A
Copa não acabou - Os
estádios construídos para o evento dão prejuízos. Pior,
boa parte é bancada com dinheiro público. Dois anos após o fim do Mundial, o
cidadão continua a pagar por ele. E continuará a pagar por muito tempo
[a
melhor solução é implodir; implodindo se fica sem o estádio mas acaba a sangria
dos cofres públicos que são obrigados a bancar ‘elefantes brancos’.
O
Nacional de Brasília, mais conhecido como Mané Garrincha, construído pelo
governador petista Agnelo Queiroz – que responde a vários processos por uso
indevido e mesmo apropriação ilícita de dinheiro público - se transformou
em um grande criadouro do mosquito Aedes aegypti.]
Faz dois
anos que o alemão Mario Götze, aos oito minutos do segundo tempo da
prorrogação, matou o cruzamento que veio da esquerda no peito e, quase
dentro da pequena área, acertou o voleio que decidiu a partida. No
Maracanã, a Alemanha bateu a Argentina e venceu a Copa do Mundo pela
quarta vez na história. De lá para cá os argentinos jogaram – e perderam – mais
duas finais em Copas Américas. Os alemães deixaram passar uma Eurocopa para,
quem diria, Portugal. A Seleção Brasileira dispensou Luiz Felipe Scolari, o
técnico do 7 a 1, recontratou e já demitiu Dunga, quem a fez cair na primeira
fase da Copa América. Mas algo não mudou. O Brasil – mais especificamente, você, cidadão – continua a pagar a Copa.
Quando se
fala em arena, ou em qualquer obra, uma coisa é a construção, outra é a
operação. O
Brasil já gastou bilhões de reais para levantar os estádios da Copa e as
estruturas da Olimpíada no Rio de Janeiro. Isso não tem volta. O
que você precisa considerar, agora e nos próximos anos, é quanto dinheiro ainda vai gastar com a manutenção dessas instalações
esportivas. O custo do legado do Parque Olímpico da Barra passa de R$ 1,4 bilhão nos próximos 25 anos – voltaremos a
este tópico na véspera da Olimpíada. O preço do legado da Copa está aberto. Aumenta
a cada ano com os prejuízos anuais dos estádios. Abaixo, você vai descobrir
qual é o quadro e, nos links, as situações individuais das novas arenas
brasileiras.
ÉPOCA coletou
nos últimos seis meses as demonstrações financeiras e os documentos de 15 novos
estádios brasileiros, um legado deixado pela Copa. Além dos 12 que receberam
jogos no Mundial, foram considerados Allianz Parque, do Palmeiras, Arena do
Grêmio e Independência, todos reformados no mesmo período e nos mesmos padrões.
A falta de transparência dificulta. Mato Grosso, Distrito Federal e
Amazonas são três governos que informam apenas os dados referentes a 2015. Os
números de 2014 e 2013, como estavam sob a batuta de outros governadores,
sumiram. As empresas que gerem o Castelão, no Ceará, ignoraram os contatos
feitos por três meses até que o governo cearense, a pedido de ÉPOCA, cobrou do consórcio o envio das
informações solicitadas. Elas chegaram aos 45 do segundo tempo para fechar a
reportagem.