Canário belga canta melhor - Sepultada a geração Neymar. Que venha a próxima
A Seleção
de Telê, Falcão, Sócrates e Zico perdeu a Copa do Mundo de 1982, mas é
universalmente celebrada até hoje. Para alguns, foi superior à Seleção de Pelé,
Tostão, Gerson e Jairzinho que conquistou o tri no México em 1970. Um exagero, talvez.
Esta, de
Tite, Neymar, Gabriel Jesus e Fernandinho, eliminada da Copa da Rússia, é uma
Seleção para ser esquecida. Foi muito bem na fase de classificação e nos
amistosos. Na fase de grupos e nas oitavas de final, avançou sem convencer. Deu
no que deu.
Por dias
a perder de vista, e por muitas horas consecutivas, os 'especialistas' em
futebol, reunidos em torno de mesas com todos os formatos, discutirão a derrota
do Brasil e tentarão explicá-la da melhor maneira possível. Faz parte do ofício
deles. É tão
simples: a Bélgica jogou melhor. A Bélgica é um time melhor do que o do Brasil.
Do ponto de vista tático, seu técnico espanhol deu um baile em Tite, elevado ao
altar antes da hora. A vitória foi justa e merecida. O canário belga cantou
mais bonito. E ponto final.
Em nenhum
outro esporte, salvo o futebol, um time mais fraco derrota um time mais forte.
Mas não é sempre que isso acontece. O Brasil foi mais fraco ontem, e por isso
perdeu. Mas enquanto sua campanha vinha sendo irregular, a da Bélgica só fazia crescer.
O
resultado não poderia ter sido outro. O Brasil finalizou mais – mas mal. A
Bélgica, menos, mas o suficiente para vencer. Alisson, o goleiro brasileiro,
teve pouco trabalho. O belga Courtois trabalhou duro e operou milagres. Mas ele
estava ali para fazer isso, ora. E fez. A mística
da camisa amarela, e a prudência do técnico da Bélgica, salvaram a Seleção
Brasileira de uma goleada. Do contrário, o placar final teria sido mais
elástico. O domínio brasileiro no segundo tempo foi à base de espasmos, de
raça, de desespero. Domínio enganoso.
Por
acidente, poderia ter levado o jogo para a prorrogação. Mas só por acidente. A
geração de Neymar acabou – que venha outra. O desfecho da Copa da Rússia
tornou-se um ato privativo do futebol europeu. Uma espécie de Eurocopa
relâmpago.