Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Fora do front. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fora do front. Mostrar todas as postagens

sábado, 18 de julho de 2020

Fora do front - Folha de S. Paulo

Julianna Sofia


Um exército de 112 mil servidores federais encontra-se afastado do local de trabalho devido aos impactos da pandemia

Um exército de 112 mil servidores federais encontra-se afastado do local de trabalho devido aos impactos da pandemia. Dentre eles, o mais alto integrante da administração pública, o próprio presidente Jair Bolsonaro. Infectado, isolou-se desde o último dia 7 no Palácio da Alvorada, apesar da retórica trevosa e negacionista sobre os efeitos da doença e em prol do relaxamento das regras de quarentena. Levantamento feito por esta Folha aponta que, se considerados os quase 280 mil funcionários das universidades e institutos enclausurados em casa em razão da suspensão das aulas presenciais, quase 70% da mão de obra federal mantém-se ausente do front.

Cumpre destacar que o isolamento social é medida fundamental para o controle do contágio – enquanto não há tratamento comprovado para a cura da doença ou vacina disponível. São várias as experiências auspiciosas de países que adotaram restrições rígidas à circulação de pessoas para achatar as curvas de infecção. Inevitável comparar os números de afastamento dos servidores federais com a realidade laboral do restante do país. Dados do IBGE mostram que apenas 12,5% da população ocupada no Brasil (o equivalente a 10,3 milhões de trabalhadores) continua em casa por causa do distanciamento. Em relação ao início de maio – quando a medição Pnad Covid-19 teve início–, 5,5 milhões de brasileiros voltaram às suas atividades, embora haja transmissão acelerada do vírus em 60% das grandes cidades.

Para a maioria dos servidores federais não há prazo para o retorno às repartições, e entidades representativas das categorias atuam para garantir na Justiça extensão do trabalho remoto pelo tempo que durar a pandemia. Em que pese o anacronismo de um Estado corporativista perpetuador de mordomias indefensáveis ao funcionalismo, não há aqui que se falar em privilégio. Trata-se de direito, a que todos deveriam fazer jus. [PARABÉNS à articulista; Raro se encontrar um profissional de imprensa que tenha a sensatez e honestidade de não considerar "privilégio descabido e injusto" o que é um direito do servidor público - é bem mais fácil alcançar a igualdade entre todos reduzindo direitos, do que propor a igualdade estendendo direitos.]

Julianna Sofia, colunista - Folha de S. Paulo