IBANEIS, ou ENGANÊS, o Pronto Socorro do Hospital Regional de Taguatinga continua fechado desde quinta-feira, e os pacientes naquele dia foram mandados para casa aguardar por um chamado, que nunca chega.
No Brasil, e no mundo, os pacientes de PRONTO SOCORRO tem prioridade sobre os demais - PRONTO SOCORRO = EMERGÊNCIA MÉDICA.
Sob tua administração a coisa muda de figura e muda para pior.
Agora é que começamos a entender que quando o senhor foi eleito e decidiu fazer um check-up, optou por ir para São Paulo.
NÃO CONFIA NOS HOSPITAIS QUE ESTÃO SOB SUA RESPONSABILIDADE - administrar um Ente federativo não é só nomear amigos para cargos.
A propósito: quando o viaduto que está em obras desde meados de 2018 vai voltar a ser usado?
Rollemberg enrolou por ser incompetente e você está enrolando por que?
Crianças estão morrendo ainda na barriga da mãe devido o cordão umbilical ter enrolado no pescoço!!!
E as delegacias?você colocou duas para funcionar 24/7 e as outras?
Diz a Constituição ainda que é dever sagrado do Estado atender esse direito universal.
A realidade e o simples bom senso dizem que não existe a
menor possibilidade de se cumprir essa letra da Constituição. Nunca
haverá dinheiro para isso. Nem o Estado será capaz de montar um sistema
eficiente desse tamanho e alcance. A solução, praticada em um sem número de países, exige uma seleção e
uma lista. A seleção em quatro níveis: pessoas que serão sempre
atendidas no SUS;
as que serão atendidas prioritariamente;
aquelas que
serão recebidas no SUS apenas se tiver vaga sobrando; e, finalmente,
as
pessoas que não têm esse direito, a menos que paguem a preços de
mercado.
A regra, claro, deve ir do mais pobre ao mais rico.
A lista será de medicamentos e procedimentos. Uma primeira
grande divisão: o que será de graça e o que será pago. Não faz sentido o
Estado ficar sem dinheiro para vacinas enquanto paga uma cirurgia
cardíaca no Hospital John Hopkins, isso por ordem judicial.
Essas sentenças se baseiam na regra tão exaltada: a saúde é direito
de todos e dever do Estado. Alguns interpretam que o governo só tem a
obrigação de prestar esse atendimento no SUS. Mas muitos juízes
entendem que se o tratamento não está disponível no Sistema Único, deve
ser prestado onde for possível, tudo por conta do Erário.
De todo modo, é evidente que se precisa alterar a Constituição para fazer a lista do pago e do gratuito. Isso vale para os medicamentos: os básicos são de graça; os
intermediários terão um preço subsidiado; os demais, preço de mercado. A
lista, claro, deve ser específica e alterada regularmente.
Há ainda uma outra lista, mais geral. É preciso especificar quais
procedimentos o SUS faz e quais não vai fazer. E assim chegamos ao ponto
mais dramático desta história. Em diversos países com bom sistema de
proteção social, existe a seguinte regra: pacientes idosos, com, por
exemplo, um AVC grave, de baixo prognóstico, não vão para UTI. Leitores
me desculpem, mas o argumento é clássico: a relação custo/benefício é
desfavorável. Sim, posso ouvir a indignação. Dirão que esse comentário prova a
brutalidade do sistema de seleção e listas. E a vantagem moral do
atendimento universal.
Falso, inteiramente falso. A seleção é praticada diariamente.
Comecem pelo coitado do plantonista no Pronto Socorro, em geral um
residente. A sala de espera está lotada e só tem uma vaga na UTI. Quem
vai? Não são raros os casos de jovens médicos que entram em crise
psicológica ao terem que decidir entre quem vai viver e quem vai morrer –
pois essa é a decisão nua e crua.
Seriam desumanos se não sofressem com isso. Mas é mais desumano ainda
colocar essa responsabilidade médica e ética nas mãos de rapazes e
moças na casa dos 25 anos.
Seleção e listas elaboradas com critérios médicos, sociais e econômicos seriam infinitamente mais justas e eficientes. Outra seleção, especialmente pelo interior do país, é feita por
compadrio e política. Por que muitos políticos gostam de nomear
diretores de hospitais, um cargo tão difícil? Porque gastam dinheiro e
podem escolher os que serão atendidos na frente. Parentes e amigos do
pessoal que controla os hospitais também furam a fila.
E há uma última e definitiva seleção, essa ocorrida na crise do Rio.
Hospitais simplesmente fecham as portas, não entra ninguém. As farmácias
declaram que não têm mais remédios – e pronto.
Cadê a Constituição?
Resumo geral: a Constituição promete o que o Estado não pode
entregar. É preciso mudar a Carta para que os governos possam atender
bem aqueles que precisam e não podem pagar. E abrir espaço, amplo espaço
e facilidades, para a chamada Saúde Complementar – a privada, aquela
dos planos e seguros de saúde e dos hospitais particulares – que se
tornou mais que essencial.
Os governos Lula e Dilma têm imposto regras e limitações a essa Saúde
Complementar, muito além do que seria uma regulação correta. Também é
mais que um desvio anti-privatizante. É uma reação tipo consciência
culpada. Os 45 milhões de brasileiros que pagam planos e seguros
privados estão gritando que o SUS é um falso universal. Estão mostrando a
incapacidade dos governos de colocá-lo de pé.
Em vez de tentar reorganizar o SUS, com uma reforma na Constituição,
admitindo as limitações, essa gente resolve pressionar o sistema
privado. Nem conserta um e ainda estraga o outro. A última: governadores estão querendo cobrar dos planos de saúde
quando o SUS atende segurados. É inconstitucional: todo brasileiro,
tenha ou não seguro privado, tem de ser atendido no SUS. Os que têm
seguro pagam duas vezes: os impostos para o SUS, as mensalidades para o
plano. Se este tiver que pagar ao SUS, obviamente terá o custo aumentado
e precisará cobrar de seus clientes – que estarão pagando uma terceira
vez.
Fonte: Carlos Alberto Sardenberg - http://www.sardenberg.com.br/