A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados,
presume-se por sua importância, reúne parlamentares com formação
jurídica ou, na falta destes, os de maior preparo intelectual. A CCJ é
formada por 65 membros e há 38 parlamentares que são advogados.
Não se esperaria de um órgão com tais quadros e responsabilidades a
conduta observada na sessão a que compareceu o ministro Paulo Guedes
para falar e responder questionamentos sobre a reforma da Previdência. O
ambiente que a oposição articulou fez lembrar aquele em que os petistas
costumam se dar bem e o interesse público, mal: algazarra, gritaria,
cartazes, interrupções histéricas ao convidado. O objetivo é alcançado
quando o caldo engrossa e a sessão precisa ser encerrada. Vi muito disso
desde as assembleias estudantis secundaristas dos anos 60. O mesmo som,
vindo da mesma banda. É a censura da divergência através da falta de
educação e do berreiro.
Aquele grupo de parlamentares que
derrubou a sessão da CCJ especializou-se, ao longo dos anos, em causar
dano ao país. Seus melhores resultados (maiores danos com maior proveito
próprio) são obtidos no exercício do poder. Por isso, é na busca dessa
plena “eficiência”, que só pode ser alcançada na volta ao poder, que se
centra sua ação oposicionista. A audácia verbal usada contra o
ministro procede da mesma ausência de remorso que lhes permite
exibirem-se aos olhos da sociedade como defensores dos pobres e
oprimidos após haverem deixado uma herança de 13 milhões de
desempregados, proporcionado enriquecimento ilícito à sua parceria,
quebrado fundos de pensão, jogado a Petrobras no descrédito e ensejado
aos bancos recordes de lucratividade com a economia estagnada e
recessão. Veem-se como profetas perante multidão de idiotizados.
Os críticos habituais do governo, com o discernimento turbado pelo
antagonismo, trataram de fazer o ministro corresponsável pelo alarido.
Imaginavam que Sua Excelência deveria engolir, com benignidade, doses
crescentes de grosseria.
Por que o faria? Para não desagradar os
opositores sistemáticos?
Para ser simpático ao Zeca Dirceu? Para dar
razão à irracionalidade?
Para se fingir desmemoriado e cego ante a
incoerência dos que o atacavam? O ministro disse o que os governistas
deveriam ter dito e o governo só “perdeu” votos que nunca teve.
Querem inculpar a base do governo por sua passividade? Façam-no, mas não
esperem que o ministro aja como tchutchuca ante a tigrada que se escuda
no mandato para atacá-lo. A reforma da Previdência não é apenas
necessária. Ela é urgentíssima. Combatê-la não protege os mais pobres,
antes, deixa-os ainda mais ao desabrigo porque é dispensado demonstrar
quem são as principais vítimas das grandes crises econômicas. Falam por
mim os sem teto que se espalham pelas marquises e soleiras de nossas
cidades. Falam por mim os que saíram das estatísticas do desemprego
simplesmente porque desistiram de conseguir um. Falam por mim os chefes
de família que afundaram em depressão, alcoolismo, ou drogadição.
A biografia do grupo político que hoje faz oposição no Brasil é
nacionalmente conhecida e responde por suas derrotas eleitorais em
outubro do ano passado. Após apadrinharem os mais desonestos empresários
do país, discursam como se fossem pais dos pobres (certamente por
havê-los produzido em proporções demográficas). E empurram o país para o
abismo do desastre fiscal, olhos postos nos proventos políticos que ele
lhes proporcionará.
Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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segunda-feira, 8 de abril de 2019
A Tigrada
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sexta-feira, 5 de abril de 2019
A tropa de elite falhou
A tropa do PSL, com general, coronel, major e delegado, deixou Paulo Guedes na mão
Cenas com Guedes na CCJ foram lamentáveis, com a ausência de governistas e a esquerda despertando de sono profundo. Foram dois movimentos em sentido contrário. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro finalmente recebeu em palácio os “velhos políticos” dos “velhos partidos” e da “velha política”. Na véspera, o PSL, sigla do presidente, havia lavado as mãos e abandonado o ministro Paulo Guedes na CCJ, cara a cara com os leões da oposição.
