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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Pena de morte funciona? Muitos americanos acham que sim - Mundialista - Vilma Gryzinski

E Trump vê uma vantagem eleitoral ao reativar as execuções pelo sistema federal, colocando oposição na defesa de assassinos de criancinhas


Matou, morreu: 56% dos americanos acham que a pena de morte deve ser aplicada a homicidas.  Historicamente, o ponto mais baixo foi em 1966, quando a aprovação caiu a 40%. O pico, na metade dos anos 90 atingiu 80%.  Todo mundo que já viu filmes sobre crimes e julgamentos sabe que a pena de morte nos Estados Unidos depende dos estados.  Olhando o mapa, os trinta estados onde ela vale ocupam quase todo o território americano, com exceção da faixa nordeste, agora acrescida de Washington, no alto da Costa Oeste. Em estados como a Califórnia, ela não foi abolida, mas está há muito tempo em moratória.

Existia também uma moratória branca para a pena de morte no sistema de Justiça federal, que é separado dos estados. O último condenado executado foi o militar Louis Jones Jr, de 44 anos, em 2003. Ele sequestrou numa lavanderia a soldado Tracie Joy McBride, de apenas 19 anos. Levou-a para casa, estuprou-a, fez com que lavasse todo o corpo com água oxigenada para eliminar evidências físicas e a conduziu até um local baldio onde arrebentou sua cabeça com nove pancadas de uma barra de ferro. Largou o corpo debaixo de uma ponte.

A alegação de “síndrome da Guerra do Golfo”, tendo supostamente sofrido alterações mentais devido a ataques químicos, e o fato de que um homem negro havia estuprado uma branca, tão carregado de conotações raciais, não interferiram na sentença.  Nem a Suprema Corte nem o presidente George Bush filho atenderam aos apelos e pedidos de clemência, mas as execuções de criminosos julgados pela Justiça Federal entraram em moratória branca, uma iniciativa presidencial mantida durante todo o governo Obama.

É esta moratória que Donald Trump determinou ao Departamento de Justiça que interrompa, procedendo à execução de cinco condenados por crimes pavorosos, incluindo um fanático do supremacismo branco que matou uma menininha de 7 anos e seus pais por serem negros. É claro que Trump está em campanha pela reeleição e vê na reativação das execuções de condenados federais uma boa oportunidade de colocar os adversários democratas, ainda disputando quem será o candidato da oposição, na posição nada confortável de defender autores de crimes monstruosos.

Alfred Bourgeois matou a própria filhinha, de 2 anos e meio. Ela havia feito xixi no caminhão do pai, que a estuprou, torturou e matou a pancadas. Lezmond Mitchell matou uma avó e a neta de nove anos a facadas – todos são americanos nativos.
Isso sem contar outros famosos da lista de 62 condenados à morte pela Justiça Federal, incluindo o terrorista da maratona de Boston, Dzhokhar Tsarnaev, e Dylan Roof, o maldito que entrou numa igreja protestante de Charleston e matou nove fiéis negros por motivo de ódio racial.

Cromossoma extra
Não faltam americanos que se oferecem para executar pessoalmente pragas assim ou, pelo menos, fornecer a munição.
É claro que sabem que as execuções hoje são feitas com um coquetel de medicamentos fentanil e outros anestésicos que primeiro fazem o executado perder os sentidos; depois, a respiração, e por fim os batimentos cardíacos. Mas sabem também que a oposição profunda à pena de morte cria obstáculos como o processo do laboratório farmacêutico alemão Fresenius Kabi contra o estado de Nebraska pelo uso alegadamente fraudulento de medicamentos de sua fabricação, como o Midazolam, em execuções.

Carey Dean Moore (dois motoristas de táxi roubados e assassinados) foi executado mesmo assim, mas o acesso aos medicamentos letais está ficando quase impossível.
Os americanos a favor da pena de morte costumam não ligar a mínima quando os Estados Unidos são acusados de ser “o único país ocidental” onde ainda subsiste a pena máxima. Quem quiser abolir, tudo bem, inclusive nos estados da União. Quem não quiser, como a maioria dos eleitores que escolhem seus representantes, continua com a prática.

Em geral, acreditam no efeito dissuasivo da pena de morte. Ou simplesmente no direito a alguma compensação moral para os familiares das vítimas, sempre convidados e frequentemente presentes nas execuções. Frequentemente, a pena de morte volta a ser debatida, no geral ou em casos específicos, pela Suprema Corte, a instância que abre ou fecha a torneira, dependendo da composição de seus integrantes.  É o terceiro assunto mais importante nas mãos dos “supremos”, para os americanos, depois da Segunda Emenda, o artigo da Constituição que garante a posse de armas, e do aborto.

Em fevereiro, a Suprema Corte decidiu, por 5 a 4, que um condenado no Alabama podia ser executado mesmo sem ter um imã, ou religioso muçulmano, nos momentos finais.  Ao contrário de religiões cristãs, o Islã não tem conceitos como confissão ou pedido de perdão (mas tem o de reparação, em dinheiro, para familiares de vítimas que o aceitem). A alegação de ofensa ao “princípio de neutralidade confessional”, que havia adiado a execução de Domineque Ray (estupro, morte e roubo de 6 dólares de uma menina de 15 anos), não funcionou.  Desequlíbrios mentais, traumas de infância e doenças comprovadas não costumam interferir em condenações à morte.

Billy Ray Irick, diagnosticado com “problemas comportamentais gravíssimos” desde a infância, foi um dos 25 homens executados nos Estados Unidos no ano passado (estupro e morte de uma menina de 7 anos). Outro, Bobby Joe Long, um assassino serial de mulheres cujo caso teve uma certa notoriedade e virou filme, teve uma infância miserável, compartilhando um quartinho com os homens que a mãe levava lá, e sofria de doença genética —tinha um cromossoma X a mais, o que fez desenvolver seios na adolescência. Foi executado na Flórida, o terceiro estado com mais execuções desde 1976 (103). O recordista, claro, é sempre o Texas (563). O Texas tem um índice de 5 homicídios por 100 mil habitantes, um dos mais baixos dos Estados Unidos.

Em Veja, Mundialista, você pode ler a MATÉRIA COMPLETA

 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

EUA vivem luto por tiroteio no Texas mas Trump pede que não culpem as armas

Os Estados Unidos estavam de luto nesta segunda-feira (6), após o assassinato de 26 pessoas em uma igreja no Texas, massacre que o presidente Donald Trump pediu para não ser considerado erro da legislação das armas.  O massacre aconteceu apenas cinco semanas depois do ataque em Las Vegas, o tiroteio com o maior número de mortos registrado no país com 58 vítimas fatais, o que reativou mais uma vez o debate sobre a legislação do porte de armas nos Estados Unidos.

Donald Trump, atualmente em uma visita pela Ásia, chamou o ataque de “tiroteio assustador” e um “ato de maldade”, mas voltou a descartar que o acesso às armas nos Estados Unidos represente um problema.  “Eu penso que a saúde mental é o problema aqui. Este era – baseado em informações preliminares – um indivíduo muito perturbado”, afirmou durante uma entrevista coletiva em Tóquio, primeira escala de sua viagem à Ásia.
“Esta não é uma questão de armas”, insistiu, antes de citar um “problema de saúde mental no mais alto nível”.

As vítimas, com idades entre cinco e 72 anos, participavam do serviço religioso na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, uma cidade rural de cerca de 400 habitantes localizada 50 quilômetros a sudeste de San Antonio.  O atirador, identificado como Devin Kelley, de 26 anos, foi descrito pelas autoridades como um jovem branco que foi encontrado morto em seu carro após uma perseguição.  A Força Aérea informou que Kelley serviu em uma base no Novo México desde 2010, antes de ser julgado por uma corte marcial em 2012 por agredir sua esposa e filho.

