O ano começou com uma boa notícia para os professores da educação
básica. Um aumento de 6,81% na chamada Lei do Piso (LP), bem acima da
inflação de 2,8% estimada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC). Com isso, o piso salarial de um professor no Brasil passa de R$
2.298,80 para R$ 2.455,35. Desde a implantação da LP, estados e
municípios têm feito uso dos recursos do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb).
No último reajuste, de 2016 para 2017, os prefeitos comprometeram, em média, 78,4% dos recursos do Fundeb com salários dos professores, de acordo com a Confederação
Nacional de Municípios (CNM). Apesar disso, alguns estados e muitos
municípios vêm encontrando enormes dificuldades para o cumprimento desta
lei, conforme levantamento do próprio Ministério da Educação.
A Lei do Piso e o Fundeb são, sem dúvida, dois instrumentos
importantes para o atingimento da meta 17 do Plano Nacional de Educação
(PNE), que estabelece equiparar o rendimento médio dos profissionais do
magistério das redes públicas àquele dos demais profissionais com
escolaridade equivalente, até o final do 6º ano da vigência deste PNE,
ou seja, 2020.
Contudo, quando analisamos os dados relativos à meta 17 do PNE, fornecidos pelo Observatório do PNE (www.opne.org.br),
verificamos que para alcançá-la será preciso um esforço muito maior do
que o realizado até aqui. Em 2015, o rendimento médio dos professores da
rede pública da educação básica em relação aos demais profissionais com
nível superior era de 52,5%. Esse percentual não vem apresentando uma
variação significativa de 2002 para cá, com uma oscilação em torno de
10%, ora subindo, ora descendo. Se esse ritmo for mantido, a meta
certamente não será cumprida em 2020. Para se ter uma ideia, a menor
diferença, ao longo desses anos, foi verificada em 2003, quando esse
percentual chegou a 47,1%; em 2011, foi verificada a maior diferença, com
58,4%.
Mesmo que a meta 17 do PNE não seja alcançada, como tudo leva a crer,
é gratificante verificar que a remuneração inicial dos professores,
graças a LP e ao Fundeb, já se aproxima da remuneração inicial média de
outros profissionais com a mesma escolaridade. De acordo com estudos de
2014 do jornalista Antonio Gois, entre profissionais de 25 a 29 anos de
idade, a média salarial dos empregados em outras profissões
universitárias supera em apenas 11% a média registrada para professores
do ensino médio e em 28% a dos que dão aulas nos anos iniciais do ensino
fundamental. O problema é que, a partir daí, as outras carreiras
registram aumentos muito maiores à medida que o profissional vai se
tornando mais experiente.
Portanto, o desafio para atrair mais jovens para a carreira do
magistério não está necessariamente no salário em si, mas na ausência de
um plano de carreira nacional para o professor. Esse poderia ser um bom
tema para estar na agenda dos futuros candidatos à presidência do
Brasil.
Mozart Neves - IstoÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
Valorização do professor
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