[Bolsonaro, gostamos da frase: quem conversa com poste é bêbado.]
Diferença de 18 pontos percentuais é muito grande para ser superada em 13 dias
Na semana passada, o candidato petista Fernando Haddad recebeu uma má notícia com a divulgação da pesquisa Datafolha : ele aparecia 16 pontos atrás de Jair Bolsonaro (PSL). Na segunda-feira (11), Haddad recebeu uma péssima notícia com a divulgação da pesquisa do Ibope: ele aparece 18 pontos percentuais atrás de Bolsonaro. Há um agravante: agora faltam 12 dias para o segundo turno. As urnas estão logo ali.Desde o fim do primeiro turno, Haddad testa maneiras de se tornar mais competitivo na disputa. Uma das primeiras foi esconder o vermelho e a estrela do PT de peças publicitárias. Como num passe de mágica, dois símbolos marcantes da legenda desapareceram. Deu espaço para o verde, o azul e o amarelo, cores mais familiares aos tucanos. Outra marca do PT, o 13, também aparece dissociado dos símbolos do partido. Haddad, acredite, diminuiu a exposição de Lula, aquele que foi capaz de levá-lo à prefeitura de São Paulo em 2012 e ao segundo turno nestas eleições. Tudo para não melindrar aqueles que reprovam o ex-presidente. Lançou ao mar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Garantiu que, se subir a rampa do Planalto, Dirceu não terá participação em seu governo.
Em sua perseguição a Bolsonaro, Haddad também clama pelo apoio de alguns tucanos, como o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas FHC resiste a declarar voto em Haddad. Recebe pressões do PSDB para não ajudar o candidato do PT. João Doria, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, aliás, insiste em manter viva a rivalidade - já nem tão viva assim - entre os dois partidos como pretexto para apoiar Jair Bolsonaro.
A tacada mais impetuosa de Haddad, no entanto, foi pedir o apoio do algoz do PT no mensalão: o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. A intenção de Haddad é associar sua imagem à de alguém que foi implacável com seu partido. Haddad, assim, oferece a mão à palmatória. Barbosa ainda não respondeu ao pedido de Haddad. Ninguém sabe nem sabe se responderá.
O peso que Haddad carrega é o antipetismo, fenômeno com o qual ele pouco contribuiu. Não são poucos os correligionários que o tacham de tucano. Mas não importa. É ele quem ostenta o 13, ainda que camuflado. Sabendo disso, Bolsonaro continua a associar o adversário a Lula e ao PT. A estratégia funciona – e muito. Por que mudá-la? Haddad está enredado e parece que não terá tempo suficiente para encontrar uma fórmula capaz de virar o jogo. Mas ele segue tentando.
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