Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador intervenção militar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador intervenção militar. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de setembro de 2023

Um espetáculo judiciário - Percival Puggina

            Tomou-me tempo, escrever este artigo. Quando o dei por pronto, encarei, olho no olho, cada adjetivo. 
Passei a peneira nos superlativos e diminutivos.
Não satisfeito, me debrucei sobre os advérbios (às vezes, eles encerram verdades que ferem vaidades). 
Por fim, chequei os fatos e as interpretações dos fatos, etapa após a qual fiquei tentado a voltar atrás e repor os adjetivos suprimidos... 
Resisti. Ei-lo aqui, pronto para os leitores, a quem digo concordar em quase tudo com os advogados e em quase nada com os ministros que aprovaram aquelas desmesuradas penas. 
 
Faço tal afirmação apesar de não ter formação jurídica, por ser perfeitamente capaz, assistindo cena de vida real ao longo de dois dias, por horas a fio, como fiz durante o julgamento, de identificar objetivos, estratégias e sentimentos que os protagonistas expressaram. 
Assim também, sei que o parágrafo inicial deste artigo, logo aí acima, fala de autocensura.  
Ela é consequência da censura e das interdições, bem como de excessos que não estiveram ausentes do “espetáculo judiciário” dos dias 13 e 14.

***

Após a IIª Grande Guerra, o Tribunal de Nuremberg iniciou seus julgamentos em novembro de 1945 e os encerrou em outubro de 1946, apreciando 185 casos, tendo absolvido os réus em 35 deles. 
Na URSS, em especial nos anos de 1936 a 1938, foram promovidos inúmeros julgamentos públicos da elite política. 
Os réus também eram classificados em pacotes: o dos “mentores” (a elite original do comunismo soviético), dos “infiltrados” na burocracia do regime e dos “propagadores” de ideias antirrevolucionárias no meio da população. 
Stalin espetacularizava esses julgamentos como forma de impor a ética revolucionária à sociedade soviética. O STF, por sua vez, tem mil e tantos processos para julgar, tendo condenado até agora os três primeiros réus.
 
É bastante evidente que estes julgamentos iniciais cumprem uma finalidade semelhante à dos grandes julgamentos da história política. São eles: 
1º) consolidar uma compreensão política da atualidade nacional segundo a perspectiva majoritária da corte;  
2º) exibir seus argumentos e difundir os adjetivos que a Corte aplica à conduta dos réus; 
3º) explicar que os presos estão sendo julgados ali por conexão, nos mesmos inquéritos, com réus que têm foro privilegiado; 
4º) explicar a visão da folgada maioria da Corte sobre o que ela chama de “amplo cenário” e “crimes multitudinários”, redundando no arrolamento dos réus nos mesmos crimes, independentemente do que cada um estivesse a fazer no local dos fatos.
 
No entanto, o tal “cenário completo” reiteradamente mencionado, mas muito especialmente enfatizado pelos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, é uma – apenas uma e convenientemente escolhida – das visões políticas que se pode ter dos acontecimentos. 
Existem outros cenários, todos mais amplos, nos quais o próprio Tribunal é parte ativa. 
Aliás, ativista, tendo contribuído para a formação de um ambiente psicossocial muito negativo, muito tóxico, no país. 
Estou falando de bem mais de uma centena de decisões contra o governo anterior envolvendo, inclusive, teses sem acolhida no parlamento e deferidas pelo STF a pedido de legendas sem representatividade alguma. 
Nada demarca tais intervenções melhor do que o veto à nomeação de pessoa indicada por Bolsonaro para a Direção-Geral da PF. [intervenção que não sendo objeto de resistência do governo Bolsonaro, deu inicio ao processo de desmanche daquele Governo.] 
Somem-se, ainda, as ações junto às redes sociais e seus usuários, as manifestações políticas dos ministros e o tom em que muitas foram proferidas, as invasões de competência, os inquéritos sem fim e por aí vai, como exemplo de cenário mais amplo.

***

Assim como percebo tudo isso, também percebi, desde sempre, a impropriedade e a inexequibilidade da intervenção militar, bem como a estupidez do ato convocatório para concentração em Brasília. Indignou-me instantaneamente a destruição que se seguiu. 
Como pode alguém ser assim tão burro, fazendo imenso mal a si mesmo e grande bem a seu adversário em poucas horas? 
Num outro viés, intrigam-me ainda hoje o abandono da praça pelas forças do Estado, as imagens que vejo, as imagens que vazam, as imagens que somem e a conduta dos parlamentares da base do governo na CPMI.
 
Não é difícil compreender que alguns advogados tenham transposto certos limites que desconheço porque pouco sei do linguajar forense, mas há a esse respeito considerações indispensáveis: 
1ª) nenhuma agência de publicidade convidaria o ministro relator para lançar uma campanha contra discurso de “ódio”; 
2ª) os advogados já sabiam o que iria advir para seus clientes porque as questões levantadas pelo Dr. Sebastião foram negadas quase unanimemente pelo plenário; 
3ª) os réus eram culpados em amplo espectro por tudo que coubesse no tal “cenário” escolhido, mesmo que tivessem ficado sentados num banco; 
4ª) o trem dos prisioneiros já partira rumo a seu destino; 
5ª) não é difícil entender que os dois últimos defensores expressassem a emoção que tantos estavam a sentir naquele momento; 
6ª) a emoção não era suprimível do espetáculo; 
7ª) de algum lugar precisavam emergir sentimentos humanos; 
8ª) era a homenagem às vítimas de um excesso monumental, cujas penas a si aplicadas não eram absorvidas no crime maior e superavam a máxima prevista no Código Penal para crime de estupro; 
9ª) é impiedoso reprovar a emoção alheia, especialmente a emoção de uma alma feminina.

Os momentos de irresignação, comoção e lágrimas foram os traços visíveis de humanidade no espetáculo judiciário dos dias 13 e 14.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

 

sábado, 26 de agosto de 2023

De papo furado a escândalo nacional - Percival Puggina

         A boa notícia da semana infelizmente não serviu de lição a ninguém, porque ninguém pediu desculpas pelo que fez. 
O ministro Alexandre de Moraes, do alto de sua magnanimidade, encerrou o inquérito aberto contra seis dos oito empresários daquele grupo de WhatsApp que entretiveram um diálogo sobre intervenção militar.

Tudo começou com matéria exclusiva do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles, informando que sua coluna, sabe-se lá como, acompanhava [há meses] os diálogos do grupo (sim, sim, dane-se a intimidade alheia!). De todo esse tempo de alcovitagem, ele fisgou seu peixe: um mero papo furado. Como todo pescador, porém, exagerou no tamanho da presa. Escreveu ele, ao anunciar o achado:

 “A possibilidade de ruptura democrática foi o ponto máximo de uma escalada de radicalismo que dá o tom do grupo de WhatsApp Empresários & Política, criado no ano passado e cujas trocas de mensagens vêm sendo acompanhadas há meses pela coluna. A defesa explícita de um golpe, feita por alguns integrantes, se soma a uma postura comum a quase todos: ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições que se oponham ao ímpeto autoritário de Jair Bolsonaro”.

A partir daí, o temporal da maledicência da ex-imprensa desabou sobre oito membros do grupo. Na falta de picanha, ela rói os ossos que lhe chegam, mas sempre, claro, em defesa da democracia e da liberdade de opinião. Associações e entidades que fazem parte da Coalização em Defesa do Sistema Eleitoral (existe sim e é formada por meia centena de organismos “progressistas”) correram ao STF pedindo abertura de inquérito prontamente instaurado.

Foi o assunto dos dias subsequentes
Os oito perigosos cidadãos tiveram suas vidas devassadas, foram submetidos a uma operação de busca e apreensão de bens, seus celulares foram recolhidos e suas redes sociais, bloqueadas
Furiosa, a democracia brasileira subiu nas tamancas. 
 
A história rolou um ano inteiro! Os muitos incômodos a que os oito cidadãos foram submetidos se assemelham aos de inúmeros outros ainda jogados no fundo de inquéritos de instalação imediata e conclusão incognoscível. Agora, o ministro encerrou o inquérito de seis investigados, postergando por 60 dias os de outros dois (certamente não pelo peixinho que a coluna do Metrópoles fisgou – que é um nada por conta própria – mas por outras razão de Estado).

Em trecho da decisão, o ministro escancara os excessos:

"Não foram confirmados indícios reais de fatos típicos praticados pelos investigados ou qualquer indicação dos meios que os mesmos teriam empregado em relação às condutas objeto de investigação ou, ainda, o malefício que produziu, os motivos que determinaram, o lugar onde a praticou, o tempo ou qualquer outra informação relevante que justifique a manutenção da investigação".

Sei que para conhecer é preciso investigar, mas há uma demasia escancarada nesse caso. As conversas vazadas são rasas, coloquiais e expressam meros pontos de vista, em ambiente fechado.  
Todo o escarcéu serviu apenas para a tenebrosa autocensura avançar mais um passo – esta sim, adoece à democracia e constrange a liberdade de opinião
A única coisa que aconteceu nesse episódio, como em tantos outros, foi o factoide, tempero da narrativa que a militância midiática serve à sociedade.

Transcrevo trecho do excelente artigo de Alexandre Garcia publicado na Gazeta do Povo:

Neste inquérito, Moraes levou mais de um ano para dizer que é patente a ausência de causa para se ficar mexendo numa coisa dessas. Ainda perguntou: quais os fatos praticados por eles? Nenhum. Que meios eles têm para dar golpe de Estado? Nenhum. Capacidade de fazer acontecer algum dos objetos de comentário deles? Zero. Ou seja: ausência absoluta de materialidade.

E aí o ministro reconhece que houve um injusto e grave constrangimento. Quebraram sigilos, bloquearam bens e atingiram famílias desses empresários, responsáveis por empresas como Coco Bambu, Multiplan, Barra Shopping, W3, Mormaii, Sierra Móveis.

Só continuam sendo investigados o dono da Tecnisa, Meyer Nigri, e o Luciano Hang, da Havan, que se recusou a fornecer a senha para acessarem os computadores e celulares.

(...)

Mais adiante, conclui Alexandre Garcia:

E aí as pessoas se perguntam sobre os outros 1.390, que estão em situação semelhante e que foram levados para o presídio, viraram réus. Tudo isso é para pensarmos a respeito das liberdades, do devido processo legal e do que está acontecendo no nosso país.

Assim, também eu concluo.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


sábado, 17 de junho de 2023

Mauro Cid reuniu documentos para dar suporte a uma intervenção militar

Obtido por Oeste, relatório da polícia afirma que o tenente-coronel criou 'roteiro' para que as Forças Armadas assumissem como 'Poder Moderador'

Um relatório da Polícia Federal (PF) afirma que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, reuniu documentos em seu celular para dar suporte a uma intervenção militar depois das eleições.

Segundo o militar, a medida se justificaria porque o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teriam cometido abuso de autoridade no pleito. Nesse cenário, Bolsonaro teria sido prejudicado, e o presidente Lula, então candidato, favorecido.

Depois do período eleitoral, Cid trocou mensagens com outros militares. Um deles é o coronel Jean Lawand Júnior, oficial do Exército. Este último pediu ao então ajudante de ordens que o presidente levasse o plano adiante. “O presidente não pode dar a ordem”, disse Cid, ao afirmar que Bolsonaro não daria ordem ao Exército e nem sequer assinaria alguma intervenção militar.

“Pelo amor de Deus, que ele dê a ordem”, escreveu Jean, em 1° de dezembro de 2022. “O povo está com ele, cara. Se os caras não cumprirem, problema deles. Acaba o Exército se eles não cumprirem a ordem do ‘comandante supremo’. Faz alguma coisa, Cidão [Cid]. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder, vai ser preso. E, o pior, na Papuda. Não podemos ser racional, é emotivo.”

O relatório da PF sobre Mauro Cid e a intervenção militar

A PF extraiu essas informações do telefone de Cid, pois teve acesso aos aparelhos dele; de Gabriela Santiago Cid, mulher do tenente-coronel; e de Luis Marcos dos Reis, militar que trabalhou com Bolsonaro. Na ocasião, a polícia deflagrou uma operação que apura fraudes em carteiras de vacinação.

Inicialmente, a revista Veja publicou uma reportagem detalhando o plano elaborado por Cid. Oeste teve acesso aos documentos que previam a instalação de um Estado de sítio, a destituição dos ministros do STF e do TSE e a nomeação de um “interventor”.

Segundo a PF, o documento “final” foi elaborado por Cid depois de diversas pesquisas. O ex-ajudante de ordens guardava um questionário respondido pelo jurista Ives Gandra Martins — de 2017, no qual as perguntas foram elaboradas pelo major Fabiano da Silva Carvalho — e outros três textos que explicavam os aspectos constituintes da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Cid menciona o ministro Alexandre de Moraes, do STF, nominalmente. Além disso, diz que o magistrado não poderia ter presidido o TSE, pois tem uma relação de longa data com o então candidato à vice-presidência Geraldo Alckmin.

“Afinal, diante de todo o exposto e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o Estado de sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem”, informa o documento de Cid.

Outro documento encontrado pela PF detalha o que deveria ser feito para que as Forças Armadas assumissem como “Poder Moderador”. Três textos teriam sido compartilhados pelo tenente-coronel Marcelo Haddad, ex-comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro.

Os documentos dariam suporte a um plano para implementar a GLO. Na prática, isso abriria o caminho para que o Exército assumisse o controle do Brasil temporariamente.

Os arquivos foram enviados por Marcelo em conversa com Cid por WhatsApp em 16 de novembro de 2022, duas semanas depois do segundo turno eleitoral. Conforme o plano, Bolsonaro teria de apontar supostas inconstitucionalidades do Judiciário aos comandantes das Forças Armadas.

Coronel insistiu, e Bolsonaro negou pedido de Mauro Cid

mauro cid
O então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid (à esq.), e o então presidente da República (à dir.), durante cerimônia de posse de João Roma como ministro da Cidadania de seu governo, e de Onyx Lorenzoni na Secretaria-Geral da Presidência – 24/2/2021 | Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Um dia depois das primeiras mensagens enviadas a Cid, Jean continua a pedir ao tenente-coronel que pressionasse o então presidente. “O Exército não vai fazer nada sozinho, pois seria visto como golpe”, argumentou. “Está nas mãos do presidente.”

Em 7 de dezembro, o coronel envia outra mensagem a Cid cobrando a ordem de Bolsonaro. “Convença o ’01’ [apelido conferido a Bolsonaro] a salvar esse país”, escreveu. Cid, então, responde: “Estamos na luta”.

Três dias depois, Cid tenta acalmar o colega, dizendo que muitas coisas “estavam acontecendo” e que seria “uma coisa de cada vez”. Em 21 de dezembro, Jean parece receber a informação de que Bolsonaro não faria nada do que ele esperava. “Decepção, irmão”, escreveu. E Cid respondeu: “Infelizmente”.

Segundo a defesa do ex-presidente, as informações do relatório da PF mostram que Bolsonaro “jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado”. “Mauro Cid recebia todas as demandas — pedidos de agendamento, recados etc. — que deveriam chegar ao presidente da República”, informou. “O celular dele, portanto, por diversas ocasiões se transformou numa simples caixa de correspondência que registrava as mais diversas lamentações.”

 

Redação - Revista Oeste


sábado, 20 de maio de 2023

Censura ou algo além? - Sílvio Munhoz

            Novamente a censura... Vocês devem estar pensando isso e achando chato, mas nunca esqueçam que a liberdade de expressão é a maior e mais fundamental das liberdades, sem a qual as outras podem perecer e esvair-se, por entre os dedos, a própria democracia. Tal aspecto é reconhecido pela declaração de princípios sobre liberdade de expressão (leia), da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ao estabelecer no artigo 1º: “A liberdade de expressão, em todas as suas formas e manifestações, é um direito fundamental e inalienável, inerente a todas as pessoas. É, ademais, um requisito indispensável para a própria existência de uma sociedade democrática”.

            Nos anos da intervenção militar no Brasil, para quem não viveu ou não lembra, as notícias que seriam publicadas eram submetidas a um CENSOR (agente do Governo, termo relembrado por editorial do Estado de São Paulo), o qual lia o texto e liberava ou não a publicação, quando não concordava com o teor apunha um carimbo na matéria com o termo  “censurado”. Os jornais ou revista, para evitar o espaço em branco criaram o costume de colocar no lugar uma receita, normalmente, de bolo.

         Embora tardio o protesto do Estadão, mostra como a preocupação deve ser de todos, inclusive, dos membros da ex-imprensa, pois pau que bate hoje em Chico pode bater amanhã em Francisco e a história bem o demonstra. Porém, o que estamos vivenciando no atual momento do Brasil vai além...

         O Censor, segundo o Estadão, está muito mais para “ministro”, do Ministério da Verdade do seminal “1984”. Na distopia de Orwell, a função de Wiston, personagem central, não era censurar, mas alterar a verdade, mudando as matérias para ficarem de acordo com o pensamento dos donos  do poder. Em suas palavras: “Nenhuma notícia ou opinião que conflitasse com as necessidades do momento poderiam permanecer gravadas. Toda a história era um palimpsesto, raspado e regravado quantas vezes fossem necessárias. Uma vez feita a alteração, era impossível provar que qualquer falsificação fora aplicada”.

            Não foi exatamente o que ocorreu com o Telegram? Não bastava censurar. O aplicativo além de não poder expressar sua opinião sobre tema que impacta fortemente sua atividade, o PL 2630, foi obrigado a colocar no lugar – não a receita de bolo, mas como Wiston fazia – a versão oficial “do censor”, segundo a qual estaria desinformando (mentindo), conceito que inexiste legalmente no Brasil e será incorporado caso o PL seja aprovado

O desespero para aprovar o PL parece a necessidade de justificar legalmente os atos praticados há algum tempo, ao arrepio da Lei.

         Como diz um dos considerandos da declaração de princípios, acima citada: “ao se obstaculizar o livre debate de idéias e opiniões, limita-se a liberdade de expressão e o efetivo desenvolvimento do processo democrático”.

         Suprimida a principal liberdade, não duvidem, muitas outras serão suprimidas. Vejam, não à toa, já surgiu proposta para regulamentar a “liberdade de manifestação, e a filha do autor de tal proposta, “falando em nome da OAB”, sugere a criação de um órgão para fiscalizar as redes sociais e, ao que parece, em breve será proibida a liberdade de oposição em nossa Pátria.  
Na decisão de cassação de um Deputado Federal foi criada a jurisprudência heptadimensional da bola de cristal, pois baseada em previsões futurísticas, que se soma, no rol de grandes novidades do processo penal brasileiro ao flagrante perpétuo com expedição de mandato!.. Pobre Brasil

         Será que chegaremos à tão sonhada, por tantos, “democracia” de Partido único!... Rezo com muito fervor para que o Brasil não seja testemunha disso!..

“Quando a liberdade de expressão nos é tirada, logo poderemos ser levados, como ovelhas, mudos e silenciosos, para o abate. George Washington.

Que Deus tenha piedade de nós!..

Conservadores e Liberais - Silvio Munhoz


quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Tempo de rigor e cautela - Merval Pereira

O aparato policial montado com dias de atraso na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, demonstra que é possível manter a ordem dentro dos limites da lei. As manifestações bolsonaristas falharam em todo o país, pois os governos estavam organizados para controlá-las. Nunca foi tão importante manter um sistema preventivo de inteligência, porque estamos sendo alvo de esquema terrorista, organizado e financiado com o objetivo de derrubar o governo.

Começou com o quebra-quebra em Brasília no dia da diplomação de Lula, prosseguiu com uma bomba num caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, o que já dava a dimensão do perigo. Agora tivemos a vandalização dos prédios na Praça dos Três Poderes, torres de transmissão sendo sabotadas. Mesmo com a derrota para os poderes institucionais, os golpistas [golpistas? ou esquerdistas infiltrados (entre manifestantes pacíficos) para justificar ações de repressão?] não pararão tão cedo, porque continuam sendo insuflados por diversas facções, a começar pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

A divulgação de um vídeo, mesmo que por alguns minutos, nas suas redes sociais, avalizando uma suposta denúncia de que a eleição foi fraudada para favorecer Lula, só ratifica o que todo mundo já sabe: Bolsonaro está por trás das manifestações, insuflando e estimulando os ataques.

A situação continua delicada, os bolsonaristas estão se reorganizando nas redes e divulgando notícias falsas, inclusive a velha história de que quem vandalizou os prédios públicos e os tesouros artísticos lá guardados foram pessoas infiltradas pela esquerda. Ao mesmo tempo, uma ala radical do PT quer tirar José Múcio do Ministério da Defesa, alegando que foi fraco na condução da segurança e se deixou enganar pelos militares. Pela inação com os acampamentos de bolsonaristas, permitiu que acontecessem os atos terroristas de domingo.

É verdade que o novo ministro da Defesa se excedeu na boa-fé, assumindo que os acampamentos eram compostos de democratas que apenas queriam manifestar sua rejeição ao resultado das eleições. Fazer oposição é do jogo democrático, mas não pedir intervenção militar para derrubar o governo eleito. De qualquer maneira, é um movimento perigoso querer substituí-lo por alguém “mais assertivo”, pois significa esticar a corda na relação com os militares. [é da ala radical citada pelo articulista no parágrafo anterior que surgem os infiltrados, indivíduos adeptos do quanto pior, melhor = eles querem o clima de confronto, querem cadáveres, o que faz lembrar 1968, quando a esquerda tanto procurou um 'cadáver' até que encontrou o do estudante Edson Luiz e as consequências que todos sabem quais foram.

A situação não está totalmente controlada. As Forças Armadas, como instituição, até o momento seguiram a Constituição, mas ainda há setores bolsonaristas revoltados. Ontem de manhã, vários ex-ministros da Defesa se reuniram virtualmente com o senador Jaques Wagner, líder do governo, para alertá-lo do erro político que será tirar Múcio neste momento delicado que o país vive.

A conversa virtual foi entre cinco ex-ministros da Defesa, de diversos governos. Além do próprio Jaques Wagner, que foi ministro de Dilma, Nelson Jobim (de Lula), Raul Jungmann (de Temer), Aldo Rebelo (também de Dilma) e general Fernando Azevedo e Silva (de Bolsonaro). Mudar a orientação de pacificação e moderação na relação com os militares, a principal razão da escolha de José Múcio, seria grave, quanto mais agora, que a situação não está pacificada.

Ainda estamos na fase de tentativa de prevenir novos atos, de montar um sistema de informação minimamente confiável. O que estava em funcionamento no domingo foi um desastre, e está claramente cooptado. Esse, aliás, é um grave problema a ser resolvido: encontrar atores de confiança para atuar no Palácio do Planalto e no sistema de inteligência e informação do governo.

Há grupos colaboracionistas em vários setores das Forças Armadas, das polícias militares e do setor público. Resolver isso é tarefa que demandará tempo e paciência — se partirem para a decisão radical, criam o clima que Bolsonaro quer. A divisão eleitoral do país se transforma em potencial guerra civil.

Todo cuidado é pouco para, sem deixar de ser rigoroso, não criar atritos nas áreas que ainda não estão totalmente aderentes à democracia e à troca de comando. Essas posições ainda persistem e precisam ser acompanhadas com rigor, mas também com cautela. 

Merval Pereira, colunista - O Globo 


sábado, 3 de dezembro de 2022

Mourão diz que 'aceita' posse de Lula: 'Não temos liberdade de manobra'

O senador eleito disse que uma intervenção traria prejuízos à economia, e que os protestos deveriam ter começado quando o STF retirou as condenações de Lula 

O general da reserva, vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão, disse nessa quinta-feira (1/12) que as manifestações que defendem uma intervenção militar contra o resultado das eleições são legítimas. Ao mesmo tempo, ele acha que as consequências de uma ação para impedir a posse de Lula em 1º de janeiro seriam “terríveis”.

A entrevista foi feita pelo jornal "Gazeta do Sul", por telefone. Para ele, Lula não poderia ter concorrido. “O principal vício ocorreu quando a Suprema Corte simplesmente anulou todos os processos aos quais o ex-presidente Lula foi submetido, julgado e condenado. É algo que, na minha visão, foi uma manobra jurídica que permitiu que o ex-presidente voltasse ao jogo”, disse Mourão.

Mas, segundo o vice-presidente, uma vez que Lula concorreu e venceu, não é possível alterar o cenário. Uma intervenção “redundaria em sanções contra o nosso país” e traria efeitos econômicos perversos, afirmou.

O senador eleito pelo Rio Grande do Sul questionou o resultado das eleições, acusando “falta de transparência” e reivindicando o voto impresso. Ele disse ainda que a diferença pequena de votos coloca Bolsonaro na posição de líder da oposição, e como um dos favoritos em 2026.

Sobre a transição presidencial, Mourão disse que o atual presidente “não irá passar a faixa e também não irá renunciar”. Segundo ele, a passagem de faixa é meramente simbólica e a recusa de Bolsonaro não afeta a transição de fato.

Ele negou que exista uma politização das Forças Armadas e disse que estará junto, no Senado, daqueles que querem alterar a relação entre os três poderes da República, comentando os atritos com a Suprema Corte. Entre as medidas para estabelecer “limites dos poderes” do STF, Mourão citou até mesmo “produzir o impeachment de algum desses ministros”.

Ao comentar a economia do futuro governo, Mourão previu um aumento da expectativa de inflação com a PEC da Transição, e uma reação do Banco Central de aumento dos juros. Isso, segundo ele, penalizará a população mais pobre.
 
Política - Correio Braziliense 

 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Aos gritos de "Forças Armadas, salvem o Brasil", manifestantes lotam QG do Exército

Bolsonaristas lotam o QG portando faixas, placas e cartazes com pedidos de intervenção militar, posicionamentos contrários à Justiça, ao comunismo e em defesa da "liberdade de expressão"

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) já começam a chegar ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, onde manifestantes acampam há duas semanas. Desde a manhã desta terça-feira (15/11), feriado da Proclamação da República, os manifestantes ocupam o QG para protestar contra a eleição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por volta das 10h, o movimento começou a tomar mais corpo. Ao longo do caminho do Eixo Monumental até o QG, os manifestantes fazem protestos de cunho golpista. Além de não reconhecer a derrota de Bolsonaro nas urnas, o grupo pede intervenção militar.
 
Manifestantes se reúnem em frente ao QG do Exército em Brasília
Valter Campanato/Agência Brasil
Concentrados desde a derrota do presidente nas urnas, os manifestantes pró-Bolsonaro ficaram sem luz na noite desta segunda-feira (14), após as chuvas. O acampamento conta com carros, caminhões, ônibus e barracas na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano, bem em frente ao Quartel General da Força. 

Em frente ao QG do Exército está o maior ponto de concentração e onde estão os manifestantes mais efusivos. Em alguns momentos são puxados coros de "Forças Armadas, salvem o Brasil", em meio a ataques ao presidente eleito e cânticos exaltando o patriotismo.

Eles também levaram muitas faixas, placas e cartazes com pedidos de intervenção militar, posicionamentos contrários à Justiça, ao comunismo e em defesa da "liberdade de expressão". [após auditores fiscais do GDF, que a pretexto de apreender barracas dos manifestantes,  pretendiam provocar os cidadãos que se manifestavam, de forma pacífica e ordeira, serem escoltados, sob vaias dos manifestantes,  por soldados da Polícia do Exército para fora da ÁREA MILITAR, não mais apareceram apoiadores do presidente eleito tentando perturbar a ORDEM PÚBLICA.] 

 

UMA IMPOSIÇÃO DO PTSE

Apesar do pedido de intervenção por parte dos manifestantes, os militares não corroboram o discurso de fraude nas urnas. Pelo contrário, no último dia 9, o Ministério da Defesa publicou um relatório com a auditoria do resultado das urnas, confirmando não ter havido fraude no processo eleitoral.[por favor, antes de qualquer conclusão  sobre a narrativa do presente parágrafo,  LEIAM COM ATENÇÃO a NOTA OFICIAL emitida pelo Ministério da Defesa e a NOTA OFICIAL CONJUNTA emitida pelos Comandantes das Três Forças.]

 Política - Correio Braziliense


sábado, 12 de novembro de 2022

As contradições e os recados a Lula e Moraes na nota das Forças Armadas

A nota divulgada pelos comandantes das três Forças Armadas nesta sexta, 11, deixa evidentes as contradições que acompanharam os militares nos últimos quatro anos. Já no primeiro parágrafo, a instituição se coloca como moderadora, o que é uma usurpação de poderes que nunca foram das Forças Armadas.[Pedimos vênia para expressar nossa opinião,de leigos, sobre o tema:
usurpação por usurpação o ministro Toffoli, usurpou primeiro - foi ele que há alguns meses, disse em palestra no exterior que no Brasil existia um quarto poder - PODER MODERADOR - e era o Supremo tal poder."
O artigo 142, apesar de uma redação que permite alguma confusão, deixa claro, pelas atribuições que confere às Forças Armadas, uma função moderadora a ser exercida por elas. E, ao nos socorrermos do artigo 15 da LCP 97, mais se comprova que em situações excepcionais as Forças Singulares detém tal poder.]

“Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história”, escreveram os comandantes.

Ao falar de forma positiva sobre sua participação em “importantes momentos de nossa história”, os militares mais uma vez esquecem que foram responsáveis pelo pior [pior??? chamar de pior o momento em que os militares agindo corretamente, com coragem, dignidade e patriotismo, combateram e venceram os inimigos do Brasil, guerrilheiros e terroristas, assassinos covardes e repugnantes,  matavam inocentes, sob o lema "o que importa é o cadáver".] período vivido pelos brasileiros.[pelos brasileiros do BEM.] Como a coluna já deixou claro, nunca houve um pedido de desculpas e sequer um reconhecimento de erros cometidos na ditadura.

Essa falta de senso de realidade fica clara em outro parágrafo da nota, quando os comandantes falam de “descaminhos autocráticos”.

“Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade”, diz a nota.

Também não é coerente falar em democracia se não houve, em nenhum ponto da nota, a afirmação da vitória de Lula nas eleições.[fica claro que a leitura atenta e cuidadosa da Nota em questão e da emitida pelo Ministério da Defesa, deixa claro que dúvidas ainda impedem o embarque açodado no caminho de reconhecer uma vitória do chamado eleito. Conveniente não olvidar que no último parágrafo da Nota conjunta é feita menção a "cadeia de comando", já que nas FF AA Hierarquia e Disciplina são principios basilares.] Não há nada mais democrático ou soberano do que o voto popular. Mas, sobre isso, as Forças Armadas se calam.

Em outro parágrafo, um recado a Alexandre de Moraes.

“Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade”.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem sido incansável na busca por manter a democracia de pé e de fazer cumprir a Constituição Federal. Ao dizer que restrições de direitos são “condenáveis”, os militares dão um recado e se antecipam a eventuais decisões judiciais contra os radicais que se manifestam pelo país pedindo uma intervenção militar.

“Eles se colocam como poder moderador (o que é uma usurpação). Também desautorizam autoridades a interromper as manifestações (o que significa se antecipar a eventuais decisões judiciais contra os fanáticos). Dentro da lógica deles, que eles mesmo colocam como espírito da democracia, eles em nenhum momento reafirmam a vitória do Lula. Nada mais soberano do que o voto popular”, explica Eumano Silva, jornalista e pesquisador vencedor do prêmio Jabuti sobre a ditadura.

As Forças Armadas perderam mais uma chance de se calar. Uma nota cheia de ambiguidades só serviu para mostrar – mais uma vez – o quanto os militares se renderam ao autoritarismo de Bolsonaro. Esse cenário (pode ou não) estar com os dias contados. O país precisa tomar uma decisão para que notas como essa não sejam toleradas, principalmente vindo de  instituições de Estado.

Matheus Leitão - Blog em VEJA

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

PRF afirma que há bloqueios de caminhoneiros em 11 estados e no DF

 Protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fecham pontos de rodovias em todo o país; atos começaram na noite de domingo

A Polícia Rodoviária Federal informou nesta segunda-feira, 31, que há pontos de aglomeração e bloqueio de caminhoneiros em 12 estados brasileiros. A maioria dos pontos de protestos são estados em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve mais votos.

Protesto de caminhoneiros

 Valter Campanato - Agência Brasil

Segundo a PRF, há atos em estradas federais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Pará.  Dos estados, apenas MG e PA tiveram derrota de Bolsonaro nas urnas.A PRF segue atenta, monitorando todas as ocorrências e com efetivo empregado na tarefa de garantir fluxo viário normal a todos os cidadãos”, afirma em nota a corporação. Segundo levantamento divulgado pela Abrava, associação dos caminhoneiros, são 63 pontos com protestos e bloqueios parciais ou totais de rodovias.

Os protestos começaram na noite de domingo, 30, pouco após Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, ser declarado presidente eleito do Brasil. Os caminhoneiros, em sua maioria apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram para rodovias, dizendo que só desocupariam as vias mediante a intervenção militar. O primeiro ato foi registrado em Santa Catarina, mas se espalharam pelo país. No estado, são 19 pontos de paralisação no momento. Na Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há pontos de bloqueio nos dois sentidos da rodovia, na altura de Barra Mansa (RJ).

Protestos
Os caminhoneiros foram uma das mais importantes bases de apoio de Bolsonaro na campanha de 2018 que o levou à presidência. Em junho daquele ano, os motoristas autônomos pararam estradas do país por dez dias devido a alta dos preços do diesel. Quando chegou ao Planalto, a relação de Bolsonaro e dos caminhoneiros ficou mais complicada com a cobrança de diversas ações como tabelamento do frete e o fim da política de paridade do preço do combustível (PPI), seguida desde 2016.

Durante o mandato, o governo conseguiu segurar diversas tentativas de paralisação do país. Em novembro de 2021, o Ministério da Infraestrutura conseguiu 29 liminares na Justiça para evitar paralisações sob risco de multa para os organizadores da manifestação, e com isso, conseguiu desmobilizar o movimento que pedia a redução do preço dos combustíveis. Em meados deste ano, o governo engendrou o auxílio caminhoneiro, no valor de 1.000 reais, para tentar reduzir a insatisfação da categoria.

Em 2020, entretanto, um movimento de caminhoneiros simpatizantes ao presidente Jair Bolsonaro fez atos em diversos estados do país depois das manifestações do 7 de setembro daquele ano, em que Bolsonaro fez discursos anti-democráticos, contra o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral brasileiro.

Economia - Revista VEJA

 

Após vitória de Lula, caminhoneiros fecham vias e pedem intervenção militar

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) convocam eleitores para protestos, fecham BRs e afirmam que só vão "liberar" quando Forças Armadas "tomarem conta"

Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, neste domingo (30/10), caminhoneiros apoiadores do presidente fecharam trechos de estradas no Mato Grosso. Outras lideranças da categoria se organizam para bloquear BRs em Minas Gerais, Bahia, Goiás e no Sul do país. [em nossa opinião as Forças Armadas, cujo comandante supremo é o presidente da República, JAIR BOLSONARO, devem permanecer aquarteladas, da mesma forma as Polícias Militares, que o petismo quer extinguir.
Forças federais só devem ser acionadas mediante requisição dos chefes de Poderes, ao presidente da República, na forma do artigo 142 da CF.  E,  em conformidade com a LC nº 97, de 9 de junho de 1999,  especialmente o artigo 15.
Ainda ontem a PRF tentou trabalhar no controle de trânsito e seus policiais quase são presos - conforme instruções da presidente do perda total.
MANTER A PAZ E PRESERVAR VIDAS É O QUE IMPORTA.]

Os apoiadores do presidente derrotado nas urnas alegam não aceitar a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito com 50,90% dos votos válidos, e pedem por uma intervenção militar. “72 horas para o exército tomar conta [...] Não tem político nenhum que vai chegar perto de nós e só saímos da rua quando o Exército intervir. É o nosso futuro que está em jogo”, afirmou um dos integrantes do movimento em vídeo publicado na internet.

Alguns caminhoneiros estão usando os próprios caminhões para bloquear as vias, outros estão queimando pneus. Os protestos são acompanhados do hino nacional, como trilha sonora, e manifestantes vestidos com a camisa do Brasil e a bandeira do país amarrada ao corpo. Eles também reivindicam o artigo 142 da Constituição Federal, que estabelece que as Forças Armadas "destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem". 

De acordo com os caminhoneiros, eles “só voltarão para casa quando o exército tomar o Brasil”. Alguns integrantes da categoria estão usando as redes sociais para convocar eleitores de Bolsonaro para os protestos e, segundo alguns manifestantes no Twitter, representantes do agronegócio também estão aderindo à paralisação. “Ou lutamos agora ou perderemos o Brasil para o resto da vida”, disse um bolsonarista em vídeo.

Parabéns aos caminhoneiros e o verdadeiros brasileiros ainda dá tempo de salvar o Brasil desobediência cível já..142

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Preso por ordem do STF em 2021, jornalista ainda não sabe por qual crime é investigado - Gazeta do Povo

Gabriel Sestrem

“Atos antidemocráticos”

Como está o caso do jornalista Wellington Macedo, preso por ordem de Alexandre de Moraes

Como está o caso do jornalista Wellington Macedo, preso por ordem de Alexandre de Moraes

Wellington Macedo é fundador da Marcha da Família Cristã pela Liberdade. Nos atos do movimento, são comuns críticas a excessos por parte de ministros do STF Foto: Andressa Macedo

No início de junho completará nove meses que o jornalista Wellington Macedo, preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), consta como réu no Inquérito 4.879, que investiga a organização e o financiamento às manifestações a favor do governo federal no dia 7 de setembro de 2021.

>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram

No entendimento de ministros do STF, os atos foram antidemocráticos, pois em alguns deles houve declarações e bandeiras citando um possível fechamento do STF e a intervenção militar. As principais pautas das manifestações, no entanto, foram o pedido de reformas no sistema eleitoral, em especial a partir do voto impresso  [voto auditável], e críticas a excessos em decisões de ministros do STF, tendo como principal alvo Alexandre de Moraes.

Mesmo sem sequer ter sido denunciado, Macedo ficou 42 dias preso preventivamente no ano passado, quatro meses em prisão domiciliar e atualmente usa tornozeleira eletrônica e não pode deixar o Distrito Federal, segundo determinação de Moraes. Há, no entanto, outras medidas cautelares ainda em vigência: ele está proibido de conceder entrevistas e de publicar conteúdos nas redes sociais de sua titularidade ou de outros.



As restrições impedem o profissional, que até o período anterior à prisão trabalhava produzindo conteúdo jornalístico para a internet, de desenvolver seu trabalho. Desde que deixou a prisão, ele conseguiu fazer apenas dois trabalhos pontuais e permanece sem renda fixa. “O que meu marido está passando é uma condenação velada. Tanto que não há movimentação no processo. Não tem materialidade de crime algum, justamente por isso colocaram o processo sob sigilo”, afirma Andressa Macedo, esposa do jornalista. “Essa perseguição contra o Wellington atrapalhou extremamente a vida profissional dele. Como ele está proibido de falar, sem poder usar as redes sociais e, consequentemente não está tendo remuneração, as contas estão chegando e tenho que me virar sozinha para mantê-las pagas”.

O advogado do jornalista, Aécio Flávio Palmeira Fernandes, explica que o inquérito em questão permanece em andamento e sem conclusão, com diversos recursos incidentais propostos pelos investigados sem análise pelo ministro relator ou pelo colegiado do Tribunal. “Não existe capitulação jurídica específica para o caso do Wellington, uma vez que, como jornalista, ele apenas divulgou o vídeo de Sérgio Reis no seu perfil do Instagram e na página da Marcha da Família Cristã pela Liberdade”, diz Fernandes. “Como se trata de Inquérito, até hoje o mesmo não foi concluído e não se chegou ao relatório que direciona à PGR qual capitulação jurídica deve ser feita quanto aos atos imputados”.

 

Macedo ainda não sabe por qual crime está sendo investigado
O que motivou a investigação contra Macedo foi a publicação de um vídeo, no dia 31 de agosto, sobre a organização dos atos pró-Bolsonaro. No vídeo, o jornalista entrevista alguns dos organizadores das manifestações, como o cantor Sérgio Reis - que na época prometeu que o movimento “pararia o país” com o apoio de caminhoneiros, caso o Senado não afastasse ministros do Supremo e pautasse o projeto de lei sobre o voto impresso.

Segundo a defesa de Macedo, havia uma ordem judicial expedida por Moraes que o impedia de fazer publicações em seus canais digitais. O jornalista, entretanto, não havia sido notificado sobre a decisão, já que havia se mudado recentemente do Ceará para Brasília. Nos autos do processo, consta que o jornalista não foi localizado em sua antiga residência. Mesmo assim, no dia seguinte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão de Macedo para a “garantia da ordem pública”.

>> Vida e Cidadania também está no Twitter. Siga @vidaecidadania

O Supremo autorizou o pedido e, em 3 de setembro, a prisão foi realizada. Na prisão, Macedo ficou vários dias sem se alimentar devido ao seu estado emocional. Após denúncia feita à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, no dia 24 de setembro, uma comitiva com servidores do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) se deslocou até o Complexo Penitenciário da Papuda e apurou que o jornalista não tinha condições físicas para manter-se de pé, o que dificultava até mesmo sua locomoção para o banho de sol. No relatório do ministério, foi feito pedido para que ele passasse à prisão domiciliar; a solicitação da defesa foi atendida somente em 13 de outubro.

Utilizando tornozeleira eletrônica desde então, ele teve a prisão domiciliar revogada em 14 de fevereiro deste ano. Mas o jornalista segue proibido pela Justiça de sair do Distrito Federal, Macedo está há quase dez meses sem ver os três filhos, que moram no Ceará. “Tentaram enquadrá-lo em organização criminosa, sendo que ele não conhece a maioria das outras pessoas que também estão sendo investigadas nesse inquérito. Ele conheceu o Sérgio Reis e o Zé Trovão só no dia da entrevista que fez com eles”, relata Andressa. “Eu não sei que atos antidemocráticos são esses que ele está sendo acusado, se em nenhum dos atos do movimento da Marcha da Família teve violência. Ninguém foi preso nesses atos, não houve roubo, nem agressão, nem quebra de patrimônio público ou privado. O que nos disseram é que ele foi preso porque participou da live”, afirma a esposa de Macedo.

Vida e Cidadania - Gazeta do Povo

quinta-feira, 31 de março de 2022

‘Amémsalão’ - Merval Pereira

O Globo 

STF e TSE são os verdadeiros alvos do bolsonarismo

Tudo está conectado. Não é por acaso que, no mesmo dia em que o deputado federal bolsonarista Daniel Silveira resiste a uma ordem judicial para colocar tornozeleira eletrônica, o presidente Bolsonaro tenha voltado, do nada, a criticar a urna eletrônica. Ambas as situações têm como alvo um único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições e determinou novas punições ao parlamentar.

Os ataques a outro ministro, Luís Roberto Barroso, reduziram-se na medida em que ele deixou a presidência do TSE. Pesquisadores que monitoram as redes sociais bolsonaristas constataram uma evidência inescapável: os verdadeiros adversários de Bolsonaro são as instituições STF, TSE e seus ministros, e não Lula ou Moro. Eles são mais buscados e citados nas redes sociais ligadas ao bolsonarismo que os adversários políticos.

O asilo do deputado Daniel Silveira dentro da Câmara faz dela uma trincheira contra a Justiça, o que pode causar uma crise institucional. A Câmara é muito corporativista e não permitirá que entrem para colocar tornozeleira eletrônica no deputado que, por sua vez, quer não apenas contestar o ministro Alexandre de Moraes, mas se promover pessoalmente. Fez bem o Supremo em marcar uma sessão para que o plenário analise a decisão de Alexandre de Moraes, caso contrário uma crise institucional se instalaria sem que, aparentemente, haja motivo.

No submundo das redes bolsonaristas encontra-se a explicação para essas provocações. À medida que a eleição se aproxima, a milícia digital aprofunda seu trabalho com a intenção de marcar o TSE, o STF e o ministro Alexandre de Moraes como carrascos que impedem a livre manifestação do pensamento. Se a derrota for inevitável, como parece, esse questionamento permanente servirá para resistir à transferência de poder ou, caso não tenham força suficiente para um golpe desses — já tentado  e rechaçado  no 7 de Setembro do ano passado —, manter os aliados unidos na oposição de um governo eleito democraticamente, como foi Bolsonaro em 2018, pelas mesmas urnas eletrônicas hoje contestadas.

Pesquisas eleitorais que surgem nos últimos dias dão mais alento aos bolsonaristas, com indicações de que a diferença entre Lula e Bolsonaro está sendo reduzida. A ideia de que Lula poderia ganhar no primeiro turno parece já anacrônica, o que indica um segundo turno mais acirrado do que era previsto até há pouco tempo. Mapear os riscos que um segundo turno mais apertado pode representar, e construir um “estado de opinião na sociedade, uma vacina” em defesa da integridade do sistema eleitoral e da democracia, é o papel de um grupo de pesquisadores acadêmicos que se dedicam a fornecer ao TSE dados sobre as redes sociais.

Foram localizados nesse trabalho 1.700 vídeos considerados de “alta toxidade”, com termos hostis à democracia no YouTube: “Artigo 142 da Constituição” — que os bolsonaristas usam para alegar que a Constituição autoriza uma intervenção militar — e “Eu autorizo o presidente”, usado para ratificar atitudes de Bolsonaro de ataque à democracia. [a bem da verdade, lembramos que uma intervenção militar, ou qualquer ato de força, não precisam de autorização. Confiram.] Também as redes evangélicas e de militares da ativa e da reserva indicam que as mensagens do presidente Bolsonaro estabeleceram um contato direto com seus integrantes, sem a intermediação da cúpula dos pastores ou da hierarquia militar.

A crise na Petrobras, em que o general colocado na presidência por Bolsonaro para uma intervenção acabou sendo retirado por não tê-la realizado, demonstra como o presidente tem força para manipular os militares, sem criar crises. Também o caso dos pastores que intermediaram negociatas no Ministério da Educação demonstra que Bolsonaro protege-se demitindo um ministro pastor presbiteriano sem perder o apoio entre o eleitorado evangélico. Afinal, o caso está sendo conhecido popularmente nas redes sociais como  “Amémsalão”.

Merval Pereira, colunista - O Globo


terça-feira, 17 de agosto de 2021

"O artigo 142 pode ser usado", afirma general Heleno sobre intervenção militar

O ministro defendeu a legalidade da intervenção citada na Constituição e ainda disse torcer para que a ação não seja necessária

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que a interferência das Forças Armadas no sistema democrático brasileiro atual pode ocorrer. "O artigo 142 é bem claro, basta ler com imparcialidade. Se ele (artigo) existe no texto constitucional, é sinal de que pode ser usado”, afirmou em entrevista ao programa Direto ao ponto, da Rádio Jovem Pan, na noite desta segunda-feira (16/8).
A opinião foi dada após uma jornalista que participava da entrevista questionar o ministro se a intervenção militar é uma possibilidade no cenário atual. Apesar de balancear o discurso e dizer não acreditar que uma intervenção ocorra no momento, ele reiterou, por diversas vezes, que militares poderiam agir "em momento mais grave". “Na situação atual, não acredito que haverá intervenção. Estão acontecendo provocações, de uma parte e outra parte, isso não é aconselhável porque cria um clima tenso entre os Poderes; e entra ainda o Legislativo como mais um complicador da situação", opinou. "Acho importante criarmos um ponto de equilíbrio e o cuidado de não cometer excessos. Nenhum dos poderes. A intervenção poderia acontecer em momento mais grave", frisou. [em nossa opinião sincera, objetiva, sem intenção de pregar intervenção militar, lembramos para um aspecto que praticamente todos parecem fazer questão de omitir: a - havendo consenso entre as FF AA da necessidade de uma intervenção militar, ela ocorrerá, ainda que assumindo o status de Revolução, caso necessário; 
b- uma Revolução vitoriosa se legitima por si mesma. Estabelece a legitimidade necessária para seus atos, incluindo os que conferem legitimidade a todas as instituições. 
Com ou sem a nossa concordância uma Revolução vitoriosa é um ato de força.]

Questionado se, para os militares, é claro como agiriam na intervenção, o general afirma que não acredita que exista um planejamento anterior a uma intervenção. "O artigo não diz quando os militares devem intervir, mas diz que é para manter a tranquilidade do país. E pode acontecer em qualquer lugar. Não há planejamento", diz.

O ministro afirma que é preciso "torcer" para que o "poder moderador" não seja utilizado. “Mas o ideal é que isso não venha ser utilizado. O que a gente tem que torcer é que ele não seja empregado porque será algo inédito e com todas as circunstâncias desse ineditismo”, frisa.

O general também comentou a prisão de Roberto Jefferson e classificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de "excesso". “Não é um quadro habitual e muitos juristas que recebi a opinião condenaram a atitude e que não era algo constitucional”, disse. “Uma prisão sem prazo, inclusive, e sem a devida condenação me parece um ato um pouco arbitrário”, pontua.

Ao ser questionado se o STF é sinônimo de insegurança jurídica, Heleno afirma que as atitudes de alguns ministros extrapolam os limites da Constituição. "Nós estamos lidando com algumas atitudes que fogem das quatro linhas que o presidente tem se referido e nos coloca em expectativa pelas decisões monocráticas", diz.

Política - Correio Braziliense

 

Quem quer uma intervenção militar? - DefesaNet

Comentário Gélio Fregapani 

Comentário Geopolítico

Quem quer uma intervenção militar?

Certamente muita gente quer, desde a Direita mais radical  até a Esquerda ainda mais radical, cada uma com seus motivos, a Direita por entender que o País só pode tomar jeito se as leis forem mais severas e rigorosamente cumpridas,[Ordem e Progresso] enquanto a Esquerda, sentindo que não teria a menor chance em eleições limpas estima que, se conseguir provocar uma intervenção, essa será repudiada pela população atraindo apoio para sua causa “democrática”, mas quais seriam as consequências ?

Um fato portador do futuro
O entusiasmo das multidões a qualquer presença do Presidente evidencia que as massas populares não se levantariam em defesa do STF, nem da parcela do parlamento que, composta mais por corruptos do que por esquerdistas, se empenha ferozmente na busca de um pretexto para um pedido de impeachment.
 
Uma observação sobre intervenção a ser considerada
A intervenção ideal para a oposição sería se fosse liderada pelo próprio Presidente, a revelia das Forças Armadas, as quais pensam eles, ficariam divididas como também as forças reativas da população. Mesmo que os militares permanecessem unidos ao Presidente, a oposição ainda poderia acusá-los de golpe antidemocrático e isto seria mais vantajoso para a oposição do que perder a maioria de sua representação  legitimamente pelo voto popular.

A oposição entra em desespero  enquanto ela se esmera em criar casos para prejudicar o Governo e a impedi-lo de corrigir as mazelas herdadas e se esquece de que os estímulos exagerados costumam ter efeitos paradoxais e que a afastarão cada vez mais das massas populares, tornando-lhe impossível uma vitória nas urnas a não ser com gigantescas fraudações.
   
Considerando que a simples suspeita de fraudes em preparação já justificaria medidas que ampliassem a transparência, a ferocidade com que o STF e os parlamentares corruptos e ou esquerdistas radicais se empenhem em evitar qualquer possibilidade de auditoria ou de futura checagem de votos.

Cenários possíveis
Pode acontecer que o Presidente acabe por reagir fortemente as medidas de provocação do STF e seus asseclas e a reação pode variar de intensidade desde simplesmente não cumprir com as decisões desses Órgãos e em até fechá-los e prender seus membros mais corruptos e ameaçadores, fazendo-os julgar segundo a Lei de Segurança Nacional. Legal pode não ser, mas será legitima perante a opinião  pública e as Forças Armadas que se limitarão a cumprir ordens, neste caso com satisfação.

Pode acontecer ainda que as forças mais radicais da Direita tomem a si a reação aos desmandos da oposição com greves, paralisações e outros movimentos como por exemplo os de caminhoneiros, que sabem da força que têm e que até agora só foram contidos pelo desejo do Presidente em manter a legalidade, mas jamais um governo usaria a força legal de repressão para enfrentar um movimento que o apoia em favor de um grupo sem legitimidade, nocivo ao País e que o demoniza sem razão. Neste cenário pode haver conflitos armados?

Sim, mas certamente não serão significativos devido a força esmagadora dos conservadores e o fato que, se idealistas, mesmo errados, são capazes de se sacrificar mas os corruptos, que são a  maioria da oposição, pularão fora ao primeiro sinal de perigo. Naturalmente é provável que o Governo use das Forças Armadas no sentido de pacificar os conflitos, mas é fácil prever onde estarão os corações e as mentes das forças que receberem essas missões. Esperar inerte uma derrota eleitoral causada por evidente fraude é algo fora de cogitação.
   
Certamente existem, além de cenários intermediários, muitos outros que não caberiam neste pequeno comentário, mas vale lembrar aos elementos mais nocivos acoitados no STF e no Congresso que em caso de conflitos mais amplos, podem estar em perigo suas vidas além de seus cargos.

 

Que o Criador, o qual nos fez todos irmãos, nos propicie a neutralização dos elementos nocivos à nossa Pátria sem derramamento de sangue.
 

DefesaNet - Gelio Fregapani, coronel reformado