O
empresário Luciano Hang é uma importante liderança nacional. Num país
carente de líderes autênticos, o dono da Havan revela qualidades para
ser isso.
Não tem medo de assombração (pior defeito de falsos líderes),
encara uma agressiva CPI com altivez, difunde o empreendedorismo,
investe e cria postos de trabalho, apóia quem merece apoio, não ostenta
sua riqueza. Em vista disso, uma rápida pesquisa me mostrou que ele tem
5,2 milhões de seguidores no Instagram, 835 mil no Twitter, 500 mil no
Facebook, 351 mil no YouTube e 215 mil no TikToc.
Luciano, a
quem nunca vi e com quem nunca falei, é também comunicador inato e líder
político. Influencia pessoas. Aqueles a quem ele influencia se tornam
influentes em relação a outras e isso, lá na ponta do dia 2 de outubro,
se reflete em votos.
Portanto, em dias de eleição, fechar todas suas
contas nas redes sociais por razões de uma conversa fútil e inútil
buscada no WhatsApp é afronta à fluidez natural do debate político e à
propagação das idéias. Estou falando de algo que não é fútil nem inútil,
mas inerente e sagrado em qualquer democracia cujos princípios sejam
respeitados.
Quem tomou a decisão de restringir seus direitos (aliás, o direito de tantos) afrontou a democracia que diz defender e, de algum modo e em alguma proporção, o resultado da eleição.
Nem os
ministros da eleição (TSE), nem os da defesa da “democracia e do Estado
de Direito” (STF) fazem algo a respeito?
E querem que a nação os aplauda
nas ruas?
Percival Puggina (77), membro da
Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e
titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.