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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

‘Vou sair do PSL’, diz Selma Arruda após tensão com ‘CPI da Lava Toga’ - Veja

Senadora do Mato Grosso, a juíza aposentada conhecida como 'Moro de saias' confirma filiação em novo partido


A senadora de primeiro mandato Selma Arruda (MT), juíza aposentada também conhecida comoMoro de saias“, disse ao Estado que decidiu sair do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. “São coisas graves, é uma pressão que vem de todo lado, e é por isso que eu vou sair do PSL“, afirmou. “Na próxima quarta-feira (18) vou me filiar ao Podemos.”

Na última terça-feira 10, em nota a imprensa, a parlamentar tornou público o conflito com a legenda: “A senadora Juíza Selma esclarece que, devido a divergências políticas internas, entre elas a pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava Toga, está avaliando a possibilidade de não permanecer no PSL”, dizia o texto. “Selma confirma, ainda, que não vai retirar sua assinatura da CPI para investigar integrantes do Supremo.” Curta e insípida, a nota não reflete nem de longe o grau de tensão dentro da bancada.

Reportagem de VEJA desta semana traz detalhes do racha no PSL que se delineia no Senado. Flávio Bolsonaro, acusado de embolsar parte dos salários dos servidores de seu gabinete quando era deputado estadual do Rio, está pressionando seus colegas a desistir da CPI e, assim, não importunar seus futuros julgadores. Até agora, ele fracassou na ofensiva, semeou desavenças e colheu novos adversários. 

Selma Arruda, por exemplo, resolveu se manifestar depois de receber um telefonema do filho mais velho do presidente. Com aquele estilo peculiar da primeira-­família da República, o senador foi direto ao ponto: “Vocês querem me f… Vocês querem f… o governo”. Se a ideia era intimidar, não deu certo. “Ele me ligou alterado, dizendo que a gente estava prejudicando. Eu falei: ‘Baixa a bola. Você não está falando com… né? Me respeite’”, contou Selma Arruda a VEJA. “Ele não baixou a bola, e eu desliguei o telefone.” Em suas conversas, Flávio Bolsonaro esgrime sempre a mesma tese: a CPI da Lava Toga pode causar ruídos na relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário, prejudicar a governabilidade e implodir uma relação harmônica construída entre os chefes dos três poderes.

Conhecida durante sua campanha por seu amplo apoio a Jair Bolsonaro, Selma disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no sábado (14) que o PSL  a incomoda “não apenas pela falta de solidariedade em relação a todo esse processo que eu estou enfrentando [de cassação do mandato], mas também em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a assinatura do pedido de CPI da Lava Toga. Não tenho mais jeito de permanecer nesse ambiente.”
A senadora afirmou ainda que seu colega, o senador Major Olímpio, “também está com um pé fora do PSL.”

Com Estadão Conteúdo