Marcelo Odebrecht pode reduzir pena à metade se
entregar Lula - Condenado
a 19 anos de prisão, empreiteiro já deveria ter aberto o bico há muito tempo
A mistura de arrogância com teimosia mais
cedo ou mais tarde tem seu preço.
Para
Marcelo Odebrecht, que se recusa a abrir o bico desde que foi preso há 263
dias, foi mais cedo, graças à agilidade do juiz federal
Sérgio Moro. Ele condenou o ex-presidente da maior empreiteira do
Brasil a 19 anos e quatro meses de
prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro
e associação criminosa.
Moro ainda fixou
multa de quase R$ 109 milhões e US$ 35 milhões a Marcelo e quatro
executivos condenados ligados à Odebrecht (Márcio
Faria, Rogério Araújo, César Ramos Rocha e o companheiro de viagens de
Lula, Alexandrino Alencar), além de Renato
Duque.
De
quebra, o juiz criticou a chicana jurídica dos envolvidos que se comportam
“como se fossem vítimas de uma
perseguição universal e não de uma ação penal fundada, desde o início, na prova
material do pagamento de propinas pelo Grupo Odebrecht aos agentes da
Petrobras”. Segundo Moro, em apenas
um dos crimes de corrupção envolvendo Marcelo foram movimentados 46,7 milhões de reais em propina.
É a primeira condenação do
empreiteiro no escândalo do petrolão e sua pena
poderá ser majorada se for condenado nas outras ações a que responde.
Marcelo, no entanto, pode passar
bem menos tempo na cadeia se fechar o acordo de delação premiada que já negocia.
Conforme
a Lei 12.850/2013, em caso de delação firmada depois da sentença, a pena poderá
ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que
ausentes os requisitos objetivos – ou seja, acelera a progressão de
regime. É verdade que metade de 19 anos e quatro meses ainda são 9 anos
e oito meses, um bocado de tempo para passar atrás das
grades.
Mas quem mandou não
entregar Lula antes?