Ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do futuro presidente, foi citado em relatório do Coaf por movimentações financeiras suspeitas; entenda o caso.
Na última semana, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) agitou o noticiário político do País. Conforme foi divulgado na imprensa, o documento, produzido como parte do desdobramento da Operação Lava Jato no Rio, indica movimentação financeira atípica por parte de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do futuro presidente Jair Bolsonaro.O caso levou a família Bolsonaro, bem como membros do próximo governo, a se manifestar. Mas o que há, afinal, no relatório? E como esses indícios estão conectados à família do presidente eleito? A "BBC News Brasil" traz cinco perguntas para explicar o episódio.
Qual é o caso que envolve o ex-assessor do filho de Bolsonaro?
Na quinta-feira (6), o jornal "Estado de S. Paulo" revelou que um
relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão que
atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro, indicou uma
movimentação financeira atípica em uma conta no nome do ex-assessor de
Flávio Bolsonaro e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz. De acordo a imprensa, o documento informa que Queiroz movimentou R$ 1,2
milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor que seria
incompatível com seu patrimônio e ocupação.
Exonerado [a pedido] do gabinete de Flávio Bolsonaro em outubro, Queiroz atuava
como motorista e segurança do deputado. Ainda segundo a imprensa, ele
era servidor público cadastrado da Assembleia Legislativa do Rio, com
salário de R$ 8.517, e acumulava rendimentos mensais de R$ 12,6 mil da
Polícia Militar.
O documento foi anexado, segundo o Estado de S. Paulo, pelo Ministério
Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça,
desdobramento da Lava Jato no Rio. O MPF investiga um esquema de
pagamento de propina a parlamentares para que apoiassem os interesses do
ex-governador do Rio Sérgio Cabral, condenado por corrupção, na
Assembleia. Dez deputados estaduais já foram presos. Flávio Bolsonaro
não foi alvo da operação. O jornal informou também que Queiroz foi citado ao lado de outros
servidores e ex-servidores da Alerj que fizeram transações financeiras
suspeitas. O mapeamento do Coaf foi realizado a pedido de procuradores
da República, a fim de traçar um padrão entre as movimentações.
(...)
Ainda não se sabe se Queiroz ou Flávio Bolsonaro serão investigados.
Em nota divulgada a veículos da imprensa, o MPF disse "não ter por
política" confirmar ou negar se deputados que não estão entre os alvos
da Furna de Onça estão sendo investigados ou se poderão vir a ser.