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segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Bolsonaro aposta na agenda econômica para alavancar imagem do governo - Correio Braziliense






Com a taxa básica de juros mais baixa da história, leilão bilionário do pré-sal e reformas em andamento no Congresso, presidente planeja se abrigar no guarda-chuva das promessas de melhora da economia, enquanto o clima político esquenta.

O presidente Jair Bolsonaro retornou ao Brasil na última semana, após uma viagem de 12 dias pela Ásia e pelo Oriente Médio, pronto para surfar uma onda positiva que se forma na economia com a queda na taxa de juros; redução, ainda que tímida, na taxa de desemprego; e uma agenda de pacotes para estimular a atividade econômica. No entanto, todo o planejamento foi atropelado pelas suspeitas envolvendo áudios das gravações da portaria do condomínio, no Rio, onde o presidente tem  casa e também onde mora um dos suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e o motorista Anderson Gomes.




A recente declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de ressuscitar o AI-5, se a “esquerda radicalizar”, também  prejudicou. Depois da turbulência dos últimos dias, o presidente inicia a semana com boas notícias para tentar melhorar a imagem do governo. Dentro da agenda reformista, está prevista a apresentação de propostas do pacto federativo para a distribuição de recursos entre União, estados e municípios, medidas de estímulo à geração de empregos, e a apresentação da reforma administrativa, com o objetivo de estabelecer novas regras para contratação, estabilidade, promoção e salários de servidores. A reforma tributária vem sendo debatida pela equipe econômica. Além das ações previstas no pacote econômico, que devem ser lançadas a conta-gotas, Bolsonaro também poderá tirar proveito do maior leilão de petróleo da história do país, que poderá assegurar arrecadação de R$ 106,5 bilhões, caso todos os blocos sejam arrematados. 

As novas propostas da agenda reformista não significam, entretanto, que o Palácio do Planalto surfará na crista da onda. As boas notícias que o Executivo se prepara para apresentar nesta terça-feira (5/11) ainda contrastam com os últimos fatos negativos, principalmente depois de Bolsonaro ter admitido, no sábado, que pegou a gravação da portaria do condomínio da Barra da Tijuca. A oposição já se articula para questionar o presidente na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Supremo Tribunal Federal (STF) por obstrução de Justiça. [os opositores o presidente Bolsonaro tem um problema e são um problema para o Brasil.
O problema que possuem: medo de fazer oposição ao presidente Bolsonaro, já que perdem sempre;
são um problema: pelo medo de fazer oposição ao presidente da República, Bolsonaro, fazem ao Brasil - com a antipatriótica tese do 'quanto pior, melhor' - e com isso só f ... nossa Pátria, o que inclui os brasileiros, especialmente os menos favorecidos.
O parágrafo abaixo comprova nossa teoria da oposição destrutiva, por destruir o Brasil] 
Embora o Congresso tenha sensibilidade em relação a matérias econômicas, o ritmo de tramitação costuma ser contaminado à medida que notícias negativas associadas ao governo surgem, sustenta o cientista político Enrico Ribeiro, coordenador legislativo da Queiroz Assessoria em Relações Institucionais e Governamentais. “Onde tem dedo do governo tem um toque de Midas ao revés, trazendo quase 150 votos contrários da oposição, mesma quantidade que calculamos ser a base governista. O governo fica  refém dos partidos de Centro, que não farão esforços para acelerar o andamento”, avaliou. 

O desafio da articulação política do Planalto, assim, é tentar convencer e estruturar junto a líderes partidários e aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), uma diretriz com relação às prioridades. É aí que está o principal contraste de ideias. Enquanto Maia tenta acordo com o Executivo para fechar um cronograma em torno da reforma tributária, a equipe econômica quer encaminhar a reforma administrativa. No Congresso, dizem que as recentes polêmicas associadas ao Planalto alimentam a queda de braço, e o Executivo, por sua vez, se recusa a ceder, alimentando o cabo de guerra. O embate pode custar a celeridade almejada pelo governo, a exemplo do pacote de estímulo ao emprego. [o Congresso cria dificuldades para o Governo, esquecendo que o Brasil tem mais de 12.000.000 de desempregados, que são os mais prejudicados com o atraso do pacote de estímulo ao emprego.] O texto da chamada carteira de trabalho Verde e Amarela está pronto e havia a expectativa de ser apresentado na sexta. A divergência de ideias está no rito de tramitação. O Executivo desejava enviá-la por medida provisória - MP, ou seja, dar à matéria rito máximo de 120 dias, [entra em vigor imediatamente] bem com o aplicação imediata até a aprovação e sanção. Maia, no entanto, resiste, e deseja o envio por meio de projeto de lei. [tem que ser aprovado na Câmara e no Senado, oque demora, sendo otimista,  mais de seis meses.]

A equipe econômica atuou para chegar a um acordo. O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, conversou com Maia e com Alcolumbre, na semana passada, a fim de tentar um meio-termo. O presidente da Câmara reforçou que não aceita a discussão do pacote de emprego por MP, mas escutou as ponderações entre as reformas. Marinho sustentou que, enquanto não há consenso sobre o modelo ideal da reforma tributária nem na Câmara, nem no Senado, há mais conformidade em torno da administrativa. 
Acordos
Nesta segunda-feira (4/11), o governo costura os últimos acordos em torno da agenda econômica. A apresentação da proposta do pacto federativo é mais consensual. A ideia é propor a desvinculação de recursos em fundos especiais, uma fatia maior dos royalties do petróleo e o fim da destinação obrigatória de percentuais do orçamento para  saúde e educação, a fim de distribuir esses recursos entre União, estados e municípios. Os últimos detalhes, assim, estão voltados para a reforma administrativa e a carteira Verde e Amarela. O Executivo trabalha para evitar o envio de textos natimortos ou sem apelo político para iniciar a maturação no Congresso.

No sábado, ao confirmar a pretensão de ir ao Congresso lançar o pacote econômico e não descartar o convite ao presidente do STF, Dias Toffoli, Bolsonaro disse  que a ideia é mostrar que os três Poderes têm que estar em harmonia. “Pretendo levar (as propostas ao Congresso). Está pré-agendado na terça-feira. A ideia é dar demonstração, como na reforma da Previdência, de que estamos juntos”, declarou. A reforma tributária governista, no entanto, pode ficar para depois. O ministro da Economia, Paulo Guedes, está convencido de que é necessário lançar algo ainda este ano, caso contrário, será acusado de não ter apresentado nada. É consenso na equipe econômica, que o melhor é não discutir uma modernização do sistema tributário até o fim de 2019.

Carteira verde e amarela

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