Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Sabor do vento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Sabor do vento. Mostrar todas as postagens

sábado, 17 de outubro de 2020

Sabor do vento - Bolsonaro: oito ou doze anos?

Blog Dora Kramer

A impressão é a de que Jair Bolsonaro não só ficará pelo tempo regulamentar como poderá repetir a dose e permanecer oito anos [ou mesmo, re-repetir a dose e ficar doze anos.]na chefia da nação

[começam a aceitar o inevitável]

No primeiro ano de governo, a impressão mais ou menos generalizada era a de que Jair Bolsonaro não se aguentaria no cargo porque o país simplesmente não aguentaria quatro anos “disso daí”: um presidente hostil, criador de casos, defensor de causas retrógradas, refratário aos preceitos mínimos da civilidade e, sobretudo, desprovido de preparo adequado para o exercício da função.

Pois bem. Quase dois anos e uma pandemia depois, a impressão mais ou menos generalizada é a de que Jair Bolsonaro não só ficará pelo tempo regulamentar como poderá repetir a dose e permanecer oito anos na chefia da nação. Esta passou a ser a previsão corrente desde que o presidente resolveu dar uma de pessoa “normal”, adaptando-se às circunstâncias da política tradicional (para o bem e para o mal). Colheu bons frutos nas pesquisas de avaliação e pôde, com isso, perceber quanto o assistencialismo é bom de voto.

(........)

Embora pertinente, a dúvida não é consistente. Ninguém muda de personalidade aos 65 anos, ainda mais, como é o caso, quando a transformação se dá por razões táticas e/ou estratégicas. Naquela toada de confrontos e defesa de uma agenda obsoleta nos costumes, na política, na ciência, negativista da evolução da espécie humana, Bolsonaro não chegaria a lugar algum além dos limites da bolha de fiéis.

O presidente atuava em cenário irreal, preso a um passado de cinquenta, sessenta anos atrás, hoje irreconhecível para a maioria de uma população jovem como é a do Brasil, e de valores tidos como inaceitáveis por aquela minoria responsável pela indução e condução de processos de desenvolvimento. Ademais, comprava brigas no Congresso e no Supremo Tribunal Federal que não tinha condições objetivas de enfrentar devido às fragilidades dele e da família nos campos político e judicial.

“Se Trump não ganhar, Bolsonaro verá reforçado o acerto da mudança no rumo da prosa agressiva”

Como dito acima, Bolsonaro tem tempo. Inclusive para fazer cicatrizar as feridas abertas entre os devotos insatisfeitos com o que interpretam como desvio do caminho original. Acenos, embora amenos, nesse sentido têm sido feitos.

(........)

OS INTOCÁVEIS
A preocupação dos responsáveis pela introdução no Código de Processo Penal do dispositivo que resultou na liberação e fuga de um traficante já condenado em duas instâncias judiciais não foi com o contingente de possíveis injustiçados que mofam nas cadeias sem condenações. A ideia era desferir um golpe na Operação Lava-Jato e estancar a ofensiva da aplicação da lei àquelas até então intocáveis.

Uma gente travestida de defensora do estado de direito, mas que não dava a mínima quando esse mesmo estado de direito era  agredido permanentemente pela regra geral da impunidade, cujo interesse primordial é a defesa do império da tecnicalidade independentemente das consequências.

No benefício concedido ao traficante em questão esteve presente a evidência de que um tiro no abuso de autoridade pode se configurar abusivo para a sociedade.

Os textos dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de VEJA

Publicado em VEJA,   edição nº 2709, de 21 de outubro de 2020