Num instante em que o ministro Paulo Guedes (Economia) chama servidores
de "parasitas", as duas burocracias mais estáveis e hierarquizadas do
Estado brasileiro —Forças Armadas e Itamaraty— levam à vitrine uma operação de
mostruário.
Militares e diplomatas transformaram o resgate dos brasileiros
assediados pelo coronavírus na China numa ação até aqui impecável. Há apenas
nove dias, Bolsonaro esgrimia alegações orçamentárias, legais e de saúde
pública para não repatriar os patrícios em apuros. O chanceler Ernesto Araújo
ecoava o chefe, mencionando hipotéticas barreiras impostas pelo governo chinês
para a retirada dos nacionais reclusos em Wuhan. Negociar a saída "não é
uma coisa óbvia e imediata", declarava.
Pois bem, o governo viu-se compelido a fazer por pressão o que não
fizera por opção. Sobreveio, então, um desses episódios que, de raro em raro,
fazem com que o contribuinte tenha orgulho do serviço público que sustenta. A
verba apareceu. O Congresso aprovou em menos de 48 horas o ajuste legal
reclamado pelo presidente. A alegada muralha da China era apenas um tritongo
traiçoeiro, tão falso quanto qualquer outra men-ti-ra. Liberada para trabalhar,
a burocracia cuidou de desdizer Bolsonaro e Araújo.
Os 34 brasileiros que
esperavam pelo socorro do seu país receberam mais do que o necessário. Além da
agilidade e do rigor técnico, foram brindados com atenção, zelo e apreço. Ao chegar
à base militar de Anápolis (GO), território da quarentena, os resgatados
encontraram mimos de hotelaria. Perfeccionista, a Aeronáutica providenciou
desde uma faixa de boas-vidas até berços e brinquedoteca para as crianças.
O
principal teste de um governo é o modo como ele cuida dos cidadãos, sobretudo
nas situações de desconforto e perigo. A eficiência dos "parasitas"
evitou que a gestão do chefe de Paulo Guedes fosse reprovada no teste. [o CAOS
no atendimento do INSS é a prova incontestável que quando faltam os 'parasitas' –
no caso, não foi por demissão e sim por falta de contratação de novos 'parasitas' para substituir os que
saíam, por aposentadoria ou outros motivos – a coisa complica.
Paulo Guedes,
homem de confiança do presidente Bolsonaro quer ampliar o CAOS para todo o
Serviço Público.]
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Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL/Folha
Pois bem, o governo
viu-se compelido a fazer por pressão o que não fizera por opção.
Sobreveio, então, um desses episódios que, de raro em raro, fazem com
que o contribuinte tenha orgulho do serviço público que sustenta. A
verba apareceu. O Congresso aprovou em menos de 48 horas o ajuste legal
reclamado pelo presidente. A alegada muralha da China era apenas um
tritongo traiçoeiro, tão falso quanto qualquer outra men-ti-ra.
Liberada para trabalhar, a burocracia cuidou de desdizer Bolsonaro e
Araújo. Os 34 brasileiros que esperavam pelo socorro do seu país
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