Luiz
Fux tira da pauta do Supremo ação sobre auxílio-moradia para que haja
“conciliação” entre associações de magistrados e a AGU
O
salvo-conduto para Lula tirado da cartola pelos ministros do Supremo
Tribunal Federal na quinta-feira, dia 22, não foi a única vergonha pela
qual a corte passou nos últimos dias, constrangendo um país inteiro.
Sim, também houve o bate-boca entre Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso
no dia 21, mas passou quase despercebido um ato que, assim como a
decisão envolvendo o ex-presidente Lula, certamente frustra os
brasileiros cansados de uma nação movida a privilégios.
Antes de
ser o dia em que o habeas corpus de Lula deveria ser julgado pelo pleno
do STF, o dia 22 estava na agenda nacional por outro motivo: era a data
para a qual que a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, tinha
finalmente marcado o julgamento do auxílio-moradia pago hoje de forma
indiscriminada a todos os juízes do país, com valor fixo,
independentemente do fato de terem residência própria no local onde
trabalham. Quando colocou o tema na pauta, a presidente do Supremo
despertou a fúria de associações de magistrados, que fizeram protestos e
até uma greve de um dia para deixar claro que estavam dispostos a
brigar para manter esse privilégio inconstitucional e imoral.
Para as associações da magistratura, a decisão de Fux foi um ótimo negócio
A
ação sobre o auxílio-moradia havia passado anos na gaveta do relator
Luiz Fux. Em 2014, ele concedeu a liminar que estabeleceu a farra na
concessão do benefício, e demorou longos três anos para liberar o caso
para análise do pleno. Mas, no dia 21, Fux mandou retirar o tema de
pauta. A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), uma das entidades
empenhadas na manutenção do auxílio-moradia nos moldes atuais, pediu ao
ministro que o tema fosse analisado não pelo STF, mas pela Câmara de
Conciliação de Arbitragem da Administração Federal, ligada à
Advocacia-Geral da União. Consultada a respeito, a advogada-geral Grace
Mendonça deu resposta positiva, e com isso Fux determinou que o caso
saísse da pauta do Supremo. [um detalhe pequeno, mas que não pode ser olvidado: enquanto nada for decidido a filha do ministro Fux, desembargadora Mariana Fux, mora e trabalha no Rio, proprietária de dois apartamentos no Leblon, continuará recebendo o penduricalho de quase R$ 4,4mil, todo mês.]
Para as associações da magistratura,
foi um ótimo negócio, pois era praticamente certo que a maioria dos
ministros do STF derrubaria o pagamento. Com a AGU, os juízes esperam
chegar a um entendimento mais camarada. E, enquanto a conversa seguir – e
não se sabe nem mesmo quando as negociações vão começar –, todos
continuarão recebendo religiosamente seus quase R$ 4,4 mil todo mês,
custando ao contribuinte brasileiro R$ 135,6 milhões mensais, segundo
estudo feito pela Consultoria Legislativa do Senado.
Das
associações da magistratura já sabemos o que esperar. Da AGU espera-se
que defenda com afinco o uso racional do dinheiro dos impostos do
cidadão brasileiro, pois estará amparada pela própria Constituição
Federal. Um auxílio-moradia que consista no ressarcimento, mediante
apresentação de comprovante, de despesas com hospedagem ou aluguel
daqueles juízes transferidos para locais distantes daquele onde residem
respeitaria o caráter indenizatório do benefício, e seria uma solução
compatível com o texto constitucional e a moralidade; se a AGU concordar
com algo mais que isso – ou, pior ainda, com a manutenção do formato
atual do auxílio –, estará chancelando um verdadeiro privilégio.
Editorial Gazeta do Povo - PR
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 24 de março de 2018
O privilégio continua
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