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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Bolsonarismo domina conferência de direita em São Paulo - O Estado de S. Paulo

Ricardo Galhardo

Evento conservador é financiado pelo instituto Indigo, a fundação do PSL, que recebe recursos públicos 

[uma fundação de um partido político, ainda que receba recursos públicos não está proibida de patrocinar eventos que difundam o programa do partido ao qual pertence - nenhuma lei impede tal conduta.

O uso de recursos públicos tem uma única consequência: torna mais necessária a já imprescindível transparência na prestação de contas da forma como foram utilizados tais verbas.]

O Brasil entra no circuito mundial da direita com a realização da CPAC (Conservative Political Action Conference), o maior evento conservador dos EUA, pela primeira vez no País nesta sexta-feira, 11, e sábado, 12, em São Paulo. Diferente da matriz, que abre espaço para diversos setores da direita, a versão brasileira será circunscrita ao bolsonarismo [ que agrupa os setores mais comprometidos com a direita que está crescendo em todo o mundo.]

O protagonismo será da chamada "ala ideológica" ligada ao escritor Olavo de Carvalho. Possíveis adversários do presidente Jair Bolsonaro no campo conservador, como os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), não vão participar. [Olavo de Carvalho, desde que se abstenha de dar palpites no governo do Presidente Bolsonaro e modere sua linguagem, tem seu valor como um dos líderes da direita.] A pessoas próximas, Doria chegou a demonstrar interesse, mas não foi convidado. Witzel, segundo a organização do evento, alegou dificuldades de agenda.[espertamente alegou as tais dificuldades por saber que não seria convidado.]  Ambos são vistos pelo Planalto como possíveis adversários de Bolsonaro na eleição de 2022.

O presidente é esperado na abertura do evento. Assessores dizem que ele deve usar a conferência para dialogar com seu eleitorado mais fiel e pode radicalizar o discurso. O presidente do PSL, Luciano Bivar, teve o nome excluído da lista de participantes nesta quarta, em meio à disputa com Bolsonaro pelo controle do partido.
Dos quatro ministros que vão participar das mesas, apenas Onyx Lorenzoni (Casa Civil) não foi indicado por Olavo. Os outros são Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Abraham Weintraub (Educação). [os três andaram escorregando feio,  destaque para Araújo e Weintraub, a ministra Damares se portou de forma magistral no enquadramento da tal 'comissão de anistia' e no descarte de indenizar Okamoto, anistiado político e  pagador-geral das contas do presidiário de Curitiba.] 
A realização da conferência no Brasil é parte de uma tentativa de expansão global da ação política conservadora. Antes restrita aos EUA, onde é feita desde 1973, este ano a CPAC terá versões também na Austrália, Coreia do Sul, Japão e Irlanda.
Ao todo a conferência terá 27 palestrantes, nove deles estrangeiros. Os destaques são Matt Schalpp, presidente da American Conservative Union (ACU, União Conservadora Americana em inglês); e o senador republicano Mike Lee, que já foi chamado de "o senador mais conservador dos EUA".

Cofres públicos

A expectativa dos organizadores brasileiros, liderados por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), é reunir cerca de 1.200 pessoas nos dois dias de evento. No Brasil a participação é gratuita, ao contrário dos EUA, onde os ingressos custam de US$ 55 (R$ 226) a US$ 5.750 (R$ 23,6 mil).  A organização é da ACU e da fundação Instituto de Inovação e Governança (Indigo). Vinculado ao PSL, o instituto vai arcar com todos os custos, sem patrocinadores. O Indigo é financiado com verbas do Fundo Partidário, ou seja, dos cofres públicos. No ano passado recebeu cerca de R$ 1,8 milhão. Este ano, com o crescimento do PSL, a expectativa é que o Indigo receba R$ 16 milhões.

O presidente do instituto é Sergio Bivar, filho de Luciano. Segundo a assessoria da CPAC Brasil, ele não participa da organização. Sergio foi procurado mas não respondeu. A organização não divulgou o custo do evento mas informou que "haverá transparência total tão logo finalizadas todas as despesas".

Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo