A República do Quarto de Hotel continua a todo vapor, e Lula, o investigado sem cargo, continua a vender o Brasil
O
relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), relator da Comissão
Especial do Impeachment, foi aprovado por um placar superior ao que era
esperado pelos dois lados da disputa: 38 a 27. O governo apostava em 34
votos. Os defensores do impedimento, quando otimistas, falavam em 35.
Não custa
lembrar que essa comissão começou com uma ligeira maioria pró-governo,
quando listados os nomes: 33 a 32. Cinco votos mudaram de lado. Mais:
essa nem é a comissão que foi eleita pelo conjunto dos deputados. Numa
decisão estúpida, o STF anulou aquela eleição e impôs outra, escolhida
pelos líderes. Não adiantou.
A sessão
teve momentos verdadeiramente patéticos, protagonizados, quase sempre,
por governistas, que se abraçaram à tese absurda de que a presidente não
cometeu crime nenhum. Depois que o mantra “impeachment é golpe” foi
desmoralizado por ministros e ex-ministros do Supremo, teve início,
então, a mais surpreendente linha de defesa, quero crer, da história dos
tribunais: não consiste em negar a autoria do crime, mas em negar o
próprio crime, ainda que diante do corpo.
É
precisamente disto que se trata: as pedaladas aconteceram. Não há dúvida
a respeito. Relatório do insuspeito Banco Central quantifica o tamanho
do espeto: chegou a 1% do PIB. O nome disso é atentado contra a lei
orçamentária, crime de responsabilidade previsto no Inciso VI do Artigo
86 da Constituição. E a pena é definida pela Lei 1.079, justamente a que
trata dos crimes de responsabilidade.
Em nova
investida na Comissão, José Eduardo Cardozo, este impressionante senhor
que agora está na Advocacia Geral da União, sem medo nenhum do ridículo,
decidiu, mais uma vez, desqualificar o relatório de Jovair Arantes. Sem
ter como fazer uma defesa técnica, partiu para o ataque político,
acusando, de novo, a existência de uma suposta conspiração.
A conversa serviu para inflamar os deputados petistas, mas não colheu muito mais do que isso.
O problema
principal do governo é ter uma tese que é essencialmente política — o
impedimento é golpe — e não ter como embasá-la juridicamente: porque aí
seria preciso demonstrar que o crime de responsabilidade não foi
cometido. E foi. É simples assim.
Os
defensores do impeachment obtiveram uma importante vitória nesta
segunda. Ainda que se esperasse o resultado positivo, o placar
surpreendeu. Mas, como dizem os vermelhinhos, a luta continua. A semana
vai ser uma pauleira. A República do Quarto de Hotel segue a todo vapor.
Lula, investigado e sem cargo, está lá a vender o Brasil, ainda que o
papel que lhe foi passado pelo “Bessias”, no momento, não tenha
validade.
E daí? Afinal, ele é ou não é o dono do mundo?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo