio após a morte de Fat Family



Traficante Fat Family é morto pela polícia do Rio após três meses de buscas

Procurado há três meses pela polícia do Rio depois de ter sido resgatado por comparsas de um hospital municipal, o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, de 28 anos, foi morto durante uma operação de policiais civis nesta segunda-feira, 26, no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) o localizaram na localidade Itaóca, no Complexo de favelas do Salgueiro. Além dele, outros dois homens foram mortos num tiroteio com os agentes, segundo informou a Polícia Civil.

Fat Family foi resgatado por um grupo de 20 bandidos armados de fuzis, pistolas e granadas do Hospital municipal Souza Aguiar, no centro da capital, a maior emergência do Estado do Rio. Na ação criminosa, uma pessoa morreu e duas ficaram feridas. O traficante comandava o comércio de drogas no Morro Santo Amaro, no Catete, na zona sul.

Eles agiram na madrugada do dia 19 de junho. A investida gerou uma crise na Secretaria de Segurança do Estado, que descobrira informações sobre o plano dos bandidos, por meio de um grampo telefônico, mas não reforçou o esquema em torno de seu leito o suficiente para evitar o resgate.  Baleado no rosto, Fat Family estava sob custódia havia seis dias. As algemas que prendiam suas mãos foram cortadas com um alicate. A ação teria sido orquestrada pelo irmão dele, o traficante Marco Antonio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, de dentro da cadeia – ele está preso desde 2007.

O hospital fica a cerca de um quilômetro da sede da Secretaria de Segurança. A prisão de Fat Family foi considerada prioritária desde então. A polícia fez diversas operações de busca em diferentes pontos da cidade de lá para cá.

Após a morte do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, de 28 anos, parte do comércio dos bairros do Catete e Glória, na zona sul do Rio, foi fechada. O criminoso, morto na manhã desta segunda-feira, 26, pela polícia, era chefe do tráfico no Morro Santo Amaro, que fica entre os bairros. Criminosos teriam abordado comerciantes da Rua da Glória e da Rua Pedro Américo mostrando armas, obrigando-os a fechar as portas. 

Estabelecimentos como padarias e bares da região obedeceram à determinação. Procurado há três meses pela polícia do Rio, depois de ter sido resgatado por comparsas de um hospital municipal, Fat Family foi morto durante uma operação de policiais civis no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) o localizaram na localidade de Itaoca, no Complexo de favelas do Salgueiro. Outros dois homens foram mortos num tiroteio com os agentes, segundo informou a Polícia Civil. 

Fat Family foi resgatado por um grupo de 25 bandidos armados de fuzis, pistolas e granadas do Hospital municipal Souza Aguiar, no centro, a maior emergência do Estado do Rio. Na ação criminosa, um homem morreu e dois ficaram feridos. Eles agiram na madrugada de 19 de junho. A investida gerou uma crise na Secretaria de Segurança do Estado, que descobrira informações sobre o plano dos bandidos, por meio de um grampo telefônico, mas não reforçou o esquema de vigilância, de modo a impedir o resgate.

Fonte: Isto É


quarta-feira, 6 de julho de 2016

Secretaria de Administração Penitenciária do Rio perde controle sobre detentos



VEP denuncia regalias de detentos e falhas do sistema penitenciário
Relatório de dez páginas se refere à gestão do sistema como 'permissiva e descabida'
Em relatório endereçado ao governador em exercício, Francisco Dornelles, o juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP), Eduardo Perez Oberg, denunciou que a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) perdeu o controle da população carcerária fluminense, dominada por uma facção criminosa. No documento de dez páginas, entregue inicialmente ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o juiz se refere à gestão do sistema como “permissiva, malfeita, descabida e sem qualquer política penitenciária definida” e enumera 17 casos para sustentar a denúncia. 

O dossiê é consequência de uma crise aberta entre a VEP e a Seap desde a fuga do traficante Nicolas Pereira de Jesus, o Fat Family, do Hospital Souza Aguiar, no dia 18 de junho. Na ação, foram mortas duas pessoas. Logo após o resgate, agentes penitenciários usaram as redes sociais para denunciar que os presos de Bangu III, uma das unidades do Complexo de Gericinó, haviam recebido a notícia e comemorado dentro das celas, sinal de que a transmissão da notícia conseguiu furar as barreiras de segurança.

