Para comprovar a existência da conta secreta, o empreiteiro apresentou ao Ministério Público extratos com as movimentações. Batizada de "Controle RJ 53 - US$", a planilha registra operações envolvendo 5 milhões de dólares em pagamentos de propina. Além de financiar o caixa dois de Lula, a conta suíça foi utilizada para pagar os operadores do PT na Petrobras. Entre as movimentações listadas pelo empreiteiro estão pagamentos ao ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, um dos responsáveis pela coleta das propinas destinadas ao PT.
DINHEIRO SUJO - O empreiteiro apresentou extratos de movimentação de uma
conta criada na Suíça para pagar propina. De lá, segundo ele, saíram
2,4 milhões de reais para a campanha de Lula(Cristiano Mariz/VEJA)
Os repasses à
campanha de Lula foram acertados entre Ricardo Pessoa e o então
tesoureiro petista, José de Filippi. Era o próprio empreiteiro que
levava os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha em São Paulo. A
entrega, como VEJA revelou em sua edição passada, era cercada de medidas
de segurança típicas de organizações criminosas. Ao chegar à porta do comitê, o empreiteiro dizia a senha "tulipa". Se ele ouvia como resposta a palavra "caneco", seguia direto para a tesouraria. Se confirmados pela Justiça, os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula também foi beneficiado diretamente pelo petrolão.
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