Investigada
na Acrônimo, Carolina Oliveira ganhou comando de secretaria - e com isso, foro
privilegiado. Líder da
oposição compara caso á nomeação de Lula
Parlamentares
de oposição ao governo de Fernando Pimentel (PT) entraram com dois recursos para barrar
a nomeação da primeira dama Carolina Oliveira ao comando da Secretaria de
Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais.
Com a indicação, a
mulher de Pimentel, que é investigada na Operação Acrônimo, ganha foro
privilegiado, fazendo com que eventuais processos contra ela sejam julgados pela segunda instância do Tribunal
de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) - e não mais pelo Superior Tribunal de
Justiça (STJ). A oposição argumenta que o governador petista tem muito mais
influência no TJ do que no STJ, que já tomou decisões desfavoráveis a ele na
operação.
Antecipando dificuldades no trâmite do requerimento, o deputado avisou que vai entrar, nesta sexta-feira, com uma ação na Justiça, com pedido liminar, para impedir a posse da primeira-dama. Segundo Valadares, o agora ex-secretário André Quintão, que será substituído por Carolina, era um dos melhores quadros da gestão Pimentel, dada a sua experiência na área como sociólogo e deputado de quatro mandatos. "Não faz sentido ele tirar este secretário, que tem toda uma trajetória, para colocar alguém que não tem nenhuma formação na área". A primeira dama é formada em jornalismo e atualmente é presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) do Estado de Minas.
Em nota, o governo mineiro afirmou que a indicação partiu do próprio Quintão. "Ele vê na presidente do Servas a substituição natural para que não haja descontinuidade nas políticas públicas da pasta, que já vinham sendo tocadas em parceria com a instituição". A tal atuação conjunta seria um projeto de combate ao uso de drogas feitas pelas duas pastas. No texto, o governo reitera que a nomeação de Carolina já era planejada e "aguardava apenas o retorno da primeira dama da licença maternidade".
A nomeação de Carolina ocorre enquanto se aguarda a homologação do acordo de delação premiada da empresária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, que forneceu detalhes do esquema de corrupção apurado na Acrônimo. Carolina é suspeita de ser uma sócia informal da Pepper. Em breve, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode oferecer denúncia contra os envolvidos.
Fonte: Revista VEJA