ORDENS PARTEM DE PRESÍDIOS
O titular da VEP relata, no documento, a entrada indiscriminada de celulares, drogas e munições, a saída ilegal de presos, um deles para praticar um atentado, e cita até o caso de uma unidade prisional na qual os presos tinham o serviço delivery de uma rede de fast food. “Não restam dúvidas de que, atualmente, as ordens para a prática da imensa maioria dos crimes ousados cometidos nas ruas do nosso estado parte de dentro das prisões, emanadas dos líderes de facções criminosas que dominam as unidades prisionais, infelizmente”, lamenta. Um dos exemplos destacados para mostrar as falhas da Seap ocorreu no dia 22 de junho, quando a VEP, o Ministério Público e a Polícia Militar montaram uma operação, marcada inicialmente para as 5h, para transferir a presídios federais, fora do estado, 15 presos que estariam envolvidos na fuga de Fat Family.  

A transferência, apesar dos riscos envolvidos, só aconteceu com mais de uma hora de atraso, porque o coordenador da Operação da Seap, Marcos Ferreira de Lima, responsável pelo fornecimento dos veículos de transporte, teria dormido até mais tarde e perdido a hora, como alegou ao chegar ao local onde 75 policiais e um helicóptero o aguardavam.

Os carros da Seap, especiais para transporte de presos, deveriam levar no horário previsto os 15 transferidos de Gericinó para o aeroporto indicado pela Polícia Federal, onde uma aeronave os aguardava. “Finalmente, os carros apareceram às 6h30m, de forma descoordenada, sem conhecimento da direção da Seap acerca do que ocorria”, lamenta o juiz. A escolta dos veículos contou que, a princípio, o comboio estava programado para seguir para Macaé, levando outros presos.

Este episódio teria causado uma briga entre o juiz e o secretário de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, que teria se colocado contra a transferência para presídios federais. Para Eduardo Oberg, um suposto acordo tácito da secretaria, a pretexto de evitar rebeliões, praticamente entregou as unidades mais críticas ao controle da facção criminosa hegemônica. “Estão começando a ocorrer (as rebeliões) pela inércia absoluta da Seap, seja também por acordo expresso verbal, obviamente com a maior facção criminosa do Estado do Rio, para que a Seap não os importune a ponto de incomodar os seus negócios”.

Na lista de casos, Oberg garante que a Seap teria permitido, em dezembro de 2015, que seis presos de alta periculosidade, enquanto aguardavam a transferência para presídios federais, ficassem em Bangu I com as celas abertas, podendo transitar e conversar livremente pela galeria onde estavam durante o dia. O juiz também denuncia a descoberta, em novembro de 2015, de 45 munições de fuzil calibre 5.56 na galeria B6 de Bangu III, levando a crer que o armamento pode ter entrado pela cantina que deveria estar fechada por ordem judicial desde 2003.

Outros pontos destacados pelo juiz são insegurança e forte corporativismo facilitando a rotina dos presos do novo Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, destinado a militares presos; apreensão recorrente de drogas e celulares em Bangu 3, incluindo um roteador de wi-fi grande, de longo alcance; o não cumprimento da retirada de antenas artesanais; a saída ilegal do preso Waldemar Ferreira Bastos Neto, que teria contratado outro detento, Marcelo de Almeida Farias Sterque, para matar a melhor amiga de sua mulher, que conseguiu sobreviver ao atentado no ano passado.

Eduardo Oberg também critica o funcionamento de apenas dois de 20 scanners doados pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ao custo de R$ 20 milhões, para substituir a revista manual dos presos, que causava constrangimentos. Muitos deles, sustenta o juiz, já não poderiam ser instalados, pois estariam inoperantes pela condições em que foram guardados, “o que significa o gasto inútil do dinheiro”.

O relatório cita ainda o caso de apreensão de lanches de uma rede de fast food para os internos do Presídio Elizabeth Sá Rego e o monopólio de uma única empresa, cujo nome não foi citado, no fornecimento de alimentos para as cantinas nos presídios, em contratos que envolvem R$ 30 milhões.  O juiz determinou a abertura de procedimento especial de investigação para cada caso citado e recomendou ao Ministério Público a abertura de inquérito por improbidade administrativa contra os servidores envolvidos. “O que se deseja”, segundo Oberg, é mostrar o quadro que hoje se apresenta a administração da Seap, “levando a condução do sistema penitenciário a um ponto de extremo perigo”.

Procurada, a Seap rebateu em nota os principais casos citados pelo juiz. Sobre a demora na operação de transferência de presos, alega que “o atraso admitido pelo funcionário não ocasionou prejuízo ou mesmo atraso na transferência dos internos em questão”. A Secretaria garantiu também que conta hoje com 33 scanners. Desse total, 25 já foram instalados. Destes, segundo a nota, seis estão em pleno funcionamento. “A expectativa é que todos os scanners estejam prontos e em funcionamento na segunda quinzena de julho, pois os aparelhos de ar-condicionado já foram licitados, e a expectativa é que na semana que vem sejam entregues e comecem a ser instalados. Outros oito scanners estão nas unidades prisionais aguardando o fim das obras de adaptação da portaria para serem instalados”, informou.

