Juiz da Lava-Jato vai escolher diretor da Polícia Federal e assumirá COAF
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira que o juiz federal Sergio Moro comandará um 'superministério da Justiça' . Ele confirmou, em entrevista a emissoras de televisão, que o magistrado também terá nas mãos "parte" do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atualmente vinculado ao Ministério da Fazenda. A ida do órgão para o Ministério da Justiça teria sido um pedido do próprio Moro. O juiz da Lava-Jato poderá indicar todo o primeiro escalão da Ministério da Justiça, incluindo o diretor-geral da Polícia Federal. Atualmente, cabe ao presidente da República apontar o comandante da instituição. - Ele vai indicar todos que virão compor o primeiro escalão (do ministério), inclusive o chefe da Polícia Federal - disse Bolsonaro, confirmando a extinção do ministério da Segurança Pública, que também será subordinada a Moro.Há a expectativa que o "superministério" da Justiça abarque as atribuições do Ministério da Transparência e a Controladoria-Geral da União. A informação, porém, não foi confirmada e Bolsonaro citou apenas a incorporação do Coaf à pasta. - É um 'Superministério da Justiça'. Teremos uma parte do Coaf dentro do Ministério da Justiça para que ele tenha em tempo real todas as informações para combater efetivamente, mais do que a corrupção, o crime organizado que tem levado o terror em todo o Brasil - disse o presidente eleito às emissoras de televisão católica.
Bolsonaro em entrevista a Record TV reafirmou que Moro terá "total liberdade" e não vai interferir no combate à corrupção, mesmo que porventura envolvesse integrantes de sua família.- Eu não vou interferir em absolutamente nada que venha a ocorrer dentro da Justiça no tocante a esse combate à corrupção. Mesmo que viesse a mexer com alguém da minha família no futuro. Não importa. Eu disse a ele: é liberdade total pra trabalhar pelo Brasil - disse Bolsonaro à RecordTV.
A conversa ocorreu na sala da casa de Bolsonaro. Nos 20 primeiros minutos, a reunião teve a participação de Paulo Guedes, anunciado como futuro ministro da Economia, que fez a interlocução entre Bolsonaro e Moro ainda durante a campanha eleitoral. Em seguida, a conversa seguiu apenas entre o juiz e o presidente eleito. Bolsonaro e Moro encerraram o encontro como amigos de longa data e riram juntos quando o presidente eleito repetiu uma velha piada: "É uma honra se encontrar com Moro em qualquer lugar que não seja Curitiba."
O Globo