Investigação aponta que motorista e cobrador de ônibus fazem parte de quadrilha que atua para levar drogas para dentro do sistema prisional do DF
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga uma organização criminosa acusada de tráfico de drogas. Entre os acusados está um motorista e um cobrador de ônibus que
usavam o coletivo para fazer a entrega dos entorpecentes. O cobrador é
suspeito de fazer parte de um grupo que atuava para facilitar a entrada
de drogas no sistema carcerário.
Durantes
as investigações, a polícia constatou que quem fornecia as drogas para o
motorista era o cobrador do mesmo coletivo. O cobrador, por sua vez,
era associado a um casal de traficantes sendo que o homem estava preso
no Centro de Internamento e Reeducação de Brasília (CIR).
A Polícia Civil afirma que o casal e o cobrador montaram um grande esquema para levar drogas para o interior do sistema carcerário do
DF. De acordo com os investigadores, um traficante externo recrutava
mulheres para atuar como mulas. Elas chegavam ao presídio com a droga na
vagina, com a desculpa de visitar um interno apontado como "o cara do
cadastro". Pelo serviço, as mulheres recebiam entre R$ 1,5 mil e R$ 3
mil."Essa mulas era mulheres jovens. O grupo preferia mulheres grávidas, por terem uma revista mais tranquila", afirma o delegado Rogério Henrique Rezende, da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). Já o preso, que recebia a visita ganhava, 20% do valor angariado ou da droga.
Telefones
"O cara do cadastro" repassa os
entorpecentes para o traficante final, responsável pela venda e
administração do negócio criminoso dentro do presídio. A Polícia ainda
ressalta que o mesmo casal responsável pela introdução dos entorpecentes
também viabilizaram a entrada de celulares no sistema carcerário.
Até
o momento, nove pessoas foram presas, sendo três em decorrência de
mandado de prisão preventiva e seis em flagrante. Entre os presos estão o
casal, acusado de serem os lideres do grupo, o motoristo, o cobrador,
aliciadores e mulheres que eram usadas como mulas. Ainda foram cumpridos
17 mandados de busca e apreensão, seis deles dentro do sistema
penitenciário. A ação faz parte da Operação Galero Uno - em alusão ao cárcere, pois, em italiano, galera significa cadeia - da Cord.
As investigações começaram em junho, no Recanto da Emas, após denúncias
de que um motorista de transporte público estaria fornecendo drogas
para traficantes da região.
Cidades - Correio Braziliense