Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O jingle de campanha apostava na fama de durona: “Com pulso forte, pôs bandido no xadrez / Do sul ao norte, ninguém faz o que ela fez”. No ano passado, a juíza Selma Arruda virou fenômeno eleitoral em Mato Grosso. Na onda da Lava-Jato, tornou-se a senadora mais votada do Estado.
A doutora se transformou em celebridade ao mandar políticos para a cadeia. A imprensa local passou a chamá-la de “Sergio Moro de saias”. Ela gostou do apelido e estimulou as comparações com o colega de Curitiba. A seis meses da eleição, pendurou a toga e se filiou ao PSL de Jair Bolsonaro. Eleita, Selma continuou a investir na pregação moralista. Em março, disse ter “vergonha” do Supremo Tribunal Federal e passou a militar pelo impeachment de ministros da Corte. A proposta não teve apoio oficial do governo, mas abriria novas vagas a serem preenchidas pelo presidente. Em agosto, a senadora voltou à tribuna para defender “um Brasil melhor e menos corrompido”. No mesmo discurso, acusou a OAB de defender organizações criminosas e disse que a Constituição “não foi feita para ocultar bandido”. [talvez, o termo ocultar bandido seja inadequado, mas, toda lei - de uma Portaria à Constituição Federal - que dificulta a punição de bandidos, permite múltiplas interpretações, facilita o combate aos bandidos.] Quando o Intercept Brasil começou a revelar os diálogos impróprios da Lava-Jato, a ex-juíza direcionou sua ira aos jornalistas. [diálogos cuja autoria, até hoje - podemos considerar que nunca serão autenticados, além da grande possibilidade de terem sido forjados, não podem ser periciados, devido não ter havido uma cadeia de custódia.] Depois disse que a operação “nos levou às urnas vestidos de verde e amarelo, para votarmos num Brasil melhor”. Em setembro, Selma reforçou a campanha por uma CPI para investigar os tribunais superiores. “Nós precisamos de limpeza, precisamos do fim da corrupção”, bradou. Ela conclamou o povo a ir às ruas com “aquela camiseta amarela na qual está escrito que o meu partido é o Brasil”. A mesma usada por Bolsonaro na campanha ao Planalto. Enquanto posava de vestal, Selma era investigada por abuso de poder econômico e caixa dois. De acordo com a Procuradoria, ela escondeu gastos de R$ 1,2 milhão na campanha. Apesar do lobby de Moro, o TSE cassou seu mandato na terça-feira. Agora o contribuinte terá que pagar mais R$ 9 milhões por uma nova eleição. Bernardo M. Franco, colunista - O Globo
Ela é conhecida no Mato Grosso como “Moro de Saias”. A senadora Selma Arruda (Podemos-MT) já foi juíza federal no seu estado por 22 anos e, assim como o ministro da Justiça, Sergio Moro, se aposentou em 2018 para entrar para a política, depois de ter decretado a prisão de gente importante, como o ex-governador Silval Barbosa (MDB) e secretários de estado. Na carona de Bolsonaro, e com o discurso de combate à corrupção, ela se elegeu senadora e não tem vergonha de assumir que defende projetos do presidente, como o que permite as pessoas se armarem. “Eu tenho uma arma e nunca matei ninguém”, diz. Mas abomina as teses de extrema-direita ostentadas por Bolsonaro: “É de uma burrice sem fim”, afirma, referindo-se ao que considera discriminação dos homossexuais. Embora ainda declare apoio ao governo, Selma deixou o PSL depois brigar com o filho do presidente, o senador Flávio, que lhe falou palavrões ao telefone. A senadora luta para que a Lava Jato não morra: “A operação está a um pé do abismo”, sobretudo se o STF decidir pela suspeição de Moro nos processos de Lula, avalia Selma. A magistrada não tem mesmo papas na língua.
O PSL, partido que a senhora acabou de deixar, vive uma crise sem precedentes. O que há por trás da guerra interna?
O partido não foi construído de maneira organizada. Há dirigentes partidários que não querem sair porque não desejam perder o fundo partidário, há outros mais colados ao presidente Bolsonaro que o acompanham independente da sigla, e há os que pertencem realmente ao PSL, sob a batuta do deputado Luciano Bivar, mas está em minoria. Isso não vai se sustentar como está. Depois da briga atual, esse quadro vai mudar e um desses três grupos vai acabar prevalecendo sobre os outros.
Mais do que por discussões ideológicas, a desavença entre Bolsonaro e Bivar é pelo controle do dinheiro para campanhas eleitorais?
Exatamente. O partido ficou poderoso por conta do dinheiro auferido com a eleição e agora as pessoas que querem deixar a sigla pensam duas vezes: sair de um partido rico e ir para onde? E o dinheiro para as eleições do ano que vem? O que eu tenho visto por aí é que nenhum desses grupos está preocupado com o futuro, com os interesses partidários. Todos só pensam no dinheiro que ele gera.
Os preparativos para a campanha da reeleição em 2022 estão pesando?
Pelo que tenho visto, ele se desentendeu com o Bivar por causa disso. Não Não tenho acompanhado de perto dessa briga. Afinal, acabo de deixar o PSL para ingressar no Podemos.
A senhora deixou o PSL depois de ríspida discussão com o senador Flávio, filho do presidente, que lhe telefonou à noite, falando palavrões. Ele foi grosseiro?