Sentenciado a 12 meses de prisão, sofreu uma baixa desonrosa por má conduta, segundo indicou à AFP Ann Stefanek, porta-voz da Força Aérea.  No domingo às 11h20 locais (15h20 de Brasília), o jovem, vestido totalmente com roupas pretas, abriu fogo em frente à igreja antes de entrar no recinto e seguir atirando, afirmou Freeman Martin, diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas.  “Quando deixava a igreja, um morador conseguiu pegar o fuzil e enfrentou o suspeito, que fugiu. O cidadão perseguiu então o suspeito”, indicou Martin.

Segundo o xerife Joe Tackitt falando à cadeia CBS, Kelley teria cometido suicídio durante a perseguição que se seguiu a sua fuga.  Kelley foi perseguido por dois homens em uma caminhonete quando seu carro bateu na beira da estrada e o xerife acredita que foi nesse momento que o indivíduo se suicidou com uma arma de fogo.
Um cidadão armado o viu sair da igreja depois do tiroteio e parou uma caminhonete para pedir ajuda ao motorista. “Preciso de ajuda, aquele homem atirou na igreja. Vamos segui-lo”, contou Tackitt.

– Várias armas –
Várias armas foram encontradas em seu veículo, que foi periciado por especialistas.
“Temos várias cenas de crime. Temos a igreja, a parte externa da igreja. Temos o local onde o veículo do suspeito foi encontrado”, afirmou Martin.
“A tragédia é maior por ter acontecido em uma igreja, um lugar de adoração”, declarou o governador do Texas, Greg Abbott, alertando que o número de vítimas fatais poderia aumentar.
Os feridos foram levados a vários hospitais com “ferimentos que vão de menor gravidade até muito severos”, explicou Martin.

Entre os mortos está a filha de 14 anos do pastor Frank Pomeroy, segundo indicou o líder da igreja à ABC News.
Annabelle Renee Pomeroy “era uma menina muito especial”, declarou seu pai, que não estava no momento do massacre.
Entre as vítimas, um menino de seis anos chamado Rylan passava por uma cirurgia após receber quatro tiros, informou seu tio à CBS News. Outro menino de dois anos também foi ferido, de acordo com um jornal local.

– “Apoio total” –
Favorável ao porte de armas de fogo, Trump não se arriscou nesta segunda-feira a debater o tema, limitando-se a prometer “total apoio” de seu governo ao “grande estado do Texas e a todas as autoridades locais que investigam este crime horrível”.
“Estamos com o coração partido. Nos reunimos, unimos nossas forças (…) Através das lágrimas e nossa tristeza permanecemos fortes”, disse o presidente em Tóquio.
“Nos faltam palavras para expressar a pena e a dor que sentimos”, completou.
Mais cedo, já havia se manifestado pelo Twitter: “Que Deus esteja com o povo de Sutherland Springs, Texas. O FBI & agências da lei estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão”.

Como em tiroteios anteriores, os democratas renovaram os pedidos por um controle e uma legislação das armas de fogo, uma tema complexo em um país que considera quase sagrado o direito ao porte de armas. Denunciando um “ato de ódio”, o ex-presidente Barack Obama declarou: “Que Deus conceda a todos nós a sabedoria para perguntar que medidas concretas podemos tomar para reduzir a violência e as armas entre nós”. [tudo indica que há entre Lula e Obama um parentesco; 
percebam que ambos agem de forma indigna: 
Lula aproveitou o enterro de sua falecida mulher, dona Marisa, para fazer política inclusive acusando-a da prática de atos ilícitos cometidos por ele;
- o 'cara' seu amigo dos Estados Unidos aproveita a tragédia do Texas para fazer política a favor do desarmamento.]
 
