Manifesto de supremacia branca atribuído a atirador de Charleston é encontrado em site
Texto que seria de atirador em Charleston afirma que há "sangue branco" a ser "salvo" no Brasil, mas diz que hispânicos "são inimigos"
Foto de site de supremacia branca mostra Dylann com arma em punho - Reprodução
Um site com um manifesto de supremacia branca apresenta dezenas de fotos de Dylann Storm Roof, o jovem branco de 21 anos acusado de matar nove pessoas em uma igreja em Charleston, na Carolina do Sul. Entre as imagens, Roof aparece posando com armas, queimando uma bandeira americana e visitando locais históricos do Sul do país e sepulturas dos soldados confederados. O site, intitulado “O último da Rodésia”, foi tirado do ar e, segundo a NBC News, a página teria sido criada em fevereiro e teria como endereço a casa da mãe de Roof.
Dylann Roof queima a bandeira dos EUA em uma das fotos do site - Reuters
Não está claro quem escreveu as palavras e quem tirou as fotos, mas o material traça a evolução da visão de mundo racista do autor. O documento, que cita o Brasil, é finalizado com um tópico chamado “uma explicação”:
“Não tenho escolha'”, diz o texto. “Não estou em posição para, sozinho, ir para o gueto e lutar. Escolhi Charleston porque é a cidade mais histórica no meu estado e já teve a maior proporção de negros por brancos no país. Não temos skinheads, nenhum KKK verdadeiro, ninguém fazendo nada, a falar na internet. Bem, alguém tem que ter a coragem de fazer algo no mundo real, e acho que tem que ser eu.”
Outro tópico diz: “Qualquer um que pense que brancos e negros são diferentes no exterior, mas são de alguma forma magicamente os mesmos no interior, está delirando. Como poderia nosso rosto, pele, cabelo, e a estrutura do nosso corpo ser diferente, mas nosso cérebro ser exatamente o mesmo?", diz o texto. "Negros têm QI mais baixo, controle dos impulsos mais baixos, e os níveis mais elevados de testosterona em geral. Somente estas três coisas são uma receita para o comportamento violento.”
No texto, o preconceito atinge todas as raças. São citados asiáticos, judeus e hispânicos. “Hispânicos são, obviamente, um grande problema para americanos.” Em dado momento, ele afirma, porém, que haveria brancos a serem “salvos” na América do Sul. “Há bom sangue branco que vale a pena ser salvo em Uruguai, Argentina, Chile, e até no Brasil.” “Mas ainda são nossos inimigos”, acrescenta.