O DESASTRE DA PETROBRAS, A OBRA
DOS COMPANHEIROS PETISTAS E O QUE DISSE DILMA EM 2009 PARA MATAR UMA CPI. OU:
NO MÍNIMO, MERECIA UMA CADEIA MORAL!
Os números da Petrobras
que vieram a público não derivam de uma tramoia urdida pela oposição. Também não decorrem
de alguma armação orquestrada por adversários do estatismo. Aldemir Bendine, atual presidente da
empresa, que acompanhou a confecção do balanço, é um petista com extensa folha de serviços prestados ao petismo.
Foi posto na estatal para, vamos dizer, arranjar as coisas: nem poderia ser
inconvincente a ponto de o mercado dar de ombros e considerar o balanço uma
empulhação; nem poderia ser, vamos dizer, de um realismo cru. E foi esse misto de
realismo e prudência industrializada que produziu, ainda
assim, números espantosos: o prejuízo da
Petrobras, no ano passado, foi R$ 21,587 bilhões.
O custo-corrupção,
por enquanto, está em R$ 6,194
bilhões. A revisão dos ativos levou a uma baixa de R$
44,636 bilhões. O
ano passado terminou com a empresa devendo
R$ 351 bilhões. O irrealismo, ou
surrealismo, em que a empresa estava metida era de tal ordem que o mercado
internacional até que reagiu bem aos números. Talvez aconteça o mesmo por aqui
nesta quinta. Atenção, meus caros! A admissão desses números não decorreu
de uma iniciativa interna, dos comandantes da empresa, do governo, das
autoridades públicas responsáveis pela área. Tratou-se de uma imposição da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC)
para continuar a auditar o balanço.
Eis aí o resultado de
12 anos de gestão petista. Como ignorar que o modelo de eficiência e gestão
da Petrobras, cantado em prosa e verso, permitiu que a empresa se tornasse um covil, uma associação criminosa, um valhacouto,
um abrigo de larápios? E sempre caberá a pergunta óbvia e obrigatória: onde mais?
E que se note: a empresa não exibe
esses resultados desastrosos apenas por causa da corrupção. A ela se somam
também a má gestão, as decisões equivocadas, a tacanhice ideológica e a
vigarice intelectual. A Petrobras chega à pior situação de sua história — trata-se da petroleira mais endividada do planeta — porque o petismo usou o
preço do combustível para compensar sua política econômica canhestra e caduca. Agora mesmo,
enquanto escrevo, a estatal vende combustível com prejuízo em razão da questão
cambial. Isso será corrigido?
É preciso ir além. Dados os números, a empresa terá de vender ativos e, por óbvio, não poderá arcar com as obrigações que lhe
impõe o regime de partilha do pré-sal. Mas a estupidez e a ideologia barata
continuarão a deitar a sua sombra sobre a racionalidade. O passado da
Petrobras, mesmo com um encontro de contas, que acabará sendo recebido até com
boa vontade pelo mercado, é esse que vemos, com tais números. Mas que futuro
aguarda a empresa brasileira? Basta olhar para o mercado mundial de petróleo
para constatar que o nacionalismo bocó, misturado com a ladroagem mais nefasta,
conduz a Petrobras à inviabilidade.
Eu poderia deixar
barato, mas não vou, não. Dilma é a chefona do setor energético — e também da Petrobras — há 12 anos. Está no 13º. Esta senhora só
admitiu que poderia haver algo de errado na empresa 15 dias antes da eleição —
e ainda o fez de modo oblíquo. Em
2009, já pré-candidata à Presidência, a então chefe da Casa Civil foi a público
para tentar implodir, e conseguiu, a CPI da Petrobras.
Vejam o vídeo abaixo. Eu transcrevo a
sua fala em seguida.
“Eu acredito que a
Petrobras é uma empresa tão importante do ponto de vista estratégico, no
Brasil, mas também por ser a maior empresa, a maior empregadora, a maior
contratadora de bens e serviços e a empresa que, hoje, vai ocupar cada vez
mais, a partir do pré-sal, espaço muito grande, né?, ela é uma empresa que tem
de ser preservada. Acho que você pode, todos os objetos, pelo menos os que eu
vi da CPI, você pode investigar usando TCU e o Ministério Público. Essa
história de falar que a Petrobras é uma caixa-preta… Ela pode ter sido uma
caixa-preta em 97, em 98, em 99, em 2000. A Petrobras de hoje é uma empresa com
um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo. Porque, caso contrário,
os investidores não a procurariam como sendo um dos grandes objetos de
investimento. Investidor não investe em caixa-preta desse tipo. Agora, é
espantoso que se refiram dessa forma a uma empresa do porte da Petrobras.
Ninguém vai e abre ação na Bolsa de Nova York e é fiscalizado pela
Sarbanes-Oxley e aprovado sem ter um nível de controle bastante razoável”.
Nota: Sarbanes-Oxley é o
nome de uma lei dos EUA (formado a partir dos
respectivos sobrenomes de um senador e de um deputado), de 2002, que estabelece
mecanismos de transparência contábil para as empresas que operam na Bolsa dos
EUA.
Enquanto Dilma dizia
essas coisas, os ratos corroíam a Petrobras.
Convenham: quando
menos, Dilma deveria ser enviada para
uma cadeia moral, não é mesmo?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo