Protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fecham pontos de rodovias em todo o país; atos começaram na noite de domingo
A Polícia Rodoviária Federal informou nesta segunda-feira, 31, que há pontos de aglomeração e bloqueio de caminhoneiros em 12 estados brasileiros. A maioria dos pontos de protestos são estados em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos.
Valter Campanato - Agência Brasil
Segundo a PRF, há atos em estradas federais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará. Dos estados, apenas MG e PA tiveram derrota de Bolsonaro nas urnas. “A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirma em nota a corporação. Segundo levantamento divulgado pela Abrava, associação dos caminhoneiros, são 63 pontos com protestos e bloqueios parciais ou totais de rodovias.
Os protestos começaram na noite de domingo, 30, pouco após Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ser declarado presidente eleito do Brasil. Os caminhoneiros, em sua maioria apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram para rodovias, dizendo que só desocupariam as vias mediante a intervenção militar. O primeiro ato foi registrado em Santa Catarina, mas se espalharam pelo país. No estado, são 19 pontos de paralisação no momento. Na Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há pontos de bloqueio nos dois sentidos da rodovia, na altura de Barra Mansa (RJ).
ProtestosOs caminhoneiros foram uma das mais importantes bases de apoio de Bolsonaro na campanha de 2018 que o levou à presidência. Em junho daquele ano, os motoristas autônomos pararam estradas do país por dez dias devido a alta dos preços do diesel. Quando chegou ao Planalto, a relação de Bolsonaro e dos caminhoneiros ficou mais complicada com a cobrança de diversas ações como tabelamento do frete e o fim da política de paridade do preço do combustível (PPI), seguida desde 2016.
Durante o mandato, o governo conseguiu segurar diversas tentativas de paralisação do país. Em novembro de 2021, o Ministério da Infraestrutura conseguiu 29 liminares na Justiça para evitar paralisações sob risco de multa para os organizadores da manifestação, e com isso, conseguiu desmobilizar o movimento que pedia a redução do preço dos combustíveis. Em meados deste ano, o governo engendrou o auxílio caminhoneiro, no valor de 1.000 reais, para tentar reduzir a insatisfação da categoria.
Em 2020, entretanto, um movimento de caminhoneiros simpatizantes ao presidente Jair Bolsonaro fez atos em diversos estados do país depois das manifestações do 7 de setembro daquele ano, em que Bolsonaro fez discursos anti-democráticos, contra o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral brasileiro.
Economia - Revista VEJA