Eu gostaria de esquecer aquele episódio. Ele me ligou por volta das 22h, muito alterado, aos berros, dizendo aqueles palavrões que todos já sabem (“você quer me foder?”), apenas porque assinei a lista da CPI da Lava Toga. Eu falei: ‘fala mais baixo; você não está falando com tuas negas’. Ele foi deselegante. Não sou nada dele. Pedi para ele baixar o tom e ele não baixou. Então desliguei. Telefonei em seguida para a senadora Soraya (Thronicke, do PSL-MS), que também já havia ficado 40 minutos com ele ao telefone. Flávio também queria convencê-la a retirar a assinatura. O mesmo aconteceu com o senador Major Olímpio, que também recebeu uma ligação dele. Só que o Major Olímpio respondeu à altura, diferente de mim.
Deixou o PSL só por isso?
O PSL ficou de mãos atadas para defender o combate à corrupção exatamente por essa postura do Flávio. Ele só quer livrar a pele dele lá no Rio. E isso foi me incomodando.
A senhora saiu também em meio à confusão em torno dos laranjais de Pernambuco e de Minas Gerais. Afinal, por que o ministro do Turismo não é demitido?
Acredito que o presidente está aguardando uma definição da Justiça. Deve estar satisfeito com o trabalho dele e não vai tomar uma medida drástica antes que a própria Justiça se posicione.
A senhora também não o demitiria então?
Eu sou outra pessoa. Sempre tive um trato muito sério com as pessoas que trabalham comigo, no sentido da transparência e do não envolvimento com corrupção. A gente sabe que pode haver injustiças, mas eu não sou se ficar passando a mão na cabeça de ninguém.
Mas o MPF até já o denunciou à Justiça…
Eu também fui denunciada por caixa dois da campanha do ano passado, não é? No meu caso, tudo de forma improcedente. Eu não fiz caixa dois. Os gastos questionados foram feitos em março e abril e nem havia campanha ainda. Não pode haver caixa dois em período da pré-campanha. Mas aqui no Mato Grosso há uma “lei” dizendo que isso é caixa dois.
A senhora se sente injustiçada pelo processo que chegou a pedir a cassação do seu mandato pelo TRE do MT?
Com certeza (ela vai recorrer ao TSE). Quando a gente sabe que alguém se meteu em encrenca, eu digo: tchau. Mas, no meu caso, houve armação da política local. Eu fui juíza por 22 anos aqui no Mato Grosso combatendo corrupção. As pessoas de uma das organizações criminosas que eu prendi foram responsáveis por essa armação. O juiz que me julgou é intimamente ligado ao ex-governador que eu prendi e o juiz que julgou as minhas contas era advogado do ex-governador.
Senadora do Mato Grosso, a juíza aposentada conhecida como 'Moro de saias'confirma filiação em novo partido
Por Da redação
A juíza Selma Arruda durante evento, em Mato Grosso (Andréa Lobo/Gcom-MT/Divulgação)
A senadora de primeiro mandato Selma Arruda (MT), juíza aposentada também conhecida como “Moro de saias“, disse ao Estado que decidiu sair do PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. “São coisas graves, é uma pressão que vem de todo lado, e é por isso que eu vou sair do PSL“, afirmou. “Na próxima quarta-feira (18) vou me filiar ao Podemos.”
Na última terça-feira 10, em nota a imprensa, a parlamentar tornou público o conflito com a legenda:“A
senadora Juíza Selma esclarece que, devido a divergências políticas
internas, entre elas a pressão partidária pela derrubada da CPI da Lava
Toga, está avaliando a possibilidade de não permanecer no PSL”, dizia o
texto. “Selma confirma, ainda, que não vai retirar sua assinatura da CPI
para investigar integrantes do Supremo.” Curta e insípida, a nota não
reflete nem de longe o grau de tensão dentro da bancada.
Reportagem de VEJA desta semana traz detalhes doracha no PSL que se delineia no Senado. Flávio Bolsonaro,
acusado de embolsar parte dos salários dos servidores de seu gabinete
quando era deputado estadual do Rio, está pressionando seus colegas a
desistir da CPI e, assim, não importunar seus futuros julgadores. Até
agora, ele fracassou na ofensiva, semeou desavenças e colheu novos
adversários.
Selma Arruda, por exemplo, resolveu se manifestar depois de
receber um telefonema do filho mais velho do presidente. Com aquele
estilo peculiar da primeira-família da República, o senador foi direto
ao ponto: “Vocês querem me f… Vocês querem f… o governo”. Se a ideia era
intimidar, não deu certo. “Ele me ligou alterado, dizendo que a gente
estava prejudicando. Eu falei: ‘Baixa a bola. Você não está falando com…
né? Me respeite’”, contou Selma Arruda a VEJA. “Ele não baixou a bola, e
eu desliguei o telefone.” Em suas conversas, Flávio Bolsonaro esgrime
sempre a mesma tese: a CPI da Lava Toga pode causar ruídos na relação
entre Executivo, Legislativo e Judiciário, prejudicar a governabilidade e
implodir uma relação harmônica construída entre os chefes dos três
poderes.
Conhecida durante sua campanha por seu amplo apoio a Jair Bolsonaro, Selma disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no sábado (14) que o PSL a
incomoda “não apenas pela falta de solidariedade em relação a todo esse
processo que eu estou enfrentando [de cassação do mandato], mas também
em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a
assinatura do pedido de CPI da Lava Toga. Não tenho mais jeito de
permanecer nesse ambiente.”
A senadora afirmou ainda que seu colega, o senador Major Olímpio, “também está com um pé fora do PSL.”