A Seap garantiu ainda que abriu uma sindicância para apurar a saída do preso Waldemar Ferreira Bastos Neto e afastou todos os agentes envolvidos. “A sindicância já foi concluída e está na Comissão Permanente de Inquérito Administrativo”. A secretaria garante que possui toda a documentação em livros e imagens mostrando que o interno Marcelo Sterque não saiu do sistema no dia em que ocorreu o atentado.

CELAS ESTAVAM ABERTAS
A Seap, contudo, não negou que tivesse mantido abertas as celas de Bangu III, destinadas a presos de alta periculosidade: É permitido ao preso algumas horas por dia de banho de sol. Cabe ressaltar que os internos a que se refere não estavam cumprindo sanção disciplinar ou Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) e por isso ficavam com as celas abertas”.

A Seap, por fim, garantiu que não existe cantina no Bangu III: “A Seap fechou a cantina após a última rebelião, em 2003. Quanto às munições, elas foram apreendidas durante uma operação de inspetores penitenciários e pela coordenação de Bangu em 26 de outubro de 2015. Cabe ressaltar que as munições estavam enterradas e enferrujadas, sem condições de uso. Todo o material apreendido foi encaminhado para a delegacia e há um registro de ocorrência documentando o fato” A Assessoria de Comunicação de Francisco Dornelles informou que o governador ainda não recebeu o relatório, originalmente endereçado a Beltrame.

Fonte: O Globo


terça-feira, 21 de junho de 2016

VEP determina transferência de 15 presos envolvidos em resgate no Souza Aguiar

Investigações começaram por determinação do juiz Eduardo Oberg depois que presos comemoraram fuga de comparsa

O titular da Vara de Execuções Penais (VEP), juiz Eduardo Oberg, determinou nesta terça-feira que 15 presos, hoje custodiados no Complexo Penitenciário de Gericinó, sejam transferidos para unidades prisionais federais fora do estado do Rio de Janeiro. De acordo com o magistrado, as gravações de áudio em comemoração pelo resgate do traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, mais conhecido como “Fat Family”, recebidas pelo tio do criminoso dentro da cadeia, evidenciam a necessidade de desarticulação imediata da quadrilha e seu constante monitoramento de modo rigoroso. 
 
Além disso, diante da informação de uma suposta festa que teria acontecido nas galerias da prisão depois da fuga de “Fat Family”, o juiz determinou a abertura de dez procedimentos investigatórios e de inquéritos na Delegacia de Homicídio (DH) e na Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) para apurar as denúncias de entrada de lanches na unidade na ocasião, além dos celulares, roteador de 8kg (que possibilitava comunicação via wi-fi livre na região) e munição encontrados.Diante da omissão da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, determino que cada um dos fatos narrados seja investigado. Os casos da munição e dos lanches, por exemplo, vão ser investigados pela 34ª DP, que é a delegacia responsável por aquela área”, disse o magistrado. 

Entre os presos estão Edson Pereira Firmino de Jesus, tio de Fat Family e acusado de ter planejado a fuga; Marcio Gomes Medeiros Roque, o Marcinho do Turano; Marcelo Fonseca de Souza , o Xará; Sandro Batista Rodrigues, o Naiba; Aleksandro Rocha da Silva, o Sam da Caico, Paulo Cesar Souza dos Santos, o Paulo Muleta; Leonardo Carlos da Silva, Davi da Conceição Carvalho, Marcelo da Silva Guilherme, Wilson Ferreira Cardozo, Eliezer Miranda Joaquim, Arnaldo da Silva Dias, Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, Francisco Eduardo Freire Barboza.

A abertura de investigação sobre o envolvimento de presos do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, havia sido determinada na segunda-feira, pelo juiz Eduardo Oberg depois que presos comemoraram com festa a invasão do Hospital Souza Aguiar, no Centro, que deu fuga ao traficante. No presídio Vicente Piragibe, presos aplaudiram de pé Zaca pelo sucesso do resgate. “Em função disso eu determinei a abertura de um inquérito na Divisão de Homicídios e na Dcod [Delegacia de Combate às Drogas] para apurar esse ocorrido, ou seja, apurar a participação do tio de Nicolas, conhecido como Zaca e dos integrantes da B7 no resgate do Fat Family”, afirmou.

Além do envolvimento de presos, o inquérito irá investigar o possível envolvimento de agentes para entrada de lanche e do roteador na unidade. Os investigadores também farão o cruzamento de listas de visitas de Zaca no presídio e de Fat Family, no Souza Aguiar. Durante o período que ficou internado o traficante recebeu visitas de parentes e de advogados.

Fonte: O Globo