Em 1º de outubro, os Estados Unidos tiveram o pior tiroteio de sua história recente, quando o aposentado Stephen Paddock de 64 anos atirou a esmo de um quarto de hotel de Las Vegas, Nevada. Matou 58 pessoas e feriu cerca de 550 das 22 mil que assistiam a um show de música country ao ar livre.
O tiroteio no Texas não foi o primeiro em um templo religioso. Em junho de 2015, Dylann Roof, um supremacista branco, matou nove pessoas na igreja de Emanuel, em Charleston (Carolina do Sul), símbolo da luta dos negros contra a escravidão. Em janeiro deste ano, ele foi condenado à pena de morte em janeiro.

Transcrito de: AFP 

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Supremacista, Dylann Roof inaugura pena capital federal por crimes de ódio

O autor de um massacre em 2015 que deixou nove mortos em uma igreja negra da Carolina do Sul foi condenado à pena de morte pelo crime. 
O jovem Dylann Roof, autoproclamado supremacista branco, é o primeiro condenado no sistema federal a sofrer pena capital por crimes de ódio. Ele enfrentava 33 acusações e se representou no tribunal, não demonstrando arrependimento e nem pedindo abrandamento de sentença.
Dylann Roof queima a bandeira dos EUA em uma das fotos do site - Reuters
 
Roof abriu fogo na histórica igreja metodista episcopal africana Madre Emanuel, em Charleston, na Carolina do Sul, na noite de 17 de junho de 2015. Nove pessoas morreram, incluindo o pastor da igreja, na ação que foi considerada um crime de ódio contra negros. O suspeito foi preso no dia seguinte, na Carolina do Norte.
Durante a fase final do julgamento, Roof teve aval para representar a si mesmo como advogado. No encerramento do julgamento, nesta terça-feira, disse que não se arrepende de nada que fez, após ser considerado culpado em dezembro pelas 33 acusações que pesavam sobre ele, entre elas crime de ódio.

— Ninguém me obrigou — afirmou ele.
Em sua defesa, Roof disse que o ódio sentido contra ele pelas famílias das vítimas, pessoas em geral, e pelo procurador é similar ao sentimento que ele teve para com os fiéis. E acrescentou, em um discurso pouco coerente, que sua atitude foi um impulso natural. — Acredito que possamos dizer que ninguém em sã consciência quer ir a uma igreja matar pessoas. O que digo é que ninguém que odeie alguém tem uma boa razão para fazer isso — afirmou. — Tenho o direito de pedir a vocês prisão perpétua, porém não sei de que forma isso serviria. Só um de vocês precisa estar em desacordo com o resto do júri.

Pessoas visitam a igreja metodista de Charleston, na Carolina do Sul, onde nove pessoas foram assassinadas em um massacre - John Moore / AFP / 15/07/2015

TENTATIVA DE JUSTIFICAR RACISMO
O réu disse, em confissão gravada após sua detenção, que o ataque foi uma represália pelos supostos crimes cometidos pelos negros contra os brancos. "Alguém tinha que fazê-lo porque, sabe, os negros estão matando os brancos toda hora na rua e estão violentando as mulheres brancas", disse Roof, calmo e sem demonstrar emoções, ao oficial do FBI que o interrogou.
Três pessoas sobreviveram ao massacre na igreja que era símbolo da luta dos negros contra a escravidão. "Ele os executou porque acreditava que não eram mais que animais", disse o assistente da promotoria, Nathan Williams, em suas alegações finais, esta quinta-feira, em um tribunal federal de Charleston. "Suas ações na igreja são o reflexo da imensidão do seu ódio".
Dylann Storm Roof foi após matar nove pessoas em uma igreja da comunidade negra de Charleston, na Carolina do Sul - REUTERS
O agente do FBI Joseph Hamski testemunhou que Roof tinha visitado meia dúzia de vezes a igreja nos meses que antecederam o ataque, antes de fazer o download de um livro da organização racista Ku Klux Klan. Roof documentou estas viagens com fotos, nas quais posou em locais históricos vinculados à época da escravidão. O jovem publicou muitas imagens em sua página na internet, que continha um manifesto racista contra negros e minorias. "A segregação não era ruim", escreveu. "Era uma medida defensiva. Não só nos protegia de interagir com eles e sermos feridos, mas também nos protegia de cair ao seu nível".
 [a legislação penal dos EUA permite inúmeros recursos e pedidos de clemência dos condenados à pena de morte.
Com tal prática é comum condenados permanecerem por dezenas de anos no 'corredor da morte'.]

