O presidente do Banco Central Ilan Goldfjan disse que, se a política
fiscal ajudar, o Banco Central pode trabalhar com um peso muito menor na
política monetária e com um resultado mais rápido. Ele contou que a
inflação continuará caindo, mas repetiu que o BC buscará a meta de 4,5%.
Para ele, o sistema financeiro está sólido apesar da crise brasileira.
Em
entrevista que me concedeu ontem, na GloboNews, Ilan disse que não se
preocupa de estar em um governo provisório e que trabalha como quem
ficará muitos anos. — Meu projeto é trabalhar aqui, independente
do prazo, como se fosse ficar muitos anos, olhando o médio e longo
prazos. É preciso entrar trabalhando para melhorar. O país é nosso e, em
vez de ficar o outro lado dizendo o que tem que ser feito, é preciso
também vir aqui e contribuir de forma técnica, apartidária, independente
do cenário político.
Perguntei o que ele consideraria um bom resultado para o seu trabalho, ao sair. -
Se conseguir sair daqui com a inflação na meta, depois de dez anos com a
inflação acima da meta, considerarei um legado bem importante. Outro
ponto é reduzir o custo da intermediação. O terceiro é manter o sistema
financeiro sólido, líquido e capitalizado.
Dificilmente, contudo,
o Banco Central terá a ajuda da política fiscal, porque o governo está
anunciando o quarto ano de déficit primário e com um número que não
deixa dúvida de que estamos no meio de uma gigantesca crise fiscal. Ilan
pondera que no caso do resultado de 2016, dos R$ 170,5 bilhões de
déficit, R$ 140 bi foram de revisão de despesa. Sobre a meta de R$ 139
bilhões de 2017, ele diz: — Há um lado de fluxo de déficit de um
passado recente que precisa ser consertado. Acho importante avaliar as
mudanças estruturais que estão sendo colocadas. Eu realmente acho que o
teto de gastos é relevante. As receitas estavam subindo a 6% ao ano, e
agora vão deixar de subir. Quando a despesa sobe, isso eleva o imposto e
cria a situação em que estamos. Era necessária uma medida como a que
estamos tendo este ano.
Ilan disse que é muito raro haver câmbio
flutuante sem nenhuma intervenção no mundo, porque mesmo em economias
maduras há intervenções, seja por falta de liquidez, seja por alguma
crise. — Não temos nenhum dogma de que para ter câmbio flutuante,
o Banco Central tem que ficar de público, assistindo. O BC pode
corrigir algumas distorções.
Sobre a dívida pública, ele disse
que há vários fatores que condicionam a sua trajetória e que a sua
estabilidade não será conseguida no curto prazo. O importante será
sinalizar que em algum momento no futuro ela vai parar de crescer. E um
futuro não muito distante. Um fator relevante para interromper a
alta da dívida é, na questão fiscal, conseguir o que está sendo tentado
pelo governo, disse Ilan: o limite de gastos, e um incentivo para de
fato discutir o orçamento. — A receita vinha subindo, parou de
subir e começou a cair. É necessário recuperar a receita, e, depois
disso, a volta da confiança, o crescimento.
Sobre o cenário
externo, ele disse que há dois tipos de preocupação: se a economia
global vai crescer ou não, diante da desaceleração da China e das
dúvidas sobre a intensidade do crescimento americano. E o efeito do
Brexit na economia europeia, que havia começado a se recuperar, saindo
da recessão.
O presidente do BC acha que existe um caminho de
redução dos juros, que é o de evitar qualquer tipo de interferência que
aumente o custo do dinheiro. — É preciso lembrar que muitas das
medidas que se oferecem acabam aumentando o custo. Ideias como criar
direcionamentos, subir compulsórios, alocar dinheiro para o curto prazo,
que podem parecer ideias boas, mas que no longo prazo aumentam o custo.
Ele
acha que o consignado mostrou como é importante a garantia de um
empréstimo para reduzir as taxas. Quando há esse seguro, o custo da
intermediação cai. Mas os últimos episódios de atraso de salário estão,
na verdade, reduzindo a segurança dessa modalidade. Eu perguntei
se a crise nas empresas brasileiras está afetando a solidez do sistema.
Ele disse que, apesar da recessão que vem desde o ano passado, o sistema
está líquido, saudável, provisionado. Na opinião do presidente do BC,
os bancos têm toda a condição de passar por este momento, mas avisou que
vai ficar de olho.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador atraso de salário. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador atraso de salário. Mostrar todas as postagens
sexta-feira, 8 de julho de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)