O PT olhava para o Supremo com olhos de Thomas Mann (1875-1955). Era
como se o partido encontrasse ânimo numa frase do escritor alemão: “Uma
das situações da vida mais cheias de esperanças é aquela em que estamos
tão mal que já não poderíamos estar pior.” A cúpula petista esperava que
Lula fosse colocado em liberdade nesta terça-feira, data em que seu
encarceramento completa 80 dias. Mas o ministro Edson Fachin, relator do
pedido, mostrou que há males que vêm para pior. Depois de cancelar o
julgamento que ocorreria nesta terça, Fachin empurrou para depois do
recesso do Judiciário a análise de um pedido de reconsideração que os
advogados de Lula lhe entregaram nesta segunda-feira.
Ao despejar
realidade sobre a esperança do PT, Fachin manteve a hipotética
candidatura presidencial de Lula na cadeia. Metódico, o magistrado
escondeu a chave até agosto. Fez isso ao conceder 15 dias à Procuradoria
para se manifestar sobre o inconformismo da defesa de Lula. Na semana
que vem, o Judiciário sairá em férias. Significa dizer que nada será
julgado no mês de julho. Como que decidido a subverter o conceito de
esperança que Thomas Mann acomodou nos lábios do protagonista do romance
‘As Confissões do Inspetor Felix Krull”, Fachin impôs ao PT uma
penúltima maldade: transferiu o julgamento do recurso de Lula da Segunda Turma para o plenário do Supremo.
Na
Segunda Turma, o relator da Lava Jato é um minoritário crônico. Num
colegiado de cinco ministros, Fachin costuma perder de 1 a 4. Só de raro
em raro ele obtém um revés mais brando, de 2 a 3. Por isso, passou a
cultivar o hábito de jogar as batatas mais quentes sobre o plenário da
Corte, onde há 11 colos togados. Fez isso, por exemplo, no julgamento do
habeas corpus que tentava impedir a prisão de Lula. Prevaleceu por 6 a
5. Parece pouca coisa. Mas foi graças a essa maioria mixuruca que Sergio
Moro expediu a ordem que transformou Lula no primeiro ex-presidente da
história a ser preso por corrupção.
A defesa de Lula pleiteia a
suspensão dos efeitos da sentença que condenou o ex-mito petista a 12
anos e 1 mês de cadeia. Pede também que o suposto presidenciável possa
fazer campanha enquanto aguarda em liberdade pelo julgamento do mérito
do recurso. O TRF-4 decidiu na sexta-feira que o recurso não é
admissível. Por isso Fachin cancelou o julgamento desta terça. Ao
empurrar a encrenca para agosto, o ministro dificulta a coreografia que o
PT idealizara para o seu candidato cenográfico.
O PT terá de
requerer até 15 de agosto o registro da candidatura de Lula no Tribunal
Superior Eleitoral. A Lei da Ficha Limpa torna inelegíveis os condenados
em segunda instância, como Lula. Ao manter o personagem na cadeia,
Fachin evita que os comícios de um candidato ficha-suja constranjam a
Justiça Eleitoral. Terminado o recesso do meio do ano, caberá à
presidente do Supremo, Cármen Lúcia, marcar a data do julgamento do
recurso de Lula. Se quiser, a ministra pode atrasar o relógio do STF até
que o TSE se pronuncie sobre a candidatura de Lula. Nessa hipótese, o
PT descobriria que, diferentemente do que imaginava Thomas Mann, a
esperança é a última que mata.
Blog do Josias de Souza
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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terça-feira, 26 de junho de 2018
Fachin mantém na cadeia a candidatura de Lula
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