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quinta-feira, 5 de março de 2015

No Japão ministros caem por receberem doação de R$ 14 mil - de empresas subsidiadas pelo governo - No Brasil, a empresa para receber empréstimo subsidiado do BNDES (governo) precisa se comprometer a doar

Nem um pedido de desculpas? 

[no Brasil do PT, as empreiteiras envolvidas na Lava-Jato - autoras de generosas doações ao PT e partidos da base governista - receberam financiamentos subsidiados do BNDES.
Fosse no Japão ou em outros países sérios, até o presidente da República cairia.
Aqui Dilma segue impávida - só está sofrendo algumas pressões devido ser extremamente incomPTente e conduzir uma política econômica estúpida e que está gerando inflação alta, desemprego, juros nas nuvens e outras mazelas.]

Lista de Janot é muito mais do que ‘simples’ denúncia de imprensa. Os políticos ali citados serão alvos de uma investigação formal

Três ministros do governo japonês caíram nos últimos quatro meses, envolvidos em denúncias de mau uso do dinheiro de campanha. A sequencia chegou agora ao primeiro-ministro Shinzo Abe, acusado de receber doações irregulares de duas companhias privadas. Montante das doações: a espantosa cifra de R$ 14 mil. A ilegalidade apontada: as empresas doadoras haviam recebido subsídios do governo.

Se essa regra existisse no Brasil, nenhuma das empresas envolvidas na Lava-Jato poderia ter feito doações. Todas recebem financiamentos subsidiados do BNDES.
A regra faz sentido. O subsídio — empréstimo a juros baixos ou redução de impostos — é um favor concedido pelo governo. Logo, há motivos para suspeitar de troca de favores. Então, a empresa ganha um subsídio e pouco depois dá dinheiro para a campanha do primeiro-ministro?

Abe informou que recebeu os 14 mil reais mas alegou que não tinha como saber que as doadoras recebiam subsídios públicos. Esse, de fato, é um ponto em discussão nos meios políticos japoneses, de modo que o caso permanece ainda sem solução. Já um experiente político, Koya Nishikawa, renunciou em janeiro passado ao cargo de ministro da Agricultura, também por um caso de possível conflito de interesses. Ele, Nishikawa, recebeu a fortuna de R$ 24 mil de uma companhia do setor de açúcar. O possível conflito: como ministro da Agricultura, ele participava da negociação de acordos internacionais de comércio, os quais, de algum modo, regulariam a exportação e importação de açúcar.
É isso mesmo que o senhor e a senhora leram: havia uma possibilidade de que Nishikawa, em negociações públicas e abertas, se considerasse meio que forçado a defender interesses das companhias que lhe haviam doado aquele dinheirão.


Renunciou, dizendo que, sim, havia recebido as doações, que, não, não havia traído a confiança dos eleitores, mas que a possível suspeita inviabilizava moral e politicamente sua permanência no governo. Reparem de novo: a denúncia saiu na imprensa, não há processo legal, nenhuma acusação nos tribunais.

Continue lendo em: Nem um pedido de desculpas? Carlos Alberto Sardenberg é jornalista