O Globo
Nelson Lima Neto
Está marcado para quarta-feira, dia 24, o julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre a forma que Jair Bolsonaro poderá depor no inquérito que investiga as denúncias do ministro Sérgio Moro, de interferência do presidente na Polícia Federal. A dúvida é se Bolsonaro, em função do cargo que ocupa, tem direito a prestar depoimento por escrito mesmo ao figurar como investigado. [investigado não é sinônimo de culpado ou de acusado.] Em
novembro, o presidente encaminhou manifestação ao Supremo afirmando
abrir mão do seu depoimento caso ele não aconteça por escrito.
[O que previmos, está acontecendo; será mais um 'balão de ensaio'?
Invariavelmente, vem à mente: lembramos do poema:
“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Eduardo Alves da Costa
Como se sabe, o julgamento foi suspenso em 8 de outubro - o que paralisou o andamento do caso desde então. O ministro Celso de Mello, relator do inquérito à época, negou o pedido feito por Bolsonaro para se manifestar por escrito. [oportuno lembrar que o ex decano sempre procurou, por todos os meios, demonstrar sua antipatia, inconformismo, do mais alto cargo da nação brasileira ser ocupado por JAIR MESSIAS BOLSONARO.
Teremos bom sendo, respeito às instituições? ]com ter Com a aposentadoria do antigo relator, o caso agora tem a frente o ministro Alexandre de Moraes.
Não custa lembrar, Sérgio Moro acusa Bolsonaro de interferir no funcionamento da Polícia Federal para proteger a sua família.[a Polícia Federal integra o Ministério da Justiça, órgão do primeiro escalão do Poder Executivo, que é subordinado ao presidente da República. No entendimento do triplo EX, Bolsonaro pode demitir o ministro, como tem feito e continuará fazendo, mas não pode substituir servidor do segundo escalão.]
Blog do Ancelmo - O Globo