Em depoimento, cunhada de Maria
Esperanza Ruiz também nega ter visto cerco policial
A versão da PM de que teria pedido que o carro onde
estava a espanhola Maria Esperanza Jimenez Ruiz, morta com um tiro na manhã desta segunda-feira,
parasse numa blitz foi contestada pelas testemunhas que estavam no carro. Foi o
que adiantou o delegado Fábio Cardoso, da Divisão de Homicídios (DH),
que investiga o caso. Mesmo alertando que ainda é cedo para tirar conclusões
sobre o que ocorreu na manhã desta segunda-feira, na Rocinha, Cardoso
afirmou que as testemunhas, que também estavam no carro, disseram não ter visto
a blitz. Segundo o delegado, nem mesmo o motorista e a cunhada de Maria Ruiz
teriam visto o suposto cerco montado pelos policiais. [esse motorista tenta compensar sua negligência, imperícia e mesmo irresponsabilidade dizendo não ter visto a blitz e o pior é que se nota no delegado propensão a aceitar a versão - talvez seja delegado adepto da teoria seguida pelo que investigou o desaparecimento do Amarildo - que muito provavelmente optou por sumir por não estar bem com os traficantes..
É normal a existência de vários protocolos de ação a ser desenvolvida para parar um veículo que 'fura' um bloqueio. A PMERJ alega que seu manual de operações determina a perseguição ao veículo, deixando a impressão de ser o único procedimento recomendado.
Fica esquisito. Já que muitas vezes é melhor efetuar disparos contra o veículo suspeito (desobedecer uma ordem de parada em uma blitz é uma atitude suspeita e que compromete e muito todos os ocupantes do veículo) desde que os possíveis danos sejam leves e/ou limitados - caso em questão foram limitados bem mais do que uma perseguição que colocaria em risco não só a vida dos policiais e dos suspeitos mas também de inocentes transeuntes.]
As informações preliminares são de que o motorista
não teria visto essa suposta blitz. Já conversamos inclusive com uma testemunha,
a outra turista que estava no carro (cunhada de Maria Ruiz), e ela não teria
visualizado nenhum tipo de blitz também. Mas ainda precisamos confirmar tudo
isso. - afirmou o delegado.
A morte da turista espanhola Maria Esperanza
Jimenez Ruiz está sendo investigada por uma ação conjunta entre a Delegacia de
Atendimento ao Turista (DEAT) e a Delegacia de Homicídios (DH). As primeiras
informações divulgadas da investigação são de que a turista espanhola foi
atingida por um tiro na região do pescoço, que teria vindo da direção traseira
do carro. O disparo seria de uma arma automática de alto calibre, provavelmente
um fuzil. Os três Policias Militares que estariam no momento do disparo fatal
já foram identificados, mas o nome deles não será divulgado após o avanço das
investigações.
As testemunhas foram ouvidas durante durante toda a
tarde desta segunda-feira. Ainda pela manhã, o carro onde estavam os turistas
foi levado para um local não divulgado, para que fosse realizada uma perícia no
veículo. Após liberação, o corpo de Maria Esperanza será encaminhado para o
IML, no Centro do Rio.
Fonte: O Globo