Morre coronel Brilhante Ustra, um dos maiores
símbolos da repressão
Ele
estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília, para o tratamento de um
câncer.
Militar
comandou o DOI-Codi entre 1970 e 1974, período em que 40 presos morreram no
local
Coronel
da reserva deu um depoimento em que defendeu sua atuação no período militar: "Lutávamos contra o comunismo"
Morreu na madrugada
desta quinta-feira o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante
Ustra, aos 83 anos.
Ele estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília. De acordo com
informações do hospital, o militar fazia tratamento
contra um câncer. Ustra comandou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e
1974, período em que foram registrados 502 casos de tortura e 40 mortes de
presos políticos nos porões do local. [a matéria ‘esquece’ de mencionar que
o coronel Ustra, um verdadeiro HERÓI NACIONAL, foi acusado sem sucesso, dezenas
de vezes, da prática de tortura e outros atos.
Acusações apresentadas pelo
Ministério Público Federal e não provadas.
Agora, com a morte do coronel Ustra –
que recebeu todo o apoio do Exército Brasileiro durante sua doença – os procuradores da revanchista ‘justiça de
transição’ vão procurar outro bode expiatório.]
O coronel reformado Carlos
Alberto Brilhante Ustra, que comandou o Destacamento de Operações de Informações
do Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em São Paulo, entre
1970 e 1974(ABr/VEJA)
Em depoimento à Comissão da Verdade em 2013, Ustra afirmou que "lutou pela democracia" e negou ter cometido crimes durante o regime militar. "Nunca fui assassino", disse. Durante sua fala, Ustra ainda acusou a presidente Dilma Rousseff de ter integrado um grupo terrorista que queria transformar o Brasil em um país comunista. "Todas as organizações terroristas - que eram mais de quarenta - tinham, claramente, o objetivo final de implementar a ditadura do proletariado. Inclusive as quatro organizações das quais a nossa presidente da República participou".
Ustra foi convocado como parte das atividades do colegiado, que ouviu também o ex-agente Marival Chaves Dias do Canto. Ele confirmou que Roberto Artone era agente da repressão e poderia dar informações sobre desaparecidos político. Antes das perguntas, Ustra fez um depoimento inicial em que defendeu sua atuação no período militar. "Nós lutamos para preservar a democracia, estávamos lutando contra o comunismo. Para que isso não se transformasse num enorme 'Cubão'", afirmou o coronel da reserva. O militar afirmou ainda que se não houvesse a atuação do Exército, ele "já teria ido para o paredão".
O coronel comandou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2º Exército, em São Paulo, entre 1970 e 1974. O nome dele é um dos mais citados em denúncias de violações de direitos humanos no período. "Quem tem que estar aqui é o Exército, não eu", disse em tom exaltado. "Eu não vou me entregar. Eu lutei, lutei e lutei. Tudo que eu tenho a declarar está no meu livro", afirmou ao final da sua fala.
Liminar - Ustra obteve decisão liminar na Justiça que o autorizou a ficar calado, mas respondeu parte das questões. Perguntado sobre um caso de estupro nas dependências do DOI-Codi, Ustra reagiu com irritação. "Nunca, nunca, nunca ninguém foi estuprado dentro daquele órgão. Digo isso em nome de Deus. É verdade o que estou falando."
Ustra também negou a ocorrência de mortes no DOI-Codi durante o seu comando. "Sempre admitimos que houve mortos [durante o regime militar]. No meu comando ninguém foi morto dentro do DOI. Todos foram mortos em combate. Dentro do DOI, nenhum."