Nas conversas com presidentes e líderes de MDB, DEM, PSDB, PP, PRB e PSD – alguns deles enrolados na Justiça, como Romero Jucá e Gilberto Kassab –, Bolsonaro foi menos presidente e mais ex-colega de Congresso. Nada foi pedido, nada foi prometido, mas foi um marco mesmo assim: o presidente assumiu um firme compromisso com a reforma da Previdência. E decidiu fazer política.Já as cenas na CCJ foram lamentáveis, com a ausência dos governistas e a esquerda despertando após um sono profundo desde as eleições. Bolsonaro vem chocando setores da opinião pública e despenca nas pesquisas, mas isso não tem nada a ver com PT, PCdoB e seus primos, mas sim com arroubos de “olavetes”, inexperiência dos aliados, agressividade da tropa da internet e erros crassos do próprio Bolsonaro e de seus filhos. Não é nem por mérito nem por culpa da oposição.
Na sessão da comissão, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os deputados e os aliados petistas mostraram que não aprenderam nada. O importante continua sendo ganhar no grito, manter as bases em pé de guerra, trocar o debate por pegadinhas e insultos contra adversários e negar o óbvio, que os ex-presidentes Lula e Dilma estavam cansados de saber: a reforma da Previdência é fundamental para o País. Quando Guedes se retirou da comissão, após Zeca Dirceu partir para o achincalhe, com a história do Tigrão e do Tchutchuca, a esquerda comemorou como vitória. Que vitória? O PT apenas agradou à sua militância e os convertidos e pode ter irritado todos os demais, inclusive quem já foi PT um dia e hoje não é nada.
Mas, se as esquerdas perderam, o grande derrotado foi o PSL. A oposição articulou-se antes, traçou uma estratégia, chegou cedo e ocupou todos os espaços – as primeiras cadeiras e as primeiras perguntas. Onde estavam os líder do governo, do PSL, das siglas aliadas? Ninguém sabe, ninguém viu. Para piorar, a experiência e disciplina dos petistas contrastaram com a falta de traquejo do jovem presidente da CCJ, Felipe Francischini, de 27 anos, e do relator da reforma, Marcelo Freitas, que, enquanto deputado, continua sendo um bom e articulado delegado.
Aliás, após o encontro de Paulo Guedes com a bancada do PSL, no ministério, brincou-se que, enfim, estava formada a “tropa de elite” para a defesa da reforma. Foi uma alusão clara às variadas patentes do partido do presidente, que tem general, coronel, delegado, major... E, por isso, tem muito a aprender dos meandros do Congresso, da malícia da ação parlamentar. Ontem, a metáfora já era outra: Guedes é um bom centroavante e foi bem no ataque, o que falhou foi a defesa. Ele se apresentou à CCJ, uma semana atrasado, com a mesma cara e o mesmo estilo, sem maquiagem e sem fantasia. Paulo Guedes foi Paulo Guedes, não pretendeu ser o político que não é, o tribuno que nunca foi. Isso implica usar um tom técnico e respeitar sua própria personalidade. Em nome de quê deveria engolir calado os ataques, ironias e tchutchuquices?
O importante é mostrar incansavelmente que aquele espetáculo lamentável foi com um grupo específico e não representa a disposição do Congresso em relação à reforma da Previdência. Afinal, nem a CCJ é o plenário nem a esquerda domina a Câmara. Os ataques ao ministro, principal articulador da reforma, não foram “do Congresso”, foram “da oposição”, que é minoritária.
A tropa do PSL, com general, coronel, major e delegado, deixou Paulo Guedes na mão
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
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