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sábado, 2 de setembro de 2017

Ejaculação pública no rosto constrange?

O juiz libertou o agressor porque não viu “violência” no ato. Pensaria o mesmo se a vítima fosse sua mãe, sua mulher, sua filha? 

O ajudante de serviços gerais Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, pegou um ônibus na cidade de São Paulo na terça-feira e, quando passava pela Avenida Paulista, sacou o órgão sexual, masturbou-se e ejaculou no pescoço de uma passageira, que estava sentada. Dá nojo imaginar a cena. Mas é real.  “Entendo que não houve o constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação.” Esse foi o argumento do juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto para soltar Diego no dia seguinte. Diego não é novato em crimes sexuais. Cometeu 15, registrados ao longo de cinco anos. Como está solto, não se acha criminoso. São só “atos obscenos”. [Este Blog mantém sua posição: todo e qualquer estuprador merece uma punição severa e o impossibilite de repetir seu crime.
No caso de Diego, que tudo indica ser doente mental, deveria ser submetido a castração química e passar uns dois dias em uma cela superlotada para propiciar alguma diversão  aos companheiros de cela e sentir dor para compensar que seu favorecimento pela castração química - que é indolor.
Mas, estupradores não doentes devem ser submetidos à castração física, sem anestesia, seja por esmagamento dos testículos ou então retirar, com faca, e de forma bem lenta o saco escrotal do criminoso - ele consciente e vendo tudo, passo a passo.
Por isso mulheres, nas eleições de 2018 não votem em candidatos de esquerda e lembrem-se que só um candidato da direita poderá solucionar de vez - mudando a Constituição, o que inclui, sem limitar, a remoção das CLÁUSULAS PÉTREAS, já que são elas que favorecem a manutenção no texto constitucional de artigos que só favorecem à impunidade. ]
Os passageiros do ônibus, revoltados, impediram Diego de sair. Ele poderia ter sido linchado, se estivesse em lugares menos nobres e mais remotos no Brasil. Mas estava na Avenida Paulista. Foi preso. Indiciado por estupro. A lei brasileira mudou em 2009. Já não é preciso haver “conjunção carnal” para caracterizar estupro. Qualquer ato sexual praticado contra alguém sem seu consentimento, até mesmo toques íntimos, é estupro em nossa legislação. A pena vai de seis a dez anos de prisão.

Mesmo assim, Diego foi solto. Há quem considere a lei severa demais. Hoje, no Brasil, constranger alguém a permitir “ato libidinoso” é crime de estupro. E o próprio juiz escreveu isso na sentença que liberou Diego. Mas disse que não houve “violência”. E se a vítima fosse a mulher do juiz, a mãe, a filha, a irmã, a neta do juiz? Ele acharia que não houve “violência” quando Diego ejaculou no pescoço da passageira no ônibus?

O juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto admitiu que “o ato praticado pelo indiciado é bastante grave, já que se masturbou e ejaculou em um ônibus cheio” (se estivesse vazio, seria diferente?) “e a passageira ficou, logicamente, bastante nervosa e traumatizada” (mas não sofreu violência?).  O magistrado disse que Diego necessita de “tratamento psiquiátrico” para evitar condutas assim, “que violam gravemente a dignidade sexual das mulheres, mas que, penalmente, configuram apenas contravenção”. Contravenção penal? Atentado ao pudor seria se tivesse ficado nu no ônibus. A sentença do juiz favorece a impunidade e estimula a reincidência, de Diego e de outros.


O pai de Diego, um aposentado de 65 anos, discorda do juiz. Acha que o filho deveria ficar preso. “É perigoso que uma pessoa dessa fique solta, e o delito que ele pratica não é justo. Em casa não posso ficar com ele. É muito forte e agressivo. Acho que viajou para a Bahia. Se ficar aqui, os caras matam ele”, disse o pai, que mora na periferia da Zona Sul de São Paulo.

Abusos em ônibus, trens e táxis são assustadoramente comuns. A escritora Clara Averbuck, de 38 anos, denunciou ter sido estuprada por um motorista do Uber. “Estava bêbada. Não me envergonho. Sou uma mulher livre, adulta, solteira, pago minhas cachaças. Quando é homem bêbado, ninguém nem pergunta, mas mulher tem de viver numa aura de castidade para merecer ser respeitada”, disse Clara. “O nojento do motorista aproveitou meu estado, minha saia e enfiou um dedo imundo em mim.” Clara não foi à polícia. “Não confio. Quantas mulheres são assassinadas e têm BO [boletim de ocorrência]. Quem diz que eles [os policiais] vão prender. Ele sabe onde eu moro.” [o estuprador merecia ter, no mínimo, o dedo arrancado sem anestesia, ou esmagado. Mas, convenhamos que a vítima, não ajuda muito as mulheres - pelo tipo de vida que ela assume viver, favorece em muito a que doentes mentais ou criminosos safados, tentem se aproveitar das mulheres -  - a favorecê-los ainda existe uma legislação leniente.
E ao se dizer escritora a vítima assume sua capacidade de ajudar a formar opiniões e deve conhecer o  sentido das palavras que emprega em seu comentário.]

Um dedo na vagina. Uma ejaculação no pescoço. Horrível. Ainda bem que podem gritar. Não sofreram um estupro coletivo ou um assassinato. Segundo o Ministério da Saúde, hospitais registraram média de dez estupros coletivos por dia no país em 2016. A grande maioria abafada. E as mortes? A cada quatro dias, um feminicídio é registrado só no estado de São Paulo. Que não sejam chamados de “crimes passionais”. Matar “por paixão”, não, não vale. É por ódio mesmo. Muitas mulheres são mortas por ser mulheres. É muito triste.

Tivemos dois casos chocantes e recentes no Rio de Janeiro.
Uma farmacêutica grávida foi morta, supostamente, numa armadilha de seu ex-namorado, um dentista. Ele tinha uma noiva, queria que a ex abortasse. O outro caso foi gravado por uma câmera: uma estudante grávida de quatro meses jogada em frente a um ônibus por seu ex, um estudante de Direito. Ele queria viajar sozinho para seu intercâmbio no Canadá. Ela e o bebê se salvaram.

Essas tragédias não acontecem só no Brasil. Para mudar, precisamos denunciar os crimes, protestar contra a impunidade, reformular a educação em casa e nas escolas. Ter mais mulheres em postos de poder e influência. Um mundo menos engravatado. Precisamos de mais Cármens Lúcias. Nós, homens e mulheres, temos de revolucionar a percepção de gênero, pelo bem de filhos e filhas, netos e netas.


Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época