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domingo, 4 de julho de 2021

APRENDI NA VIDA REAL O QUE É TER MEDO DO ESTADO NUM PAÍS COMUNISTA - Percival Puggina

O novo milênio recém começara, Lula fora eleito presidente e a embaixada brasileira já estava sob comando de Tilden Santiago, ex-deputado federal pelo PT.  Eu retornara à Havana com o intuito de escrever um livro e, além das minhas observações sobre o ambiente social, político e econômico, pretendia conhecer e ouvir opiniões dos opositores ao regime. Para elogiá-lo havia gente demais aqui mesmo.

Graça Salgueiro, escritora e amiga, me tinha fornecido uma lista com nomes de jornalistas independentes e os telefones de dois dissidentes. Com esses dados fui a campo sem preocupação com a possibilidade de que contatá-las pudesse representar qualquer inconveniente à minha segurança. Vinte e quatro horas depois de chegar, tive a convicção, confirmada em outras ocasiões, de que os telefones das pessoas com quem falei e me iria encontrar estavam grampeados e de que eu estava sob atenta vigilância de agentes do regime. Dias depois, enquanto almoçava com três dissidentes num restaurante já vazio, tive o privilégio de ter apontada para mim, como canhão, durante longos minutos, a lente de uma enorme filmadora operada por dois mastodontes.

Como escritor, beneficiei-me dessa imprudência. Pude haurir, no meu temor de turista num regime totalitário e policial, pequena amostra da situação em que vivem os cubanos desde quando la revolución lhes furtou os bens materiais e espirituais, instalando uma ditadura que já leva seis décadas. Experimentei a insegurança e a incerteza sobre o momento seguinte e sobre como seria meu retorno ao Brasil. Foram sentimentos decisivos para a leitura e interpretação que fiz da realidade daquela pobre gente. Milhões de pessoas que preservam os naturais anseios humanos por liberdade têm vivido daquele modo suas vidas inteiras! Para elas, passado todo esse tempo, criticar o regime e seu governo faz mal para a saúde. Sim, porque a ditadura os trata mal, ou os trata muito pior.

Ao retornar, escrevi o livro “Cuba, a Tragédia da Utopia”. Com o passar dos anos, enquanto, nosso país continuava a eleger governos de esquerda, solidários com a dinastia Castro, mas em nada solidários com o povo cubano, eu sentia crescer a necessidade de reeditar o livro. Por meios menos ostensivos renovei contatos e voltei à ilha. Com interrupções, mas com continuidade, trabalhei nele ao longo de oito anos, atualizando informações e ampliando o conteúdo da versão original.

Nessa segunda edição, publicada em 2019, mudei o título para simplesmente “A tragédia da Utopia”. Por quê? Porque a utopia é uma tragédia em qualquer país e nosso enveredara por esse pantanoso caminho. O desastre cubano adverte em alta voz o povo brasileiro e poucos se ocupam em desfazer as mistificações sobre aquela realidade que volta a forçar nossa porta.

Em meu site Puggina.org, há um setor de Livros do Puggina (1) por onde podem ser feitos contatos para aquisição da obra. O Brasil ainda precisa muito dessas informações publicadas.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Morre coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos maiores símbolos da luta contra o terrorismo


Morre coronel Brilhante Ustra, um dos maiores símbolos da repressão
Ele estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília, para o tratamento de um câncer.
Militar comandou o DOI-Codi entre 1970 e 1974, período em que 40 presos morreram no local

Ustra nega mortes no DOI-Codi e diz que Dilma foi terrorista - "Sempre admitimos que houve mortos [durante o regime militar]. No meu comando ninguém foi morto dentro do DOI. Todos foram mortos em combate. Dentro do DOI, nenhum."
Coronel da reserva deu um depoimento em que defendeu sua atuação no período militar: "Lutávamos contra o comunismo"

Morreu na madrugada desta quinta-feira o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, aos 83 anos. Ele estava internado no Hospital Santa Helena, em Brasília. De acordo com informações do hospital, o militar fazia tratamento contra um câncer. Ustra comandou o DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974, período em que foram registrados 502 casos de tortura e 40 mortes de presos políticos nos porões do local. [a matéria ‘esquece’ de mencionar que o coronel Ustra, um verdadeiro HERÓI NACIONAL, foi acusado sem sucesso, dezenas de vezes, da prática de tortura e outros atos.
Acusações apresentadas pelo Ministério Público Federal e não provadas.
Agora, com a morte do coronel Ustra – que recebeu todo o apoio do Exército Brasileiro durante sua doença –  os procuradores da revanchista ‘justiça de transição’ vão procurar outro bode expiatório.]
O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do 2º Exército em São Paulo, entre 1970 e 1974(ABr/VEJA)
Seu nome é um dos mais citados em denúncias de violações de direitos humanos no período. Apresentava-se com o codinome de "doutor Tibiriçá". Em 1987 [já na famigerada Nova República], entrou para a reserva, ao ter seu nome preterido na promoção para general, e escreveu um livro, Rompendo o Silêncio.  Desde então vivia recluso e discreto com sua mulher, Maria Joseíta, e as duas filhas numa confortável casa no Lago Norte, região de classe média de Brasília.

Em depoimento à Comissão da Verdade em 2013, Ustra afirmou que "lutou pela democracia" e negou ter cometido crimes durante o regime militar. "Nunca fui assassino", disse. Durante sua fala, Ustra ainda acusou a presidente Dilma Rousseff de ter integrado um grupo terrorista que queria transformar o Brasil em um país comunista. "Todas as organizações terroristas - que eram mais de quarenta - tinham, claramente, o objetivo final de implementar a ditadura do proletariado. Inclusive as quatro organizações das quais a nossa presidente da República participou". 

 Ustra foi convocado como parte das atividades do colegiado, que ouviu também o ex-agente Marival Chaves Dias do Canto. Ele confirmou que Roberto Artone era agente da repressão e poderia dar informações sobre desaparecidos político. Antes das perguntas, Ustra fez um depoimento inicial em que defendeu sua atuação no período militar. "Nós lutamos para preservar a democracia, estávamos lutando contra o comunismo. Para que isso não se transformasse num enorme 'Cubão'", afirmou o coronel da reserva. O militar afirmou ainda que se não houvesse a atuação do Exército, ele "já teria ido para o paredão".

O coronel comandou o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do 2º Exército, em São Paulo, entre 1970 e 1974. O nome dele é um dos mais citados em denúncias de violações de direitos humanos no período. "Quem tem que estar aqui é o Exército, não eu", disse em tom exaltado. "Eu não vou me entregar. Eu lutei, lutei e lutei. Tudo que eu tenho a declarar está no meu livro", afirmou ao final da sua fala.

Liminar - Ustra obteve decisão liminar na Justiça que o autorizou a ficar calado, mas respondeu parte das questões. Perguntado sobre um caso de estupro nas dependências do DOI-Codi, Ustra reagiu com irritação. "Nunca, nunca, nunca ninguém foi estuprado dentro daquele órgão. Digo isso em nome de Deus. É verdade o que estou falando."

Ustra também negou a ocorrência de mortes no DOI-Codi durante o seu comando. "Sempre admitimos que houve mortos [durante o regime militar]. No meu comando ninguém foi morto dentro do DOI. Todos foram mortos em combate. Dentro do DOI, nenhum."