Fonte: O Globo
 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

EUA: críticos do porte de armas voltam a questionar leis



Massacre no Oregon une partidários democratas e juristas pelo desarmamento
Com mais um ataque fatal no país, críticos do armamento nos EUA voltaram a se pronunciar a favor de novas leis para restringir o porte de armas. O foco deles foi no fato de que o fácil acesso a objetos letais estimula tragédias como a do Oregon, que deixou ao menos 13 mortos.

De acordo com o "Washington Post", houve ao menos 264 homicídios em massa no ano (com apenas 274 dias). Em 2015, os EUA não passaram de oito dias sem um incidente do tipo. Somente em faculdades e escolas americanas, houve mais de 140 ataques do  tipo em três anos.
— É mais uma comunidade levada pelo luto e pelo medo. São tantos sonhos despedaçados. Como disse meses atrás, cada vez que vemos um ataque desses, orações não são suficientes. Não suportam a raiva, o medo e o luto que sentimos. Não sabemos o que ele queria fazer, mas não é possível que doenças mentais provoquem tanta dor. No mesmo dia em que falei que éramos a única nação avançada com leis tão fracas sobre armas, houve um massacre na Louisiana — criticou o presidente Barack Obama. [Obama age como qualquer político; tenta tirar vantagem de ocorrências fortuitas, maximizando-as e fazendo palanque.
A população dos Estados Unidos é  superior  a do Brasil e Obama considera o ‘fim do mundo’ a morte de 264 pessoas em ataques do tipo em questão.
Nos Estados Unidos  é livre a compra, posse e porte de armas – alguns estados oferecem restrições mínimas e facilmente superadas -  e consideram um absurdo que 264 pessoas sejam vítimas de armas de fogo em um período de 274 dias.
Já no Brasil é proibido comprar, portar, possuir armas de fogos e 264 pessoas são mortas por armas de fogo a cada dois ou três dias.
São dados oficiais e que mostram que o livre porte e posse de armas contribui e muito para a redução de vítimas fatais.]

