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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

EI executa jornalista que escrevia sobre vida em Raqqa



Ruqia Hassan, de 30 anos, foi acusada pelo grupo extremista de ser espiã
Uma jornalista que escreveu sobre o cotidiano da vida na cidade síria de Raqqa, principal reduto dos Estado Islâmico, foi morta pelos jihadistas informaram ativistas e jornalistas sírios. Ruqia Hassan, de 30 anos, foi acusada pelo grupo extremista de ser espiã e teve a morte confirmada por sua família nos últimos dias.

Sobre o pseudônimo de Nissan Ibrahim, Ruqia descrevia nas redes sociais a vida dos moradores de Raqqa - Reprodução Facebook

Sobre o pseudônimo de Nissan Ibrahim, Ruqia descrevia nas redes sociais a vida dos moradores de Raqqa e os frequentes ataques da coalizão internacional contra os jihadistas. Depois de se formar em filosofia da Universidade de Aleppo, ela se uniu à oposição ao regime de Bashar al-Assad, se baseou em Raqqa e se recusou a sair da cidade após o EI tomar o local. Não se sabe ao certo quando ela foi sequestrada pelo EI, mas sua última publicação no Twitter ocorreu em 21 de julho do ano passado. “Vá em frente e cortem a internet, nossos pombos mensageiros não vão reclamar”, escreveu ela no microblog, mantendo o senso de humor e esperança mesmo nos momentos difíceis.

Segundo o ativista local sírio Abu Mohammed, as últimas palavras da jornalista foram: Estou em Raqqa e recebi ameaças de morte. Quando o EI me prender e me matar, não tem problema... porque é melhor do que (viver) humilhada por eles”.

O Estado Islâmico tem realizado uma campanha de assassinatos cruéis para silenciar todos os que se posicionem contra o grupo ou forneçam informações sobre os acontecimentos em Raqqa. Em alguns vídeos, os extremistas já mostraram a execução de membros da organização jornalística “Raqqa is Being Slaughtered Silently” (Raqqa está sendo massacrada silenciosamente).

Fonte: O Globo