As
tão propaladas manifestações deste domingo vieram tão somente ratificar o que
antes já sabíamos: a insatisfação do
povo. É bem verdade que outras mini manifestações já eclodiam pelo país;
todas ignoradas pela grande mídia televisiva, mas largamente divulgadas pelas
redes sociais e pelos veículos digitais mais comprometidos.
Muito foi feito
para tentar evitar que saíssemos hoje: boatos de confrontos violentos, o molusco petralha ameaçando colocar o seu “exército” na rua, entre outras artimanhas. Até uma desmoralizada passeatinha fora
organizada em algumas cidades, em que os “manifestantes”
foram pagos com uma “bolsa-manifestante”
de R$50,00
+ uma camisa + uma marmita. Sem paixão, sem
convicção, fingindo defender o indefensável; em São Paulo, pegaram carona na
manifestação dos professores, só para angariar mais alguns para sua ridícula
tentativa. [de última hora, a NOMENKLATURA
petralha substituiu a marmita por um pão com margarina.]
Eis que surgimos
nós, em 15 de março de 2015. A data que já entrou para a história
foi e continua tão saborosa, porque provou de maneira irrefutável e
indiscutível a indignação de todo um país. A fúria que a sensação do engano
provoca jorrou das bocas de milhões de brasileiros. Como foi bom estar nas ruas
assistindo à gente desse país devolver na cara da quadrilha tudo o que fora
obrigada a engolir! Estou hoje mais esperançosa.
Fechando o
histórico domingo, os dois – como
designá-los? – capachos, moleques de recado... tanto faz. Dois “ministros” do (des)governo vieram a
público responder às perguntas de alguns poucos repórteres. O que se viu já era
possível prever: um tergiversar sem vergonha, sem constrangimentos, como aliás é a marca
do atual (des)governo. Os dois ficaram na
mesma; “o país é democrático, a
democracia permite e acolhe tais críticas”, etc. Não contente com sua
performance, Cardozo disse não concordar com a idéia de fragilidade do governo,
falou sobre o anunciado pacote anticorrupção. Mas como falar em
anticorrupção e combate à impunidade
depois de conceder perdão a “um”
como José Genoíno? Um contrassenso dos mais descabidos, dos mais vergonhosos. E a visita de
empreiteiros ao gabinete do ministro para tratar da operação Lava-Jato?
Cardozo então mostra-se um discípulo bastante aplicado, ao reproduzir de maneira arrogante, uma
fala de Dilma, em que afirma ser o PT
o partido que sempre “mandou” investigar e punir os corruptos. Como assim? Ele esqueceu que o MP e a PF são órgãos
autônomos? É conversa para ignorante mesmo; só que muitos, milhões não o
são.
O Rossetto parece não
viver nesse planeta;
quis nos convencer de que a “inflação
está controlada” e que o “nível de
desemprego está baixo”. Não admitiu em nenhum momento que até os eleitores da Dona Dilma também vieram às ruas, por
sentirem-se traídos, enganados. Um dos exemplos, cito agora: em Minas Gerais,
estado que a ajudou a eleger-se, milhares de pessoas da capital e de várias
cidades do interior juntaram-se ao movimento. Muita arrogância do Sr. Rossetto.
Entretanto, embora as justificativas furadas que tentaram nos fazer
aceitar fossem nojentas, nada, mas nada
mesmo vai fazer com que o prazer desse dia seja apagado. A imagem do
desespero de Dilma, do seu pessoalzinho perdido e das tentativas frustradas de
uma mudança, faz com que o dia termine ainda mais saboroso.
Por: Jussara Carvalho
Rocha, Professora – Blog Alerta Total – Jorge Serrão