O presidente ainda citou outros ataques, como em Newtown, Aurora e Charleston, para criticar a postura de rivais políticos diante destas tragédias. Ele afirmou que a população se acostumou a ficar "entorpecida" diante de tantos ataques.  — Já posso ver os comunicados de imprensa de alguns dizendo que precisamos de mais armas. Já há armas para cada pessoa no país. Dizem que, se houver a restrição, os crimes aumentarão. Outros países que foram alvo de massacres mudaram as leis para evitar estes episódios. Mais gente morre por armas que vítimas de ataques terroristas. Não faz sentido ser alvo desta inação. Os americanos precisam de funcionários no país que evitem mais mortes de inocentes. Cada vez que isto acontecer, vou vir aqui e falar que podemos fazer algo para isto mudar. Mas não posso fazer sozinho. Preciso ter apoio de legisladores. Espero que não tenha que vir e falar isto de novo enquanto presidente. Mas, terrivelmente, não tem sido assim na minha experiência.
Na coletiva de imprensa diária, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, voltou a tocar na questão dos ataques em massa no país e o controle de armas.  — A questão do controle de armas segue prioridade do governo. Ainda precisamos do forte apoio bipartidário para passar no Congresso leis que implementem soluções como esta, que deveria ser do senso comum — criticou.
Outros representantes democratas, como a ex-congressista Gabrielle Giffords, que sobreviveu após ser baleada na cabeça, reforçaram o pedido pelo desarmamento. Ela classificou o episódio como “hediondo”.  O ex-secretário de Justiça do país Eric Holder criticou a não resolução dos recorrentes ataques.  — A nossa resposta à violência com armas será não fazer nada? De novo? Vamos, nós podemos resolver problemas.
POLÍTICOS DIVERGEM
Enquanto a ex-secretária de Estado Hillary Clinton disse que fará "de tudo para garantir reformas em relação a armas" e o senador Bernie Sanders exigiu mudanças na lei de armas e no estímulo à saúde mental, o tom duro de Holder também foi adotado pelo pré-candidato democrata Martin O'Malley, ex-governador de Maryland.
"Escrever no Twitter não impedirá assassinatos em massa, assim como orações. Apenas reformas verdadeiras sobre a questão do desarmamento vão fazer com que estes ataques parem de acontecer praticamente todo dia", escreveu.
Já o pré-candidato republicano Ben Carson, que vem se destacando nas pesquisas no último mês, se afastou da discussão:  — Obviamente haverá aqueles que pedirão controle de armas toda vez que houver um destes incidentes. É claro que esta não é a questão, mas sim a mentalidade das pessoas. Precisamos analisar a mente destes indivíduos e verificar sinais de alerta desde cedo para evitar. Acho que será muito perigoso se tivermos que saber onde estão todas as armas e seus donos, e criaremos uma situação muito alarmante. 
Fonte: O Globo

domingo, 21 de junho de 2015

Atirador em Charleston afirma que há "sangue branco" a ser "salvo" no Brasil, mas diz que hispânicos "são inimigos"

Manifesto de supremacia branca atribuído a atirador de Charleston é encontrado em site

Texto que seria de atirador em Charleston afirma que há "sangue branco" a ser "salvo" no Brasil, mas diz que hispânicos "são inimigos"

Foto de site de supremacia branca mostra Dylann com arma em punho - Reprodução

Um site com um manifesto de supremacia branca apresenta dezenas de fotos de Dylann Storm Roof, o jovem branco de 21 anos acusado de matar nove pessoas em uma igreja em Charleston, na Carolina do Sul. Entre as imagens, Roof aparece posando com armas, queimando uma bandeira americana e visitando locais históricos do Sul do país e sepulturas dos soldados confederados. O site, intitulado “O último da Rodésia”, foi tirado do ar e, segundo a NBC News, a página teria sido criada em fevereiro e teria como endereço a casa da mãe de Roof. 


 Dylann Roof queima a bandeira dos EUA em uma das fotos do site - Reuters

Não está claro quem escreveu as palavras e quem tirou as fotos, mas o material traça a evolução da visão de mundo racista do autor. O documento, que cita o Brasil, é finalizado com um tópico chamado “uma explicação”: 
“Não tenho escolha'”, diz o texto. “Não estou em posição para, sozinho, ir para o gueto e lutar. Escolhi Charleston porque é a cidade mais histórica no meu estado e já teve a maior proporção de negros por brancos no país. Não temos skinheads, nenhum KKK verdadeiro, ninguém fazendo nada, a falar na internet. Bem, alguém tem que ter a coragem de fazer algo no mundo real, e acho que tem que ser eu.”

Outro tópico diz: “Qualquer um que pense que brancos e negros são diferentes no exterior, mas são de alguma forma magicamente os mesmos no interior, está delirando. Como poderia nosso rosto, pele, cabelo, e a estrutura do nosso corpo ser diferente, mas nosso cérebro ser exatamente o mesmo?", diz o texto. "Negros têm QI mais baixo, controle dos impulsos mais baixos, e os níveis mais elevados de testosterona em geral. Somente estas três coisas são uma receita para o comportamento violento.”

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No texto, o preconceito atinge todas as raças. São citados asiáticos, judeus e hispânicos. “Hispânicos são, obviamente, um grande problema para americanos.” Em dado momento, ele afirma, porém, que haveria brancos a serem “salvos” na América do Sul. “Há bom sangue branco que vale a pena ser salvo em Uruguai, Argentina, Chile, e até no Brasil.” “Mas ainda são nossos inimigos”, acrescenta.
As fotos foram feitas em abril e maio. Em uma delas, Roof aparece com figuras de cera de escravos, em uma antiga fazenda. Em outras, ele posa com um revólver. Ele está sozinho em todas as fotos, que parecem ter sido tiradas em uma antiga plantação onde havia trabalho escravo no passado, em Sullivan Island, e no Museu e Biblioteca de História da Confederação.

A página foi tirada do ar e está sendo investigada pela polícia. Na sexta-feira, Roof ouviu, por meio de videoconferência as acusações por nove homicídios e porte de arma. Elas foram feitas por um juiz na presença das famílias das vítimas, que perdoaram o atirador.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Atirador que matou nove em Charleston fazia comentários racistas e 'planejava guerra civil'

Obama mostra preocupação com episódio; jovem branco matou nove pessoas em igreja frequentada por negros

O ataque de um jovem branco que matou nove pessoas em uma igreja da comunidade negra em Charleston, na Carolina do Sul, reabriu a discussão sobre crimes sobre crimes de ódio no país. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu que esse tipo de violência "não acontece em outros países desenvolvidos". O jovem Dylann Roof fazia comentários racistas e "planejava uma guerra civil" com tendências supremacistas há seis meses, segundo seu colega de quarto.

 Foto de Roof sendo fichado pela polícia na Carolina do Sul - Reprodução

Expressando tristeza e revolta, Obama criticou o fácil acesso a armas e recordou que não é a primeira vez que um templo frequentado por negros é atingido nos EUA.  — O fato de que o tiroteio de Charleston ocorreu em uma igreja negra levanta questões sobre uma parte sombria da nossa História. Esse tipo de violência em massa não acontece em outros países desenvolvidos. Eu tive que fazer declarações como esta muitas vezes. Comunidades tiveram de suportar tragédias como esta muitas vezes — afirmou Obama, em seu 11º pronunciamento sobre assassinatos coletivos nos EUA durante os seus mandatos.

O presidente disse ainda que ele e sua mulher, Michelle, conheciam o pastor da igreja morto no ataque, o senador estadual Clementa Pinckney. Obama chamou atenção para a violência causada por armas de fogo. — Qualquer morte deste tipo é uma tragédia, qualquer tiroteio envolvendo múltiplas vítimas é uma tragédia — acrescentou Obama. — Existe algo particularmente trágico em mortes que acontecem em um lugar onde procuramos consolo e buscamos a paz. Mais uma vez, pessoas inocentes foram mortas em parte porque alguém que queria feri-las não teve problemas para colocar suas mãos em uma arma.

Em uma entrevista coletiva, a chefe do Instituto Médico Legal de Charleston, Rae Wooten, relatou que as vítimas variavam de idade entre 26 e 87 anos. Entre elas, estavam também um reverendo, pastores e duas idosas de 70 e 87 anos. — As vítimas aparentavam saber que ele queria se juntar para saber mais sobre os estudos da Bíblia. Também somos humanos, e somos tocados pelo terror — disse, com a voz embargada.

De acordo com o "Mashable", Tywanza Sanders, mais jovem das vítimas fatais, compartilhou com amigos um vídeo no aplicativo Snapchat que mostrava Roof como um novo integrantes da sessão de estudos onde os nove foram mortos. Segundo testemunhas, ele aguardou por uma hora, fingindo se integrar ao grupo, antes de começar o massacre.

Segundo relatos, o atirador disse que "vocês estão tomando nosso país". Não se sabe se ele se referia à população negra ou os religiosos. Testemunhas ouvidas pela corte disseram que Dylann Storm Roof havia feito vários comentários racistas recentemente. Seu suposto colega de quarto já havia postado fotos com a bandeira confederada, comumente apropriada por ativistas a favor da segregação racial. Ele era muito interessado em segregação, essas coisas. Disse que queria começar uma guerra civil e depois se matar. Planejou isso por uns seis meses — disse Dalton Tyler.

CAÇADA
Depois de uma intensa caçada policial, o suspeito foi capturado nesta quinta-feira em Shelby, na Carolina do Norte. Roof, de 21 anos, estava armado ao ser preso em um carro, mas não ofereceu resistência, segundo o chefe da polícia local, Gregory Mullen. Ainda de acordo com a polícia, não há motivos para acreditar que há outras pessoas envolvidas no massacre.
Ao confirmar a prisão, o prefeito de Charleston, Joe Riley, chamou Roof de um “ser humano terrível” e agradeceu as autoridades federais pela ajuda na investigação. O jovem foi levado de volta para a Carolina do Sul. — Nos EUA, nós não permitimos que pessoas más como essa escapem de seus atos covardes — disse Riley em uma coletiva de imprensa.

O ataque aconteceu na noite de quarta-feira na Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, uma das mais antigas da comunidade negra de Charleston. A polícia contou que o atirador passou uma hora no local antes de começar os disparos. Uma das sobreviventes relatou ter sido poupada pelo assassino para “viver e contar o que aconteceu”. Segundo outras testemunhas, o jovem disse que estava no templo para atirar em negros.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, lamentou o massacre e enviou suas condolências às famílias das vítimas. — Atos como esse não têm lugar no nosso país nem na nossa sociedade civilizada.

Atirador que matou 9 pessoas em igreja dos EUA é preso



Dylann Roof tem 21 anos e arma usada no ataque contra uma igreja metodista frequentada por negros foi um presente de seu pai. Senador democrata foi uma das vítimas
A polícia da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, prendeu nesta quinta-feira o atirador que matou nove pessoas em um tiroteio ocorrido na quarta-feira em uma igreja metodista da comunidade negra de Charleston. Identificado como Dylann Roof, de 21 anos e branco, ele estava em Shelby, cidade a 320 quilômetros do local do ataque, disse ao The New York Times Joseph P. Riley, prefeito de Charleston.

Investigadores estiveram na casa da mãe de Dylann Roof na manhã desta quinta-feira, disse o seu tio, Carson Cowles, que descreveu o jovem como quieto e calmo. Roof ganhou a pistola calibre 45 de aniversário de seu pai neste ano, disse o tio. Foi essa a arma utilizada durante o tiroteio na igreja, informou a polícia.

Enquanto isso, o Departamento de Justiça abriu uma investigação para determinar se o ataque pode ser enquadrado como "crime de ódio", algo que agravaria a pena do agressor. Essa investigação será feita paralelamente à que está sendo realizada pelas autoridades da Carolina do Sul com a parceria do FBI, a polícia federal americana. Entre as seis mulheres e três homens que foram mortos, estava o pastor e senador estadual Clementa Pinckney.

Três pessoas que sobreviveram ao ataque continuam internadas em um hospital, mas já se encontram fora de risco. O tiroteio aconteceu por volta das 21h00 locais da quarta-feira (22h00 em Brasília) na Igreja Africana Metodista Episcopal (AME) Emmanuel enquanto era realizada uma missa. Antes de abrir fogo, Dylann Room ainda assistiu a um trecho da missa e rezou junto com os fiéis.

O pré-candidato presidencial republicano Jeb Bush, que tinha um ato de campanha na manhã desta quinta-feira em Charleston, decidiu cancelá-lo por causa do tiroteio. A democrata Hillary Clinton, que também visa concorrer à Presidência, esteve em Charleston para fazer campanha horas antes do tiroteio e lamentou o incidente em um comunicado oficial.