Apesar de ter sido condenado a 30 anos de
prisão em segunda instância e de estar de tornozeleira eletrônica, depois de passar quase dois anos preso, o ex-ministro
petista ousa pregar a desobediência civil às leis que podem tornar Lula
inelegível
Ele não se emenda. Mesmo
condenado no Mensalão e novamente na Lava Jato em segunda instância sob
a acusação de receber propinas milionárias até mesmo quando esteve preso, o
ex-ministro José Dirceu não se cansa de debochar dos brasileiros.
Dessa vez, em
mensagem de Ano Novo direcionada a militantes do PT, Dirceu afirmou que o País
não pode se curvar a uma “ditadura da toga”. O alvo de suas críticas
foi o Poder Judiciário que condenou o ex-presidente
Lula por corrupção, o que pode levá-lo à cadeia e torná-lo inelegível. Amigos
de longa data e fundadores do PT, Lula e Dirceu hoje têm mais um ponto em
comum: participaram ativamente, com papel de chefia de quadrilha, do esquema
que desviou bilhões de reais dos cofres da Petrobras.
Para o
presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto
Carvalho Veloso, a postura firme do Judiciário ao
processar políticos e poderosos, que “dilapidam o patrimônio
público”, é que faz gerar críticas como as de Dirceu. “A opinião do
ex-ministro reflete a posição daqueles que estavam acostumados com a
impunidade, que se sentiam acima da lei, imunes à jurisdição criminal. A
realidade hoje é outra. A Justiça está processando e condenando poderosos. Por
isso, surgem essas acusações de que o Judiciário está usurpando a competência
do Executivo e do Legislativo. Isso não é verdade”, disse Veloso à
ISTOÉ.
Dirceu
está em situação ainda pior do que a de Lula. Solto graças a habeas corpus
concedido em maio de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal e monitorado por
tornozeleira eletrônica, ele já foi condenado em segunda instância, teve os
embargos de declaração negados pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e
está na iminência de ser preso novamente. No Mensalão, foram oito meses atrás
das grades. Na Lava Jato, foram mais de um ano e nove meses na penitenciária em
Curitiba. Nesse período, Dirceu nunca cogitou delatar, ao contrário de outros
companheiros de partido, que preferiram confessar os crimes praticados durante
os governos petistas, como o ex-senador Delcídio Amaral e o ex-ministro Antonio
Palocci. “O Zé morre na cadeia, mas não faz delação”, afirmou certa vez o
advogado do ex-ministro petista, Roberto Podval.
Na
prática, não há condenação que impeça Dirceu de continuar dando as cartas no
PT, participando ativamente da vida política do partido e conduzindo a
militância em suas estratégias eleitorais, como a atual de hostilizar a Justiça
com o objetivo de tripudiar sobre eventual condenação de Lula na segunda
instância. Ele tem articulado a candidatura de Lula, que ainda depende do
julgamento no TRF4 marcado para 24 de janeiro, e para isso se utiliza de
cartas, áudios e vídeos na internet. Numa das gravações, que veio a público no
fim de 2017, o recado aos militantes foi claro: “A luta começa no dia 24 em
Porto Alegre, onde vamos manifestar nossa revolta contra essa tentativa de
cassar Lula, de impedir que ele seja candidato”. [não fosse a leniência da Justiça com o condenado Zé Dirceu ele já teria se calado; a Justiça dispõe de recursos para calar qualquer bandido.
SIMPLES calar Zé Dirceu: é bandido condenado, em liberdade devido um habeas corpus e ao desrespeitar o Judiciário, insuflar militantes contra a Justiça, Dirceu pode ser preso imediatamente e recolhido a presídio federal e colocado sob RDD - Regime Disciplinar Diferenciado.
Sob tal regime ele será isolado de qualquer contato com o mundo exterior.
O RDD existe não é é só para presos tipo Marcola, Fernandinho Beira-Mar e assemelhados, ele vale para qualquer preso que ofereça perigo e a influência nefasta do Dirceu sobre alguns militontos do PT já justifica sua prisão e inclusão no RDD.
A omissão do Poder Judiciário as vezes nos leva a perguntar: qual poder ainda resta ao Dirceu para ofender à Justiça e não sofrer a reprimenda merecida?]
Na mesma
mensagem de Ano Novo divulgada no site “Nocaute” do escritor Fernando Morais,
Dirceu convocou a militância a lutar para garantir a candidatura de Lula e
comparou a situação do ex-presidente com a ditadura militar, que governava “por
atos institucionais”. Falou em “golpe” aplicado na ex-presidente Dilma
Rousseff, por meio do processo de impeachment, e criticou as articulações para
implantar no Brasil um regime de semipresidencialismo. Novamente, as críticas
foram direcionadas ao Poder Judiciário. “Querem usurpar o poder do Legislativo
e do próprio Executivo, refazer a Constituição, violando direitos, garantias
fundamentais. Tudo em nome de impedir Lula de ser candidato”, afirmou. Ele não
citou nomes, mas desafiou: “juízes não foram eleitos”. O ex-ministro bufão
defende que os petistas se unam para “não permitir a ditadura da toga”. Mesmo
que o ex-presidente seja declarado inelegível, Dirceu acha que os petistas
devem “combater para garantir a candidatura de Lula”.
Não
dispõe de envergadura moral para tanto. Na Lava Jato, já foram duas sentenças
proferidas contra Dirceu pelo juiz Sergio Moro. A primeira foi ampliada em dez
anos pelo TRF4, passando de 20 para 30 anos de prisão. Somando com a outra
sentença, as penas chegam a 41 anos de cadeia. Com 71 anos de idade, Dirceu
sabe que jamais voltará para a vida pública. Só lhe resta atuar sorrateiramente
nos bastidores do partido e usar a internet para suas insanidades. Ele até
pensou em ir a Porto Alegre prestar solidariedade a Lula, mas está impedido
pela Justiça de deixar sua casa em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar. Lá
permanecerá gozando os últimos momentos de liberdade antes de retomar à penitenciária,
que é seu lugar. Preso, pelo menos o País ficará livre das bobagens que fala.