Motociclista morto após furar bloqueio do Exército não tinha habilitação
Um
motocicilista foi morto na noite deste sábado após furar um posto de bloqueio e
controle do Exército na área da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio.
Identificado pelo Corpo de Bombeiros como Diego Augusto Ferreira, de 25 anos,
ele não teria obedecido a ordem de parada dos militares que estavam na Rua
Salustiano Silva, em Magalhães Bastos. Ainda não se sabe os motivos para o
homem não ter parado na blitz das Forças Armadas. Esta é a primeira morte
causada por um militar do Exército desde o início da intervenção federal no Rio
de Janeiro.
Homem morreu ao tentar furar posto de bloqueio - Reprodução do Twitter / SulacapNews
De acordo
com a assessoria de Comunicação Social do Comando Militar do Leste (CML), por
volta das 20h30, o homem "foi atingido por um disparo de arma de fogo
proferido por um dos soldados que operavam o posto". O Comando Militar
informa ainda que todas as providências legais cabíveis estão sendo tomadas
neste momento, além de destacar que as circunstâncias estão sendo apuradas. Segundo o
CML, Diego tinha três antecedentes criminais, dois deles quando ainda era menor
de idade. O ultimo caso, ele foi enquadrado por furto a estabelecimento
comercial. A perícia no local foi realizada pela Polícia do Exército, e o
inquérito será aberto pela Justiça Militar. A
motocicleta que o rapaz pilotava não era dele. O dono do veículo esteve no
local, mas o CML não informou se a moto tinha sido roubada. O corpo de Diego
segue no IML do Campo Grande.
ÔNIBUS
INCENDIADO
O
episódio ocorreu próximo à Transolímpica, uma das principais vias expressas do
Rio de Janeiro. Nas redes sociais, usuários comentaram o acontecimento:
"Acabaram de matar um na Vila Militar. Mano, que isso, meu Deus..." e
"A cidade está cada vez mais violenta... a gente sai de casa e não sabe se
volta, o que vamos encontrar pela frente. Quantos perigos enfrentamos" são
algumas das mensagens deixadas na internet. Ainda nas
redes sociais, informações da página Padre Miguel News apontam que um ônibus da
linha 793 ( Pavuna x Magalhães Bastos), da Viação Pavunense, foi incendiado na
Rua Almeida e Souza em forma de protesto contra a morte do motocicilista. [carioca está ficando burro e age contra ele mesmo;
um motociclista, com antecedentes criminais, desobedece uma ordem de parada, é atingido por um disparo efetuado por um militar no estrito cumprimento do dever legal, more no local e a população revoltada queima um ônibus.
Resultado: um ónibus a menos para atender a população.]
A família de Diego Augusto Ferreira, de 25 anos, morto após furar uma
blitz no Exército na Vila Militar, na noite deste sábado, acredita que o
rapaz não obedeceu à ordem de parada dos militares porque não tinha
habilitação. O jovem, que trabalhava como vendedor de bolsas no
camelódromo da Uruguaiana, saiu de casa para comprar óleo de motor para o
carro do avô, com a moto de um vizinho.
O posto de bloqueio do Exército, montado na Rua Salustino Silva, em
Magalhães Bastos, fica a 800 metros da casa do rapaz, que morava com os
avós e com o tio, MC Magalhães, sucesso no funk na década de 90. Extremamente abalada, a família ainda não foi ao Instituto Médico
Legal, de Campo Grande, para reconhecer o corpo.— Estávamos em casa, eu e a avó dele, nós o criamos. Ele saiu com a moto do vizinho para comprar oléo de motor e aconteceu isso. Estamos até agora sem entender, arrasados. Ele não tinha habilitação, mas gostava de moto. Mas isso não justifica o tiro. Ninguém pode tirar uma vida assim — disse o avô, José Luiz da Silva, de 70 anos, admitindo que Diego era usuário de drogas.
Diego tinha três antecedentes criminais, dois deles quando ainda era menor de idade, segundo levantamento do Exército. No último caso, ele foi enquadrado por furto a estabelecimento comercial.
O Globo